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Portugal deixa passar em claro todos os subornos no Estado

Feraida

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o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, com Maria Luís Albuquerque

Maior suborno detetado em 224 casos de corrupção internacional foi de 1,1 mil milhões de euros.
As autoridades portuguesas deixaram passar em branco - não conseguiram aplicar qualquer sanção relevante - todos os casos de suborno ou de corrupção internacional envolvendo decisores e agentes do sector público detetados entre 15 de fevereiro de 1999 e 1 de junho deste ano, acusa a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
O balanço feito ao nível dos países mais desenvolvidos é algo desolador. Tal como nos países mais pobres, o grau de impunidade face aos crimes referidos parece ser elevado.

In:Dn

OBS:E ninguém vai preso?????:shy_4_02:
 

Feraida

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Aqui o artigo completo:

OCDE: Portugal deixa passar em claro todos os subornos no Estado

As autoridades portuguesas deixaram passar em branco -- não conseguiram aplicar qualquer sanção relevante -- todos os casos de suborno ou de corrupção internacional envolvendo decisores e agentes do sector público detetados entre 15 de fevereiro de 1999 e 1 de junho deste ano, acusa a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
O balanço feito ao nível dos países mais desenvolvidos é algo desolador. Tal como nos países mais pobres, o grau de impunidade face aos crimes referidos parece ser elevado.
De acordo com um estudo hoje divulgado, Portugal é um dos 24 países desenvolvidos ou ricos onde nada de relevante aconteceu no que respeita à aplicação de sanções contra casos provados de corrupção e suborno no Estado "no contexto de negócios internacionais".
A OCDE não entra em detalhes relativamente aos casos, mas confirma que Portugal está na lista dos países onde houve corrupção e onde os casos foram seguidos pelas autoridades. Já as penalizações: zero.
O estudo analisou ações desencadeadas pelas autoridades contra 263 indivíduos e 164 entidades, num total de 427 casos. Neste universo, os Estados Unidos foram o país com mais sucesso na penalização dos crimes, tendo sancionado 128 esquemas de suborno, seguidos da Alemanha (26) e da Coreia (11).
Cerca de 43% dos casos de suborno aconteceram em países com índices de desenvolvimento humano "muito elevado" ou "elevado", observa a instituição.
Que tipo de corrupção está aqui em causa? Segundo a organização, "a maioria dos casos são subornos pagos para ganhar contratos públicos (57%), seguido de processos de facilitação alfandegária (12%)".
"Em média, os subornos pagos representaram 10,9% do valor total da transação e 34,5% dos lucros".
As entidades mais permeáveis à corrupção em negócios internacionais são, claramente, as empresas públicas. Segundo a investigação, 80,1% dos subornos pagos (valor) foram para funcionários de empresas públicas; quase 7% do valor total em subornos ficou nas mãos de "chefes do Estado"; 4,1% do dinheiro foi para "ministros"; 2,9% para "funcionários do sector da Defesa" e 1,1% para "agentes alfandegários".
O maior valor oferecido a título de suborno ascendeu a 1,4 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros); o mais baixo foi 10,5 euros.
Nos 224 casos em que foi possível determinar o valor das luvas pagas, o total de subornos ascendeu a 3,1 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros).
Portugal é um dos 24 países que não conseguiu sancionar este tipo de corrupção, a maioria no conjunto das 41 nações signatárias da convenção anti-corrupção.
Nos últimos anos não têm faltado casos mediáticos em Portugal que levantam fortes suspeitas de tentativas de corrupção de estrangeiros junto das autoridades nacionais. Recorde-se o caso dos submarinos alemães ou dos vistos gold, por exemplo.
A Convenção Anti-Corrupção internacional no sector público entrou em vigor em 1999 e foi assinada pelos 34 países da OCDE mais Argentina, Brasil, Bulgária, Colômbia, Letónia, Rússia e África do Sul.
 

Feraida

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Suborno afecta sobretudo funcionários de empresas públicas

A indústria extractiva é o sector mais afectado por esta realidade, seguindo-se a construção e os transportes, revela um relatório publicado ontem.
Os subornos em negócios internacionais atingem sobretudo os funcionários de empresas públicas, refere um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre este tema. Os dados resultam da análise de 427 casos concluídos entre a entrada em vigor da Convenção anti-suborno da OCDE (15 de fevereiro de 1999) e 1 de Junho de 2014.

"Os subornos foram prometidos, oferecidos ou dados mais frequentemente" a funcionários de empresas públicas (27% do total de cargos públicos), seguindo-se agentes alfandegários (11%) e responsáveis da saúde (7%) e defesa (6%).

Na maior parte dos casos, os subornos pretenderam obter contratos com o sector público (57%). Em média, os subornos atingiram 10,9% do valor total da transacção e 34,5% dos lucros, continua o documento.

A OCDE indica ainda que quase metade dos casos envolveram o suborno de funcionários públicos de países com níveis de desenvolvimento humano elevado ou muito elevado.

O retrato traçado permite identificar os quatro sectores mais afectados por esta realidade: indústria extractiva (19%), construção (15%), transporte e armazenamento (15%) e informação e comunicação (10%).

Mais: em 41% dos casos analisados, as chefias pagaram ou autorizaram o suborno, enquanto os presidentes executivos estavam envolvidos em 12% dos casos. As grandes empresas também estão em destaque, já que estão envolvidas em 60% dos casos.

Os casos de suborno ditaram a prisão de 80 indivíduos, sendo a pena mais longa de 13 anos. Outros 38 contam com penas de prisão suspensas. Foram ainda impostas 261 multas: a mais elevada, contra uma empresa, ascende a 1,8 mil milhões de euros. Já a sanção mais alta contra um indivíduo atinge 149 milhões de dólares.

In:Económico
 
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