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Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014)

mjtc

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Fev 10, 2010
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Eusébio da Silva Ferreira foi considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFHHS), especialistas e fãs.
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Alcunhado de "O Pantera Negra", "A Pérola Negra" ou "O Rei" em Portugal, Eusébio marcou 733 golos em 745 partidas oficiais na sua carreira. Era conhecido pela sua velocidade, técnica, e pelo seu poderoso e preciso remate de pé direito, tornando-o num prolífico goleador e num dos melhores marcadores de livres de sempre. A alcunha de "Pantera Negra" foi atribuída pelo jornalista inglês Desmond Hackett, devido ao seu estilo felino de jogar. É considerado o melhor futebolista de sempre de Portugal e um dos primeiros avançados de classe mundial africanos. Apesar de ter nascido em Moçambique, Eusébio só poderia jogar pela Selecção Portuguesa, já que o país africano era um território ultramarino de Portugal e os seus habitantes eram considerados portugueses.

Carreira:


Eusébio ajudou a Selecção Nacional Portuguesa a alcançar o terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 1966, sendo o maior marcador da competição (recebendo a Bota de Ouro), com nove golos (seis dos quais foram marcados em Goodison Park) e tendo recebido a Bola de Bronze. Ganhou a Bola de Ouro em 1965 e ficou em segundo lugar na atribuição da mesma em 1962 e 1966.
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Eusébio jogou pelo Sport Lisboa e Benfica 15 dos seus 22 anos como jogador de futebol, sendo associado principalmente ao clube português, e é o melhor marcador de sempre da equipa, com 638 golos em 614 partidas oficiais.

No Benfica ganhou 11 Campeonatos Nacionais:

- 1960-1961,
- 1962-1963,
- 1963-1964,
- 1964-1965,
- 1966-1967,
- 1967-1968,
- 1968-1969,
- 1970-1971,
- 1971-1972,
- 1972-1973;
- 1974-1975.
5 Taças de Portugal:
- 1961-1962,
- 1963-1964,
- 1968-1969,
- 1969-1970,
- 1971-1972.
1 Taça dos Campeões Europeus:
- 1961-1962.
Alcançou mais três finais da Taça dos Campeões Europeus:
- 1962-1963,
- 1964-1965,
- 1967-1968.
Foi o maior marcador da Taça dos Campeões Europeus:
- 1965,
- 1966
- 1968.
Ganhou ainda a Bola de Prata sete vezes (recorde nacional):
- 1964,
- 1965,
- 1966,
- 1967,
- 1968,
- 1970,
- 1973.
Foi o primeiro jogador a ganhar a Bota de Ouro, em 1968, façanha que mais tarde repetiu em 1973.
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Desde que se retirou, Eusébio tem sido um embaixador de futebol e é um dos rostos mais conhecidos do desporto. Eusébio é muitas vezes elogiado pela sua simplicidade e simpatia, até mesmo pelos adversários. Foram realizadas várias homenagens por parte da FIFA, da UEFA, da Federação Portuguesa de Futebol e do Benfica em sua honra. O ex-jogador do Benfica, da Selecção Portuguesa, e amigo António Simões, reconhece a sua influência no Benfica e disse: "Com Eusébio talvez pudéssemos ser tricampeões europeus, sem ele talvez pudéssemos ganhar o campeonato".

Infância e adolescência de Eusébio:

Eusébio nasceu no bairro de Mafalala, em Maputo (à época denominada Lourenço Marques), em Moçambique (colónia portuguesa até 1975), a 25 de Janeiro de 1942. Filho de Laurindo António da Silva Ferreira, ferroviário, branco, natural de Angola, e de Anissabeni Elisa, uma negra moçambicana. Foi o quarto filho do casal. Criado numa sociedade extremamente pobre, costumava faltar às aulas para jogar descalço futebol com os seus amigos em campos improvisados e utilizando bolas de trapos. Começou por jogar com vizinhos e amigos numa equipa do bairro conhecida como «Os Brasileiros». O seu pai morreu com tétano, quando Eusébio tinha 8 anos de idade, de modo que Elisa tomou quase exclusivamente cuidado parental do jovem Eusébio. Mais tarde, Eusébio procurou inscrever-se no clube "O Desportivo", mas não foi aceite, por ter um problema no joelho. "O Desportivo", como é popularmente conhecido, foi fundado em 31 de Maio de 1921, como "Grupo Desportivo de Lourenço Marques". O seu nome e emblema foram mudados em 1976, depois da independência de Moçambique.

