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Cabo Verde Independência trouxe "ganhos" mas desafios são "ainda muitos"

Glorioso1212

GF Ouro
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Jan 24, 2013
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Os partidos políticos de Cabo Verde consideraram hoje que os ganhos da independência, conquistada há 39 anos, trouxeram "orgulho e dignidade" ao país e sublinharam, cada um à sua maneira, que os desafios persistem e são muitos.

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O "consenso" foi obtido nas intervenções oficiais dos três partidos políticos com assento parlamentar na Assembleia Nacional (AN) de Cabo Verde, que decorreu no Mindelo, ilha de São Vicente, para assinalar o 39.º aniversário da independência do arquipélag
Para o líder parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, que sustenta o Governo desde 2001), Felisberto Vieira, apesar dos ganhos já conquistados, há a necessidade de consensos entre as forças políticas e os parceiros sociais, para se evitar "condicionar a dinâmica de transformação" do país.

"O futuro não se compadece com uma visão imediatista, nem se compagina com uma lógica de crispação política em torno de questões fundamentais para os cabo-verdianos, como a soberania, a democracia e o desenvolvimento", sustentou, insistindo na ideia de "pacto nacional", já defendida pelo primeiro-ministro, José Maria Neves.

Os desafios, prosseguiu, citado pela agência noticiosa cabo-verdiana, Inforpress, passam por maior crescimento económico, melhor taxa de emprego, mais combate à pobreza, mais produtividade e bem-estar social e menos desigualdade, mesmo numa conjuntura internacional "ainda difícil",

Por seu lado, o líder parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Fernando Elísio Freire, também citado pela Inforpress, referiu que, 39 anos depois, o principal desafio do desenvolvimento passa pelo aprofundamento da descentralização, um "imperativo estratégico" que deve orientar o Governo.

Só assim, defendeu, se garante o desenvolvimento e o bem-estar dos cabo-verdianos, evitando-se as "tentações de excessiva centralização" e de "desrespeito" pela autonomia municipal, de "manipulação" de associações comunitárias e de "utilização" de responsáveis de serviços desconcentrados do Estado como ativistas políticos ao serviço do partido que sustenta o Governo.

"Todos são necessários para construir o país. Mas, para se ter esperança no futuro, deve-se continuar e a trabalhar no presente", salientou Elísio Freire, que optou por um discurso mais centrado na temática da descentralização, uma "bandeira política" do MpD, que conta com 32 deputados, menos seis que o PAICV.

O líder da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição - dois parlamentares), António Monteiro, defendeu a ideia de que, após 39 anos de independência, "os cabo-verdianos ainda não usufruíram verdadeiramente dela em pleno" devido a "incoerências internas" e "condicionalismos externos".

Citado ainda pela Inforpress, António Monteiro argumentou que, apesar de o futuro estar a ser construído com um "incomensurável esforço coletivo", os "anseios do povo tardam em realizar-se", pois o cidadão cabo-verdiano continua a ver o Estado como "algo abstrato, insensível, amorfo e alheio ao bem comum", e o Governo como uma "máquina incapaz" de agregar outras vontades.

"São tímidos os passos que se dão, reticentes as decisões que se tomam, clonados modelos que se criam, atrasados os projetos que se engendram e minguados os resultados alcançados", sustentou, lembrando que o país exige um "esforço, renovado, lúcido, persistente, consequente e patriótico" capaz de conduzir ao "Cabo Verde real".




N.M
 
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