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GF Ouro
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O plano Vigipirate, sistema de alerta de segurança criado em 1978 em França, foi colocado no nível máximo na região de Ile-de-France, à qual pertence Paris. A capital francesa acordou hoje com um ataque contra o 'Charlie Hebdo', que foi levado a cabo por dois homens armados e fez 12 mortos.
Entre os mortos contam-se os conhecidos cartoonistas Charb, que era também diretor do jornal satírico fundado em 1970 e habituado a grandes polémicas, Cabu, Wolinski e Tignous. Dois polícias morreram também. Um deles era o que estava responsável pela segurança de Charb.
O 'Charlie-Hebdo' tem sido alvo constante de ameaças, tendo visto a sua sede ser mesmo incendiada em 2011. Em 2006, o jornal satírico foi um dos que primeiro publicou, em nome da liberdade de expressão, os 12 cartoons de Maomé, o profeta do Islão, que tinham sido originalmente publicados pelo dinamarquês 'Jyllands-Posten'. A publicação dos cartoons gerou uma onda de indignação em todo o mundo islâmico, chegando a haver mortos, embaixadas estrangeiras incendiadas em países como a Líbia.
A última capa do jornal satírico era dedicada ao novo livro de Michel Houellebecq, intitulado 'Soumussion' (Submissão) e publicado hoje, no qual se imagina uma França dominada pelo Islão, em 2022. Em destaque, um cartoon de Houellebecq diz: "Em 2015 perco os meus dentes... Em 2022, faço Ramadão!". Outro desenho põe o escritor a dizer: "Em 2036 o Estado Islâmico fará a sua entrada na Europa". O último Tweet colocado na conta do 'Charlie Hebdo' antes do ataque era sobre os desejos de Bom Ano Novo de Al-Baghdadi - o autoproclamado líder do grupo terrorista Estado Islâmico (que atua principalmente na Síria e no Iraque mas já ameaçou várias vezes os países ditos ocidentais).
O presidente francês, François Hollande, já esteve no local do ataque e afirmou que há poucas dúvidas de que se trata de um "ataque terrorista", havendo relatos de que os atacantes, ainda em fuga, terão gritado "Allah Akbar". A viatura em que seguiam foi abandonada mas não se sabe a sua identidade nem a que grupo ou organização terrorista pertencerão.
Media, jornais de culto, escolas e outros locais de grande concentração de pessoas foram alguns dos alvos do reforço de segurança. Tal já tinha sucedido no Natal. Com militares franceses a patrulharem as ruas de Paris. Isto depois de nos dias anteriores terem sido registados em território francês três incidentes em que homens dirigiram de forma intencional as viaturas que conduziam contra pessoas que passavam na rua. Apesar de tudo, apenas um dos incidentes foi classificado como ação terrorista.
dn