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O fim do GES?

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A recta final
CRISTINA FERREIRA
Uma análise aos últimos oitos meses de vida do Grupo Espírito Santo revela que o banco era na prática o gestor de tesouraria da Portugal Telecom. O colapso do GES não poderia, por isso, deixar ilesa a PT. E um banqueiro caiu em desgraça. Esta é a segunda parte da história do fim de um império.
As grandes crises desenvolvem-se, muitas vezes, em plena luz do dia, mas há sempre quem não dê por elas. Foi o que aconteceu com o Grupo Espírito Santo (GES), que, depois de três anos de progressiva degradação, permanentemente disfarçada, e comportamentos duvidosos, faliu num mês. Para se ser mais preciso: o universo empresarial Espírito Santo tinha excesso de dívida acumulada, que a crise económica profunda e longa acentuou, e não resistiu; Ricardo Salgado, presidente do grupo, baseava o seu poder num fôlego financeiro que afinal não existia e o mito caiu. Há ainda a Portugal Telecom com uma relação promíscua com o BES, que actuava como gestor de tesouraria da operadora, o que os episódios aqui relatados provam.
A história do poder que o GES assumiu durante décadas conta-se até Dezembro de 2013. Os oitos meses seguintes, que culminaram na detenção para interrogatório de Ricardo Salgado, líder do clã durante duas décadas, são o epílogo de um grupo com 149 anos. E foi tão fácil pôr-lhe uma pedra em cima.
Como a Revista 2 adiantou na semana passada, o que se passou na esfera Espírito Santo foi um processo com múltiplas ocorrências públicas, polémicas judiciais cruzadas, que tornam impossível às autoridades, Governo, Banco de Portugal, Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) dizer que não sabiam de nada. A hesitação em atacar o problema de frente explica-se, talvez, pelo medo de contaminar o sistema financeiro português, gerando uma crise de confiança e de liquidez que acabasse em falências. Ou, então, pelo receio de intervir num banco liderado por um homem poderoso.
 
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