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GF Ouro
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Portugal continua a ser, ainda assim, o único país da Europa Ocidental a não conseguir entrar no grupo dos mais ricos do mundo, do qual até a Irlanda e a Grécia fazem parte.
76 mil. Era este o número de milionários que Portugal tinha até ao final do primeiro semestre deste ano. Ou seja, era o número de portugueses com um património superior a um milhão de dólares, o equivalente a quase 790 mil euros. Os dados são do Global Wealth Report 2014, publicado ontem pelo Credit Suisse Research, que estima que cada português adulto tenha, em média, um rendimento de 77,6 mil euros, mais 8,1% do que no ano passado. Por contraste com o património elevado, as estatísticas da Autoridade Tributária mostram que em 2012, o último ano sobre o qual há dados, foram menos de três mil os agregados familiares que declararam rendimentos superiores a 250 mil euros.
Em Portugal, como em Espanha, Singapura ou na Austrália, a desigualdade é considerada apenas "média": os 10% mais ricos detêm 58,3% da riqueza total do país. É uma proporção que se mantém há vários anos, já que, em 2000, era de 57,8%, tendo caído ligeiramente em 2007, para 56%. Mas Portugal continua a ser, ainda assim, o único país da Europa Ocidental a não conseguir entrar no grupo dos mais ricos do mundo - até a Irlanda e a Grécia, que, como Portugal, passaram por programas de ajustamento da troika, fazem parte deste clube.
Para Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas, a explicação é óbvia: a destruição da classe da média. "A crise que afetou a Europa, e de forma muito especial Portugal, teve maior incidência nos que tinham capacidade de compra e que deixaram de ter. A juntar a isso, muitos ficaram numa situação de endividamento, o que é um fator de pobreza muito significativo. Isto só prova que Portugal empobreceu nos últimos cinco anos", considera.
dn