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Sanções começam a deixar marcas na economia russa

kokas

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A nova ronda de sanções contra a Rússia anunciada na quinta-feira pelos Estados Unidos já está a ter impacto nos mercados internacionais, mas parece improvável que Moscovo recue nas suas intenções.

No dia em que a anexação da Crimeia ganhou força de lei, os clientes de vários bancos russos ficaram sem poder utilizar os seus cartões Visa e Mastercard para efectuar pagamentos. As empresas norte-americanas emissoras de cartões bancários suspenderam os serviços aos bancos russos implicados nas sanções. O Rossia, controlado por Iuri Kovalchuk, considerado o “banqueiro pessoal dos altos responsáveis russos”, foi directamente sancionado pelos EUA, mas os clientes de três outros bancos também se viram afectados.
O Rossia serve 470 mil particulares e 24 mil empresas, segundo a AFP. Os bancos SMP e Investkapitalbank, detidos pelos irmãos Rotenberg, ambos incluídos na lista de sanções, também foram afectados pela decisão da Mastercard e da Visa, assim como o Sobibank, uma filial do Rossia.
O índice bolsista russo MICEX iniciou a sessão de sexta-feira com uma queda de 3%, acabando por conseguir obter uma ligeira recuperação ao fim do dia, mas mesmo assim fechou em terreno negativo.
Logo após a declaração de Obama, a agência de notação financeira Standard and Poor’s anunciou que ia colocar a nota da Rússia numa perspectiva “negativa”, o que significa que nas próximas avaliações o rating da dívida pode descer. Outra agência, a Fitch, seguiu o exemplo. Moscovo retirou importância às revisões das agências de rating, lembrando as “objecções” em relação à sua objectividade levantadas tanto por especialistas russos como ocidentais.
Ao contrário da primeira lista de sanções americanas anunciada no início da semana, as personalidades abrangidas desde quinta-feira são sobretudo empresários com ligações profundas ao Kremlin. O Presidente norte-americano, Barack Obama, deixou ainda em aberto a possibilidade de aplicar sanções a vários “sectores-chave da economia russa”, caso a tensão continue a escalar.
Essa perspectiva seria verdadeiramente preocupante e o próprio Obama não escondeu “que podem ser disruptivas para economia mundial”. “Se as sanções limitarem as possibilidades de pagamento aos agentes estrangeiros, isso será grave”, afirmou à AFP Mikhail Kuzimne, analista do Investcafe, lembrando que “a maioria das empresas russas que têm negócios no estrangeiro efectua os seus pagamentos em dólares e tem contas nos EUA”.
Nada disto parece, contudo, afastar a Rússia da sua via e mesmo os visados pelas sanções parecem não temer novas interdições. Entre as reacções às medidas tomadas pelos EUA e pela União Europeia há um tom de desafio e orgulho, como demonstram as palavras de Vladimir Iakunin, presidente da empresa estatal de caminhos-de-ferro: “Não posso esconder que estou orgulhoso, todas as pessoas nesta lista são notáveis, são pessoas que fizeram muito pela Rússia.”




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loureiro75

GF Bronze
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Como se previa, Moscovo rejubilou com a anexação da Crimeia e zombou das sanções solenes do Ocidente: o parlamento russo, que deve aprovar ainda esta semana a entrada da Crimeia na Federação Russa, aprovou uma moção a pedir a Barack Obama e à União Europeia que alarguem as sanções aprovadas a todos os deputados russos, e não apenas aos políticos considerados “ideólogos” do separatismo da Crimeia face à Ucrânia. E esta é uma palavra que vamos ouvir muitas vezes, por estes dias: separatismo. Impávida face ao referendo da Crimeia e aos perigos que ele envolve, a Rússia lembra o Kosovo, diz que o Ocidente tem dois pesos e duas medidas, e joga com velhos fantasmas que ainda pairam sobre a política internacional. Mesmo que o tenham subtraído ao G8, agora G7, o tempo é de medição de forças e de glória, mesmo que efémera, para Putin. Os dias que se seguem serão cruciais para ver se o que parece tremer não acabará mesmo por ruir.


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