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Presa 75 360 de Auschwitz conta a alunos portugueses meses de horror

kokas

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Holocausto. Ida Grinspan, uma judia francesa de 85 anos, passou 16 meses em campos de concentração. Esteve na escola Rainha D. Leonor, em Lisboa, onde recordou como foi libertada pelos russos e transportada em carrinhos de mão
O auditório da Escola Secundária Rainha Dona Leonor, em Lisboa, encheu-se ontem de manhã para ouvir na primeira pessoa o relato de um sobrevivente do Holocausto. Alunos, professores, curiosos, esperavam a chegada de Ida Grinspan. Uma judia francesa, de 85 anos, baixa, franzina, mãos bem cuidadas, olhos vivos e rosto sorridente. E os infames números de Auschwitz tatuados no braço esquerdo. Quem esperava um relato sombrio e amargo saiu desapontado, pois Ida conta a sua passagens por vários campos de concentração com emoção, mas também com um sentido de humor que os 70 anos de distância dos factos já lhe permitem.



Ida Grinspan começa a sua intervenção de forma emocionada, comovida, com as lágrimas a espreitarem. Não por si, não pelos seus 16 meses como deportada, mas por estar em Portugal. "Estou muito feliz por estar no país do cônsul [Aristides] Sousa Mendes, que salvou tantas vidas, e isso emociona-me imenso", diz em francês, a única língua que fala, além do yiddish. Volta a emocionar-se mais tarde quando descobre que na plateia está um sobrinho do diplomata português.

Os pais de Ida Grinspan saíram da Polónia no início dos anos 20 e rumaram a Paris, a capital de uma França que "naquela altura tinha uma aura de liberdade, o que levou os judeus a decidirem ir para lá". E foi lá que nasceram os dois filhos do casal, primeiro um rapaz e depois Ida, em 1929, cinco anos depois de chegarem a Paris. "Não falávamos de religião em casa, falávamos de liberdade, de democracia", recorda a sobrevivente. Mas com a chegada dos anos 40 o sentimento de liberdade começou a ser trocado, pouco a pouco, pelo medo.
"Com a invasão alemã muitas escolas foram fechadas, mas a minha não. Por isso os meus pais mandaram-me para o campo. Não por ser judia, nessa altura não sabíamos o que iria acontecer aos judeus em França, mas porque não queriam que eu passasse fome". E foi assim que Isa foi parar a Deux-Sèvres, tinha 10 anos.



dn


 
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