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China "acompanhou" B-52 americanos e promete responder "de acordo com a dimensão das ameaças"

kokas

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Set 27, 2006
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O Governo de Pequim não respondeu com a firmeza prometida ao voo de dois bombardeiros B-52 norte-americanos sobre a primeira Zona de Identificação de Defesa Aérea da China, mas reafirmou nesta quarta-feira que se reserva o direito de agir "de acordo com a dimensão das ameaças".

"É preciso sublinhar que a China vai identificar todas as aeronaves que sobrevoem a sua zona de identificação (…) A China tem capacidade para exercer um controlo eficaz sobre o seu espaço aéreo", afirmou nesta quarta-feira o porta-voz do ministro da Defesa chinês, Geng Yansheng, citado pela agência de notícias Xinhua.
As autoridades chinesas dizem que identificaram os bombardeiros – que saíram desarmados da base norte-americana em Guam – e que acompanharam o seu trajecto, mas não fizeram qualquer comentário sobre se os pilotos norte-americanos responderam aos contactos.
Não era preciso fazer qualquer comentário sobre uma eventual comunicação entre os B-52 e as autoridades chinesas – o envio dos bombardeiros norte-americanos serviu precisamente para desafiar a legitimidade da Zona de Identificação de Defesa Aérea da China, criticada também pelo Japão, pela Coreia do Sul e pela Austrália, por ter sido implementada de forma unilateral, mas principalmente por abranger as ilhas Senkaku, controladas pelo Japão e disputadas por Pequim.
O secretário da Defesa norte-americano, Chuck Hagel, afirmou que Washington "não irá alterar a forma como os Estados Unidos executam as suas operações militares na região" e descreveu a decisão da China como "uma tentativa desestabilizadora de tentar alterar a situação vigente na região", que poderá "aumentar o risco de mal-entendidos e erros de cálculo". Para além das críticas a esta medida chinesa, os EUA já garantiram também que estarão ao lado do Japão no caso de uma eventual guerra pela soberania das ilhas Senkaku.
Ilhas japonesas no centro da questão
A Zona de Identificação de Defesa Aérea é uma área estabelecida por um país que se estende para além do seu espaço aéreo nacional e que tem como objectivo servir de área avançada contra uma possível ameaça à sua segurança. Quando entram nestas zonas, os aviões podem ser obrigados a identificar a sua proveniência e os seus propósitos e a manter a comunicação aberta com as autoridades que controlam o tráfego aéreo.

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Como não existe nenhum tratado internacional que defina regras para o estabelecimento de Zonas de Identificação de Defesa Aérea, cada país é livre de definir as suas, através de leis nacionais, mas não é garantido que os outros países as respeitem – por exemplo, a Zona de Identificação de Defesa Aérea do Japão não é reconhecida nem pela China nem pela Rússia.
Vários países têm estabelecido este tipo de áreas desde a década de 1950, entre os quais os EUA, o Canadá, o Japão, a Coreia do Sul e a Rússia, mas o caso da China tornou-se especial porque inclui as ilhas desabitadas de Senkaku, controladas pelo Japão e disputadas por Pequim, onde são conhecidas por ilhas Diaoyu. Para além das ilhas Senkaku, a Zona de Identificação de Defesa Aérea da China inclui também o rochedo de Socotra, sob administração da Coreia do Sul.
O Governo do Japão declarou que a Zona de Identificação de Defesa Aérea da China "não tem qualquer validade" e deu ordens às companhias aéreas All Nippon Airlines e Japan Airlines para não fornecerem qualquer informação às autoridades chinesas. Estas duas companhias começaram por respeitar as regras estabelecidas por Pequim, mas anunciaram que vão deixar de fazê-lo a partir desta quarta-feira, avança a BBC. Em contrapartida, a Singapore Airlines e a australiana Qantas anunciaram que vão cumprir as determinações de Pequim.
A definição de uma Zona de Identificação de Defesa Aérea pela China foi elogiada nas redes sociais do país, mas Pequim já começou a ser pressionada a responder com firmeza a quem não cumprir as suas exigências. "Se a estrutura militar chinesa não fizer nada contra as aeronaves que não obedecerem às ordens para se identificarem, vão ser alvo de troça internacionalmente", escreveu o historiador e jornalista Ni Fangliu, citado pelo The New York Times.
O aumento do clima de tensão surge também a uma semana da visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, ao Japão, à China e à Coreia do Sul. Em cima da mesa deveriam estar essencialmente questões económicas, mas esta última decisão de Pequim deverá saltar para primeiro plano.



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