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Doente morreu com enfarte após mais de seis horas de espera

kokas

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Set 27, 2006
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O Bloco de Esquerda (BE) questionou esta quarta-feira o ministro da Saúde sobre a morte de uma sexagenária que faleceu em novembro passado por enfarte do miocárdio, após mais de seis horas a aguardar por ser atendida no Hospital Amadora-Sintra.

O caso foi denunciado esta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Saúde pelo deputado João Semedo (BE), durante uma audição do ministro da Saúde, a pedido do PCP.

Segundo o Bloco, o caso deu-se a 25 de novembro do ano passado, quando uma mulher de 67 anos foi transportada pelo INEM para o Hospital Amadora-Sintra, devido a queixas de «fortes dores no tórax, que se foram agravando».

Segundo a pergunta colocada pelo BE a Paulo Macedo, a utente «não foi atendida de imediato» no hospital.

«Na triagem, foi-lhe atribuída uma pulseira amarela, ou seja, foi considerado um caso urgente, mas a utente aguardou das 16:47 até às 23:00, sem atendimento», prossegue a exposição do BE.

Esta utente começou a ser atendida por volta das 23:00: «Foi auscultada e foi-lhe colocado oxigénio».

«Quando ia ser levada a efetuar um raio-x, entrou em paragem cardiorrespiratória, tendo sido levada para a reanimação. Tentaram reanimá-la durante cerca de 45 minutos, mas sem sucesso», continuam.

Em resumo, referem os deputados bloquistas, «a utente esteve mais de seis horas a aguardar atendimento na sala de espera, vindo a morrer quando começou a ser atendida».

Para o BE, esta situação é «absolutamente inaceitável» e tem «que ser averiguada até às últimas consequências».

«O falecimento de uma utente num hospital público, após mais de seis horas a aguardar para ser atendida, é incompreensível e o governo não pode desresponsabilizar-se desta ocorrência, uma vez que são da sua responsabilidade as políticas de austeridades que têm dificultado o funcionamento dos serviços e impedindo um atendimento eficaz e no tempo certo», adianta o Bloco.

O BE questionou o ministro da Saúde sobre o seu conhecimento deste caso e se a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) «vai realizar um inquérito às condições em que se verificou este falecimento no Hospital Amadora-Sintra».

Numa audiência solicitada pelo PCP, Paulo Macedo foi brindado com um rol de acusações da parte da deputada Paula Santos, para quem o desinvestimento no SNS «está à vista» e só o ministro «insiste em não reconhecer».

«Não é só PCP que diz. Os próprios administradores hospitalares assumem que os hospitais estão hoje a fazer menos exames, menos tratamentos e menos cirurgias», disse Paula Santos.

As críticas da deputada prosseguiram depois para os centros de saúde, atribuindo «as falsas urgências nos hospitais» à falta de investimento nos centros de saúde.

«As falsas urgências só existem porque os cuidados de saúde primários não têm o investimento que deviam ter e a resposta de proximidade necessária», disse.

Falta de material nos hospitais, proibição de tratamentos, como na área da fisioterapia, foram queixas avançadas pelo PCP como exemplos do «processo progressivo da degradação do SNS».

Sobre a queda da produção, e sublinhando que em números não costuma ter dificuldades, Paulo Macedo disse que os dados de que o governo dispõe não confirmam esta descida e optou por salientar os dados positivos do setor, nomeadamente a descida da mortalidade infantil em 2013.

Trata-se de «dados ainda provisórios» do Instituto Nacional de Estatística (INE) e que, «naturalmente, ainda serão trabalhados», mas que são «motivo de orgulho para o SNS e os seus trabalhadores», disse o ministro.

Segundo Paulo Macedo, a taxa de mortalidade infantil deverá ficar abaixo dos três por mil.



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