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GF Ouro
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Em cada mil bebés, oito sofrem de cardiopatia congénita e quatro precisarão de ser operados. Maioria fica sem problemas.
Tratar de um bebé com um problema grave no coração é uma batalha para os médicos. Salvar-lhe a vida é a recompensa. Como o caso de Flor, que está quase a fazer dois anos. A menina recebeu um coração novo aos oito meses, em dezembro de 2013, depois de ter estado quatro meses ligada a um coração artificial até ter encontrado um dador. E quando chegam a adultos criam-se novos desafios. Em cada mil bebés nascidos, oito vão sofrer de uma cardiologia congénita, uma mal formação na estrutura do coração que não tratada leva à morte. Destas oito crianças, quatro vão precisar de ser operadas. A taxa de sobrevivência imediata é de 97%.
Bons resultados que estão a levar à criação de nova especialidade: a de cardiologistas pediátricos que se estão a transformar em especialistas de cardiopatia congénita para tratar destas crianças quando chegam a adultos. "Há umas décadas a mortalidade era elevada, mas houve grandes melhorias das terapêuticas médicas e cirúrgicas e estas crianças vão chegar à idade adulta. Têm de existir centros de adultos capazes de tratar esta doença", diz Conceição Trigo, cardiologista pediátrica no Hospital de Santa Marta e que moderou um debate sobre o tema no 36.º Congresso Português de Cardiologia.
A cardiopatia congénita não é a única a lançar o desafio. Existem outras doenças graves, mais raras, como a miocardiopatia dilatada - que impede o coração de bombear sangue para todo o corpo - e que obriga a transplante. Conceição Trigo continua a acompanhar Flor. "Está ótima e a viver no Porto. Vem cá para as consultas de seguimento. Está sem problemas", garante.
dn