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CTT na Bolsa: entre a visibilidade internacional e a pressão do curto prazo

Matapitosboss

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Set 24, 2006
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Os Correios de Portugal vão para a bolsa para se abrirem ao mundo do mercado de capitais. O novo mundo permite à empresa financiar-se e ganhar mais visibilidade. Mas também pode prejudicar as suas contas, se a gestão olhar apenas para o retorno imediato.


Remetente: Estado. Destinatário: Investidores em Bolsa. O Estado desfaz-se de um activo, os CTT – Correios de Portugal e dá à empresa a oportunidade de se financiar no mercado de capitais. Tem mais visibilidade. Mas também fica mais exposto à pressão dos accionistas e da apresentação de resultados no curto prazo. É esta a dicotomia, aos olhos de operadores consultados pelo Negócios, que a empresa liderada por Francisco Lacerda poderá encontrar na bolsa.


“A ida de qualquer empresa para a bolsa tem como grande objectivo o seu financiamento através do mercado de capitais, que são mais líquidos e dão mais visibilidade, até no caso de precisar de se financiar através de dívida”, comentou Rui Bárbara, gestor de activos do Banco Carregosa.

O Governo decidiu esta quinta-feira que quer alienar em bolsa até 70% do capital social dos CTT, segundo comunicado emitido pelo conselho de ministros. A opção, que o Executivo já tinha admitido como a preferencial, veio deitar por terra a venda a um único investidor – sendo que já havia oito interessados. Para Steven Santos, gestor da XTB Portugal, se essa alienação directa seguisse em frente, os CTT ficariam em risco “de perder o seu carácter popular e de serviço nacional”.

Ao invés, com a ida para o mercado de capitais, passando o seu capital social a ser detido por milhares de accionistas, haveria a vantagem de “diversificar a estrutura accionista, em termos geográficos e de perfil do investidor”, segundo o operador da XTB. Além disso, a empresa teria um “maior prestígio” e uma “projecção internacional da empresa”.

De acordo com Steven Santos, a notícia de que serão dispersas em bolsa acções representativas de 70% do capital da empresa liderada por Francisco Lacerda (na foto) “é muito positiva”. "Com um ‘free float’ de 70%, haverá ganhos evidentes na atracção de investidores institucionais e, por conseguinte, na liquidez do título em bolsa", explica.

Em relação às desvantagens de estar cotada em Bolsa, os dois operadores apontam no mesmo sentido. “A possibilidade de os investidores levarem a uma concentração da empresa nos resultados alcançados a curto prazo” é um dos pontos prejudiciais da operação, para o operador da XTB.

“Como possível desvantagem da futura empresa cotada, apontaria a pressão para apresentar resultados no curto prazo, em detrimento de objectivos de longo prazo”, antecipa, igualmente, Rui Bárbara, do Carregosa. Já o presidente da ATM, Associação de Investidores e Analistas Técnicos, Octávio Viana, tinha alertado para o mesmo risco, apesar de considerar que são muitos mais os benefícios do que os efeitos prejudiciais de uma entrada na bolsa.

E quando estiver em bolsa?


Quando a empresa estiver cotada na NYSE Euronext, a empresa terá “vários pontos fortes”, de acordo com um outro comentário por escrito de Steven Santos. “Em termos financeiros, os cash flows são estáveis e recorrentes, não há dívida líquida (em contraste com as 796 milhões de libras do Royal Mail) e tem muitos activos fixos. De facto, as propriedades imobiliárias detidas (lojas e terrenos) têm um valor que pode ser liquidado pela nova administração”, sublinha.

"A atractividade da empresa como investimento aumentará caso seja concedida a licença bancária, solicitada em Agosto", comentou no início da semana ao Negócios Pedro Rodrigues, da sala de mercados do Montepio. A licença bancária, cuja aprovação está ainda a ser estudada pelo Banco de Portugal, irá permitir à rede dos CTT a disponibilização de vários serviços financeiros que lhe estão actualmente barrados – serviços adicionais a que deverão corresponder a receitas adicionais.

Os dividendos, como já tinha sido escrito, também podem chamar a atenção dos investidores, tendo em conta que a expectativa do gestor da XTB é que sejam “generosos”



Fonte: Jornal de Negócios
 
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