A vontade de jogar futebol falou mais alto do que o clubismo, por isso, Eusébio dirigiu-se ao Sporting Lourenço Marques. Tendo sido aceite nesta filial moçambicana do clube leonino de Lisboa, Eusébio jogou de leão ao peito até à sua ida para Portugal.
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Os primeiros passos na carreira foram dados com a camisola verde-e-branca do
Sporting de Lourenço Marques.

Fundado em 1920, com o nome de Sporting Clube de Lourenço Marques, tornou-se conhecido por ser o primeiro clube da carreira de Eusébio e Hilário Rosário da Conceição, dois dos maiores jogadores da história da Selecção de Portugal. Em 1976, com a independência de Moçambique, o Sporting trocou a nomenclatura Sporting Lourenço Marques para Sporting Clube de Maputo. Dois anos depois, mudou para o nome Clube de Desportos do Maxaquene (conhecido somente por Maxaquene).

Antes disso, Eusébio chegou a ser indicado à equipa brasileira do São Paulo, após o ex-jogador do clube José Carlos Bauer, que havia participado nos Campeonatos Mundiais de 1950 e 1954, observá-lo em Lourenço Marques, em 1960. O Tricolor Paulista, entretanto, desdenhou do investimento. Bauer então conversou com Béla Guttmann, que fora seu treinador no São Paulo, sobre o jovem. Guttmann já treinava o Benfica na época.
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Béla Guttmann (1900-1981), também conhecido por
Guttmann Béla, jogador de futebol e treinador húngaro de
origem judaica.

Transferência de Eusébio para Portugal

O negócio da transferência do jovem de 17 anos ficou então marcado pela polémica, devido à luta que houve entre os dois rivais de Lisboa para conseguir o passe do rapaz. O Benfica tinha tudo acordado com Eusébio e com o Sporting Lourenço Marques. No entanto, os responsáveis sportinguistas, sabendo tratar-se de um diamante em bruto, foram buscar o jogador ao aeroporto, encaminhando-o para um hotel. Desta forma, Eusébio não pode assinar pelo Sporting visto que o seu pai já teria assinado pelo S. L. Benfica, quando ainda corria o ano de 1960.

Eusébio chegou a Lisboa, no dia 15 de Dezembro de 1960. Eusébio jogava na filial leonina de Lourenço Marques quando um funcionário do Benfica tratou da sua transferência para as águias. Colocou o Eusébio num avião sob um nome falso (Ruth Malosso: que pertence a uma cidadã portuguesa) e avisou os leões de que o jogador tinha partido para Lisboa de barco. Na capital, Eusébio era esperado por dirigentes da turma da Luz e alguns jornalistas. O Sporting Clube de Portugal não desistiu e voltou à carga, duplicando a oferta do Benfica, que acabou por pagar à mãe de Eusébio, Elisa Anissabene, 250 contos pela transferência. Os encarnados esconderam o rapaz de 18 anos numa unidade hoteleira em Lagos, no Algarve, evitando que ele fosse comprado pelo Sporting, e assim seguraram o reforço. Menos de uma semana passou e Eusébio regressou à capital e já era jogador do Benfica.

Carreira de Eusébio no Benfica

Estreou-se no Estádio da Luz a 23 de Maio de 1961, numa partida amigável contra o Atlético em que marcou três dos quatro golos do Benfica. As peripécias que se sucederam desde a sua chegada atrasaram a assinatura do contrato, o que iria impedir de estar presente em Berna, na Suíça, na noite do primeiro triunfo europeu do Benfica.
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Eusébio na equipa do Benfica em 1961-1962.

