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Os perigos da net!!!

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TIN

Visitante
Os perigos da net e outros assuntos desagradáveis

Há imenso tempo que vou roendo ideias sobre várias coisas relacionadas com os blogs, em especial com os babyblogs (e já escrevi sobre isso).
Hoje, como tenho mais tempo, vou ver se consigo organizar as ideias e referir algumas mesmo desagradáveis. Não é um post que me dê gosto escrever, mas às vezes acontece e tem mesmo de ser.

A net é um sítio muito perigoso. Que não existam ilusões sobre este facto. Não é paranóia, é a verdade absolutamente nua e crua. Neste mundo virtual há a mesma dose de gente má e doida que existe no mundo real: talvez um tudo nada mais informada, mais técnica, mais abonada, mas nem por isso menos mal formada. Mais: o anonimato oferece às pessoas um alargar de limites naquilo que escrevem e que fazem - no mundo real muitas dessas coisas (as menos graves) seriam resolvidas com um par de estalos. Aqui não é possível. Nem sabemos quem são as pessoas. Mas isso é matéria para outro dia: o que está em causa neste post não são os perigos do anonimato, são os perigos da inocência.

No meio deste mundo selvagem cheio de monstros que é a net, existe esta pequena ilha de quase paz e sossego civilizado que é a blogsfera. Há umas discussões, umas pegas, umas flames, mas nada de grave comparado ao resto.

Há dois tipos de bloggers:

Bloggers que já têm experiência de net. Que já andaram por outros lados antes de abrirem blogs. Não falo tanto do IRC, que é também um mundo um bocado agreste, mas com muita miudagem à mistura, uma grande salganhada onde uma das maiores diversões é tentar deitar abaixo os outros pc's e coisas parvas dessas. Refiro-me mais a grupos de discussão, os newsgroups e outros foruns, onde participam adultos que na vida real têm uma cara civilizada e ali, a coberto do anonimato, fazem as coisas piores do mundo uns aos outros. Sei que quem andou por eles percebe perfeitamente do que estou a falar. Fazem-se as piores coisas do mundo. Não é exagero. Quando a coisa descamba, vale tudo. Como o mundo virtual suscita sentimentos muito intensos e a velocidade relativa do tempo é muito maior, os ódios, quando surgem, são viscerais e extremamente violentos. Perseguem-se as pessoas de todas as formas, incluindo na vida real, com chantagens e ameaças e um terrorismo sinistro que dá cabo das pessoas.
Os bloggers que já passaram e assistiram ou sofreram pressões destas, são bloggers cautelosos. Pelo calo que têm até podem deixar um pouco aquela forma de estar, sempre alerta, porque realmente a blogsfera, comparativamente, é um local paradisíaco de férias. Mas estão atentos e, de alguma forma, acabam por se proteger.

Depois existem os outros bloggers. Abrem um blog porque lhes apetece, debitam a vida toda para dentro do servidor, escrevem tudo e mais alguma coisa, muito inocentemente, protegem-se com um nick mas depois referem onde vivem, o que fazem, quem é a mãe, o pai, o gato, o piriquito, o papagaio, descrevem a rua, o restaurante onde almoçam, a vista da janela, o trabalho, os amigos, metem comentários noutros blogs com ips fixos, trocam emails e fotografias, conversam no msn, dão o nome, o telefone, a morada, enfim: adeus anonimato, só não sabe quem não quiser saber. Tudo e mais alguma coisa sobre a vida inteira desses bloggers.

Nesta categoria de bloggers inocentes e inexperientes, existe uma categoria complicada (e agora é que vem a parte desagradável mesmo): são os (ou mais precisamente 'as') babybloggers.

