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GF Ouro
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Silva Rodrigues, ex-presidente da Carris, ironizou e disse que a Refer, onde Maria Luís Albuquerque contratou swaps, "só tomou boas decisões"
O ex-presidente da Carris e do Metro, Silva Rodrigues, lançou ontem duras críticas à forma como o Governo geriu o dossiê dos swaps e recorreu à ironia para dizer que só a Refer – onde a atual ministra das Finanças trabalhou como diretora financeira – "tomou boas decisões" nos contratos de derivados.
Ouvido na comissão parlamentar de inquérito, Silva Rodrigues não teve dúvidas em afirmar que a sua demissão, em junho, foi precipitada "por razões políticas". Quando questionado sobre o facto de ter sido afastado do cargo por ter contratado swaps e o mesmo não ter acontecido a Maria Luís Albuquerque, o ex-líder da Carris foi perentório: "Houve uma coisa que percebemos todos. A Refer só tomou boas decisões". Em tom irónico, Silva Rodrigues disse que "só a senhora ministra é que terá a dizer quais foram os critérios" usados para distinguir os gestores que tomaram boas e más decisões.
O ex-gestor disse ainda que na reunião em que Maria Luís Albuquerque, à época secretária de Estado do Tesouro, lhe comunicou a saída da empresa pública, foi-lhe garantido que a demissão "não representava um julgamento do Governo", mas servia para evitar que os gestores não tivessem "qualquer constrangimento" quando fossem chamados à comissão de inquérito. Silva Rodrigues considera, porém, que foi despedido sem justa causa.
A mesma linha de argumentação foi seguida pelo ex-líder da Egrep, entidade que gere as reservas petrolíferas. João Vale Teixeira foi duro nas críticas à forma como foi feito o fecho dos contratos swap. "Este processo decorreu, em relação ao conselho de administração da EGREP, como se fosse secreto, com o paradoxo de ir sabendo dele pelos jornais", afirmou. O ex-gestor defendeu ainda que as operações da Egrep "não eram especulativas e muito menos tóxicas", mas reconheceu serem complexas.
cm