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GF Ouro
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A acusação refere que, nessa noite, Luís Patrick e Fernando Marinho andaram de mota pela serra a atear vários focos, que resultaram nos incêndios de Alcofra, Meruge e Silvares, tendo o primeiro alerta sido dado às 23:54.
Na sétima sessão do julgamento, que decorre na secção de proximidade de Vouzela, foi ouvida, por videoconferência, Elisabete dos Anjos, emigrante em França e que no verão costuma passar férias em Ribeira de Alcofra, na casa da mãe.
A mulher contou que nessa noite terá chegado ao café «mais ou menos às 23:40», juntamente com a mãe, o marido, os filhos, um irmão, a cunhada e um sobrinho (num total de nove pessoas) e que, perto da meia-noite, o dono do estabelecimento recebeu um telefonema a informar do fogo.
Contou que, quando já estava com a família numa sala do café usada para jogar «snooker», viu Luís Patrick a entrar no estabelecimento e dirigir-se ao balcão, «mais ou menos às 00:20».
Em primeiro, Elisabete dos Anjos disse que Luís Patrick se dirigiu ao balcão e falou com a dona do café, mas quando foi informada de que a mulher garantiu em tribunal não ter visto o arguido nessa noite, admitiu que afinal não tinha a certeza «se era ela ou o dono».
O juiz presidente advertiu a testemunha de que, apesar de se encontrar em França, estava obrigada a dizer a verdade ou então poderia ser instaurado um inquérito para averiguar a eventual prática de um crime de falsas declarações (tal como já aconteceu relativamente a outras duas testemunhas de Luís Patrick).
Referindo-se ao dono do café, à mulher e ao filho deste, o juiz lembrou que os três garantiram em tribunal que nessa noite havia pouca gente no estabelecimento e que fecharam cerca da meia-noite, depois de terem sabido do incêndio.
Como Elisabete dos Anjos manteve a sua versão, a GNR foi buscar a mãe dela, Maria dos Anjos, a casa, para depor. No caminho entre Alcofra e Vouzela, esta recebeu um telefonema da filha, presenciado pelos militares que a acompanharam.
Maria dos Anjos garantiu que só falou com a filha acerca de uma carta registada de que estavam à espera, mas o juiz considerou «extraordinário» que, não se falando as duas há cerca de oito dias, Elisabete tivesse decidido telefonar-lhe minutos depois de ter sido ouvida em videoconferência.
A mulher confirmou ter estado no café com a família, ter visto Luís Patrick no balcão e ouvido a sua voz. Mais tarde, admitiu que já o foi visitar «duas ou três vezes à prisão», com uma neta que foi namorada dele e que, pelo menos numa das viagens, apanhou boleia do pai do arguido.
Antes, também Elisabete tinha confirmado a existência de um namoro entre a sobrinha e Luís Patrick e admitido que foi a pedido deste que, em outubro de 2013, se deslocou à Polícia Judiciária de Aveiro para prestar declarações.
No entanto, assegurou que Luís Patrick não lhe pediu para ela dizer que o tinha visto.
Luís Patrick e Fernando Marinho estão acusados, em coautoria, de um crime de incêndio florestal, de quatro homicídios qualificados e de 13 de ofensa à integridade física qualificada. Sobre o primeiro recai também a acusação de condução sem qualificação legal.
A próxima sessão ficou marcada para 02 de dezembro, devendo nesse dia ser feitas as alegações finais.
tvi24