Eu tenho um babyblog há mais de um ano. E muitas dúvidas e indecisões quanto ao facto de o manter. Na realidade poderia escrever tudo aquilo em papel. Mas a verdade é que sou um desorganizado do pior e nem escrevo e quando escrevo perco. A mesma coisa se aplica a um documento word. Tudo o que escrevi para lá do que está nos meus blogs, à conta de uma formatação ou outra, acabei por perder. Tenho um bocado de pena, claro: perdi as coisas maiores, contos, histórias, coisas que não queria escrever para o 'público', ardeu tudo ao longo dos anos, não sou dado a backups. Resta-me a solução de guardar as coisas online e claro, acabam por ser lidas. No caso dos babyblogs é impossível mantê-los em segredo: ou é um site com password, coisa que não domino, ou então, nem que seja através de pesquisas em googles e afins (que é como vão ter ao meu babyblog mais de metade dos leitores), fica tudo à vista. Daí aos links é um passo e pronto, ali está a nossa vidinha a nu. Do lado do flanco mais frágil, ainda por cima.
Só há uma forma de dar a volta a isto: é não debitar muita informação sobre coisas concretas. É o que eu tento fazer. É evidente que não sou exactamente o blogger mais anónimo deste bidé blogsférico português, mas também não é toda a gente que sabe que aquele blog é meu, e lá vou tentando proteger a minha filha dos olhares mais cuscos e indiscretos, cada vez com mais dúvidas e indecisões sobre a minha vontade em manter aquilo (neste momento, mais de metade dos posts estão em draft, só ali guardados à espera do que eu decidir). Não é que a blogsfera seja um sítio de 'maus': não é. Mas continua a ser só uma ilha na selva-net. É preciso manter esse facto em perspectiva.

Tudo isto para chegar a uma coisa muito concreta e muito séria (este post vai longo e ainda não almocei): a questão das fotografias dos filhos nos babyblogs. Como se depreenderá do que escrevi para trás, sou absolutamente contra. Eu sei que há pessoas (mães e pais) de quem eu gosto mesmo muito (alguns até conheço pessoalmente e considero-os meus amigos), que não vão gostar de ler isto. Não é nada contra eles e peço desculpa de os incomodar ou magoar, mas isto é a minha opinião. Sou totalmente contra as pics dos miúdos nos blogs. Acho uma atitude irresponsável. Sei que as crianças são um bocado todas iguais, principalmente em bebés e para quem não as conhece pessoalmente, mas com que cara ficariam os pais se vissem essas fotografias em montagens porno, por exemplo? E isso é o mínimo que pode acontecer!

Tin...
 

Matapitosboss

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Solidão leva crianças britânicas à internet, diz estudo

Uma pesquisa entre mais de 2 mil crianças britânicas revelou que 60% delas utilizam sites de bate-papo na internet para combater a solidão e 53% para compartilhar seus problemas.
O estudo, realizado pela organização britânica de proteção à criança National Society for the Prevention of Cruelty to Children (NSPCC), constatou também que 50,4% dessas crianças já viveram experiências desagradáveis na rede, incluindo intimidação, ameaças ou assédio sexual.

Ao todo 2.053 crianças, a maioria com idades entre 11 e 16 anos, participaram da pesquisa. Do total, 1.187 eram meninos e 866, meninas.

Mais da metade dos jovens, um total de 1.071, disseram que visitam sites de bate-papo ao menos uma vez por dia.

Razões

Quando perguntados sobre as razões pelas quais visitam os sites, cerca de 90% dos participantes responderam que usam a internet para fazer amigos e 80% para fazer contato com pessoas conhecidas.

Mais de 60% usam a rede para encontrar pessoas parecidas com elas e "receber conselhos de pessoas da mesma idade". Cerca de 55% usam a internet para saber que não estão sozinhas.

Ajudar um amigo em situação difícil ou buscar apoio quando em uma situação difícil também foram respostas comuns.

A NSPCC manifestou preocupação com a popularidade de sites como Bebo ou MySpace, visitados diariamente por 52% dos entrevistados.

A pesquisa é parte de uma campanha da entidade para encorajar as crianças a denunciar abusos sofridos em sites de bate-papo.

Dados Pessoais

"Crianças sofrem ameaças reais na internet, como abordagens sexuais, intimidação, exposição a imagens violentas, pornografia e outros materiais inapropriados", disse Mary Marsh, diretora da NSPCC.

"Interação social na internet é parte das vidas de milhões de crianças", acrescentou. "Temos de reconhecer e responder a esta realidade ajudando-as a usar a internet de forma mais segura e, ao mesmo tempo, a denunciar abusos"

Estudos anteriores revelam que uma em cada três crianças que utilizam a internet já recebeu comentários sexuais indesejados pela rede ou por torpedo.

Quase a metade (46%) já deu dados pessoais, incluindo fotografias e número do telefone, a alguém que conheceu na internet.

Meninas que ligaram para o telefone da NSPCC dedicado à criança disseram que marcaram encontros com meninos que conheceram em sites de bate-papo, mas ao conhecê-los descobriram que eram, na verdade, homens mais velhos procurando por sexo.

A NSPCC aconselha crianças a nunca revelar seus dados pessoais na internet, nem mesmo seu nome verdadeiro.


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