kokas
GF Ouro
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Rapariga usou na rua uma armadura com seios e rabo exagerados sendo de imediato assediada por vários homens. Foi obrigada a esconder-se.
Kubra Khademi pretendia chamar a atenção para o assédio que as mulheres no Afeganistão continuam a ser alvo, 14 anos depois da queda dos talibãs. O objetivo era andar numa rua de Cabul - onde em 2008 foi assediada - durante dez minutos, mas ao fim de oito foi obrigada a entrar para o carro e, ainda assim, não foi fácil abandonar o local, como muitas pessoas a atingirem o veículo.
"Aquela ****. O que está ela a fazer? Ela é estrangeira? Quem diabo é ela?", foram as frases que Khademi ouviu enquanto andou com a "lingerie de ferro", como a própria contou à BBC. Os homens atingiram-na com objetos e até as crianças gritaram contra a artista.
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A artista contou que o ferreiro a quem recorreu para construir a armadura ficou surpreendido com a ideia. A "lingerie de ferro" demorou várias semanas a ficar pronta e Khademi explicou que os seios e o rabo exagerado pretendem mostrar que "é tudo o que os homens veem nas mulheres".
Desde aquele dia que Kubra Khademi foi obrigada a esconder-se. Recebe ameaças de morte por e-mail ou por telefone, mas não se arrepende do que fez. "O que estou a enfrentar é a realidade da minha sociedade", salienta. E garante: "Não vou parar."
A ideia da armadura de ferro surgiu devido a uma experiência que teve aos cinco anos. Foi assediada sexualmente e recorda o quanto esse momento a perturbou. "O que me lembro desse dia é a frase que eu disse: 'Quem me dera que a minha roupa interior fosse feita de ferro", referiu. Em 2008 sofreu novo assédio, enquanto estudante, na rua por onde andou com a armadura. "Eu gritei e gritei e todas as pessoas começaram a olhar e a gritar comigo, dizendo 'como te atreves a gritar, sua ****'", recorda.
dn