A sua fama internacional vem do jogo da segunda final europeia do Benfica em 1962, contra o Real Madrid. Não só marcou dois golos como fez uma exibição de luxo com as características que o iriam tornar famoso: a velocidade estonteante e o remate fortíssimo.
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Logo na primeira época de camisola vermelha vestida, o "Pantera Negra" ajudou o Benfica a conquistar o seu último troféu europeu e a sua segunda Taça dos Campeões Europeus consecutiva, acabando de vez com a hegemonia do Real Madrid.
A France Football considera-o o segundo melhor jogador do mundo, em 1962.

Os convites para jogar no estrangeiro obviamente surgiram:

- A Juventus oferece-lhe 16.000 contos em 1964, numa altura em que ganhava 300 contos no Benfica. A tentação era tão grande que o governo de então o envia para a tropa, não permitindo que se venda um tesouro nacional deste tamanho.

- O Benfica acabaria por lhe aumentar o salário para 4000 contos.

Em 1966, vestindo a camisola das quinas, foi um dos protagonistas do Campeonato do Mundo jogado em Inglaterra. Com uma prestação fenomenal, Eusébio foi uma das principais armas portuguesas para uma das melhores campanhas internacionais de sempre. Logo no primeiro Campeonato do Mundo, Portugal chegou aos quartos-de-final, deixando pelo caminho equipas como a da Coreia do Norte (a grande surpresa do torneio, logo depois de Portugal), Hungria e Brasil (um dos principais favoritos, sendo que de entre uma equipa genial se destacava o número 10, Pelé). Portugal acabou por sair derrotado contra a equipa da casa, numa partida que ficou conhecida como "Jogo das Lágrimas", e que ficou marcada por contestações à organização do torneio

[video=youtube_share;G3MGlD53iSg]http://youtu.be/G3MGlD53iSg[/video]
No mundial de 1966, em Inglaterra, torna-se definitivamente uma estrela mundial digna rival de Pelé. O
epíteto de "Pantera Negra" vai correr o mundo. A facilidade em marcar golos torna-o no melhor marcador
do mundial com nove golos, ajudando a levar Portugal ao terceiro lugar.

Após o mundial, os italianos fazem uma nova oferta a Eusébio: 90.000 contos. Quando parecia que desta vez nem o governo poderia impedi-lo de aceitar, surge a notícia de que os clubes italianos deixam de poder contratar jogadores estrangeiros.
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Selo de 1968 com a estampa de Eusébio.

A carreira de Eusébio foi recheada de lesões, tendo sido operado 6 vezes ao joelho esquerdo e 1 vez ao direito. Nunca deixou de jogar, mesmo em condições dolorosas, até porque sabia que o Benfica dependia muito dele e que os espectadores não aceitariam bem a sua ausência. Realizaram-lhe uma festa de despedida, em Setembro de 1973, mas continuou ainda a jogar até 1979. A sua última partida com a camisa do Benfica foi no dia 18 de Junho de 1975, frente à selecção africana, em Casablanca (Marrocos).

Final da carreira:

Nas temporadas de 1976-77 e 1977-78, Eusébio jogou em duas equipas menores portuguesas: Beira-Mar, na Primeira Divisão e União de Tomar, na Segunda Divisão.

Jogou também na North American Soccer League (NASL), por três equipas diferentes, de 1975 a 1977:

- Boston Minutemen (1975);
- Toronto Metros-Croatia (1976);
- Las Vegas Quicksilvers (1977).
O seu maior sucesso na NASL foi em 1976, com Toronto Metros-Croatia. Eusébio marcou na vitória por 3-0 no 76 Soccer Bowl para ganhar o título da NASL. No mesmo ano, disputou 10 jogos pelo Monterrey no campeonato mexicano.

