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GF Ouro
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Substituto do açúcar. Chegou a ser considerado "perigoso" mas um novo estudo diz que até pode ajudar a combater o cancro.
Em 35 anos muita coisa pode mudar no conhecimento científico sobre determinada substância. E a sacarina, um edulcorante (substituto do açúcar), derivado do pe-tróleo, parece ser o mais recente exemplo desta "volatilidade" das evidências.
No início da década de 1970, na sequência de estudos em ratos de laboratório que associaram a sacarina ao surgimento de cancro na bexiga, a Food and Drug Administration (FDA), a rigorosa autoridade dos medicamentos e alimentos dos Estados Unidos, ordenou que todos os produtos com esta substância passassem a conter a advertência de que poderiam constituir um "perigo para a saúde".
Só em 2000, depois de diversos estudos terem considerado não existir qualquer "evidência conclusiva" de que este edulcorante causasse esta ou outra forma de cancro nos seres humanos, foi ordenada a sua remoção da lista de substâncias cancerígenas do programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos. Mas seriam necessários ainda muitos anos até que novos estudos viessem sugerir que, afinal, a sacarina até pode revelar-se uma aliada na luta contra certas formas de cancros agressivos.
A chave para este potencial papel benéfico passa pela facilidade com que esta substância se liga à anidrase carbónica IX, uma enzima presente no nosso organismo, que desempenha um papel importante em diferentes processos biológicos, mas está também associada a várias formas de cancros agressivos, nomeadamente da mama, pulmões, fígado e cérebro.
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