Na temporada seguinte (1977), assinou pelos Las Vegas Quicksilvers. Acabaria por ser um final muito decepcionante da carreira de Eusébio. Por esta altura, as lesões tinham magoado o "Pantera Negra", e ele estava constantemente a receber tratamento médico enquanto jogava pelos Las Vegas Quicksilver. Durante a temporada, ele só conseguiu marcar dois golos.
Apesar de os joelhos lhe terem roubado a capacidade de continuar na NASL, Eusébio queria continuar a jogar futebol. Encontrou uma casa em 1978 com os New Jersey Americans da segunda linha American Soccer League (ASL). Foi forçado a aposentar-se de vez no final da temporada. Eusébio jogou cinco partidas pelos Buffalo Stallions durante a temporada 1979-1980 da Major Indoor Soccer League.

Em Outubro de 1963, foi seleccionado para representar a equipa da FIFA no "Aniversário de Ouro" da "Football Association" no Estádio de Wembley, na Inglaterra.
Eusébio aposentou-se em 1979 e fez parte da comissão técnica da Selecção Nacional Portuguesa até ao seu falecimento. Tem na sua ficha a categoria de Treinador-Adjunto.

Situação familiar:

Em 8 de Outubro de 1965, Eusébio casou-se com Flora Bruheim, e tiveram duas filhas: Sandra (1966) e Carla (1968).

Morte de Eusébio:

Eusébio morreu cerca das 3h 30m da madrugada de domingo, no dia 5 de Janeiro de 2014, vítima de uma insuficiência cardíaca, a poucos dias de completar 72 anos de idade. O corpo será transportado em cortejo até à Praça do Município, onde chegará por volta das 15 h15m. Segue-se uma missa na Igreja do Seminário do Largo da Luz, às 16 horas, antes do último adeus, uma hora depois, no cemitério do Lumiar.
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A importância de Eusébio na sociedade portuguesa ficou comprovada no momento da sua morte: três dias de luto nacional declarado pelo Governo e homenagens sentidas prestadas pelo Presidente da República e pelo Primeiro-Ministro, assim como por inúmeras figuras do mundo do futebol.



Curiosidades:

A estátua de bronze que simboliza o eterno Eusébio jogando à porta do Estádio da Luz, foi inaugurada em 1992, num fim-de-semana em que o Benfica goleou o Gil Vicente por 5-0.
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Estátua de Eusébio, à porta do Estádio da Luz, em Lisboa.

O monumento nasceu de uma iniciativa de Vítor Baptista, emigrante nos Estados Unidos da América e adepto do clube, com o objectivo de honrar a memória de uma referência nacional. "Nas décadas de 1960 e 1970, era a única nota positiva que nos dava orgulho de sermos portugueses, dando-nos muitas alegrias através das vitórias que conseguia para Portugal no estrangeiro", referiu, na altura. O projecto ainda mereceu oposição de alguns antigos dirigentes do Benfica, mas a direcção do clube, então presidida por João Santos, decidiu avançar com a obra, que tem o traço do escultor norte-americano Daker Bower e foi oferecida por Vítor Baptista.

Eusébio na banda desenhada:
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"Eusébio Pantera Negra", de Eugénio Silva,
editado pela Meribérica em 1990.
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Revista mexicana "Estrellas del Deporte" Nº Especial –
"El Gran Eusebio" (edição de 1967).
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"Chamo-me Eusébio", com texto de
Manuel Margarido e desenhos de Jorge
Miguel.
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Colecção de cromos "Eusébio, a Vida
e a Carreira", que Nuno Saraiva realizou
para o semanário Sol, em 2012.
 
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Dados Pessoais:

Dados Pessoais:

Nome: Eusébio da Silva Ferreira

Nacionalidade: Portuguesa

Data de Nascimento: 25/01/1942

Naturalidade: Lourenço Marques - Moçambique

Posição: Avançado (Ponta de Lança)

Pé Preferencial: Direito

Altura: 1,75 metro

Peso: 73 kg

Falecido: 5/01/2014

Internacionalizações A: 64 Jogos/41 Golos

Títulos: 28 títulos oficiais

Prémios:

- Bola de Ouro France Football: 1962 (2.º), 1965 (1.º), 1966 (2.º)

- Bota de Ouro: 1967/68 (1.º), 1972/73 (1.º)

Campeonato do Mundo:

- Bota de Ouro: 1966 (1.º)

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