• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

As safias à bóia

H

helldanger1

Visitante
russada.jpg


As safias (Diplodus vulgaris) também conhecidas por rossadas, abeiram à costa no final de Abril até meados do Novembro, afastando-se com a chegada do Inverno para as funduras, devido a mares bravos e à temperatura da água ser mais fria. Este peixe da família Sparidae a que o sargo também pertence, tem com ele grandes semelhanças e comportamentos quase idênticos, pois gostam de fundos rochosos e partilham o mesmo habitat, alimentando-se junto a pedras com mexilhão, percebes e limoPreferem profundidade superior a 3 metros em que a cor da água seja limpa ou azul, gostam também de mares mansos onde faça água branca junto à pedra, não em excesso, pois é com a pequena subida e descida das vagas que aproveitam a força impulsionadora desta para arrancarem pequeno conchilho; ou seja, quando o mar faz a escoa ou leva, servem-se da força da água e do seu peso para arrancarem com os dentes pequenos conchilhos diminuindo-lhes assim o esforço que teriam que fazer a nadar se não tivessem a ajuda da corrente. Por outro lado também o mar ao remexer um pouco o fundo desloca pequenos crustáceos e minhocas, como por exemplo a camarinha e a tiagem, minhoca esta que vive na areia. Dando estes exemplos os pescadores com mares mansos devem escolher pesqueiros onde faça feição.


A situação inverte-se com o mar mais mexido procurando-se locais com mar mais brando, uma observação do mar estudada é a chave para o sucesso. 0 mar vê-se melhor na baixa mar onde estão as marisqueiras, as areias novas e os fundões e é de madrugada pelo facto de termos o sol nas costas, vindo do nascente não espelhando na água como acontece à tarde. Todo o pesqueiro tem a sua época e a sua feição de mar. 0 posicionamento das pedras, ou seja, dos pesqueiros é diferente. Há pedras mais recuadas outras mais avançadas, pedras onde o mar tem mais e menos altura de água, pesqueiros em que o mar depositou areia em excesso cobrindo as marisqueiras, tapando o mexilhão, percebes e limos, cobrindo os buracos onde o peixe se escondia. Devemos pois escolher o momento oportuno para lá pescar, quando de sarear e as pedras criarem novamente marisco, dependendo sempre do estado da ondulação para que se possa ser bem sucedido. Se estiver muito vento deve escolher-se uma pedra que esteja abrigada, as fortes nortadas esbarrentam a água principalmente no Cabo da Roca, ponto mais ocidental da Europa, devido a estar muito exposto à nortada principalmente com mar bravo o que não é do agrado do peixe, como também parte o limo na altura do Verão por ele estar maduro deixando a água suja tendo tendência a juntar-se nas baias, o que é prejudicial à pesca por tapar a iscada. Se a maré for de Lua Nova ou Cheia, enche muito mas também vaza muito dando oportunidade de pescar em pedras mais avançadas na vazia e mais recuadas na maré cheia, devendo-se pescar a vazar em pedras de ponta mais avançadas e a encher em pedras mais recuadas, visto o peixe acompanhar a maré a mariscar e desta forma também o engodo trabalhar melhor. 0 pescador deve procurar o peixe pescando em pesqueiros pouco engodados, sendo preferível andar mais e procurar pesqueiros onde o peixe esteja sossegado e não escaldado e saturado de engodo. O esforço e a caminhada geralmente são recompensados.
 
H

helldanger1

Visitante
Se acaso o leitor é principiante aconselho que peça umas dicas a um pescador mais experiente que conheça a costa, o que lhe vai poupar uns anos de aprendizagem.

E de madrugada, ao rompe do dia, que este peixe está mais activo procurando mais a comida. É nessas horas que se ferram as maiores safias e em maior quantidade, ao meio dia com o Sol na vertical há mais incidência dos raios solares, e nestas horas para sermos bem sucedidos há maior necessidade em utilizar linhas muito finas.



Este peixe gosta de águas azuis e de boa visibilidade, é desconfiado e tímido até no comer mordiscando a iscada uma ou duas vezes antes de engolir, daí a utilização de anzóis pequenos e iscadas pequenas. Uma apresentação perfeita da isca ao peixe é fundamental para este pegar; por exemplo o camarão deve ser descascado e partido com a unha em dois ou três pedaços meio esfarrapados, iscando-se um de cada vez só a tapar o anzol. 0 peixe pega melhor não suspeitando de uma iscada tão grande em suspensão. As safias podem ser capturadas a pescar ao fundo de barco, na costa também ao fundo ou á chumbadinha ao sentir ou à bóia. Pessoalmente prefiro pescar à bóia pela luta e o prazer que dá ferrar as safias com uma cana leve e sensível, também podendo assim obter melhores resultados por estar a engodar e a pescar pelo fundo não ficando tão presa como é o caso da pesca ao fundo e da chumbadinha. As safias que mariscam junto à costa têm um paladar diferente e mais saboroso. Este peixe alimenta-se de pequenos crustáceos, limo, lapas, pequeninas minhocas e mexilhão. 0 pescador deve amanhar o peixe que captura para ter uma noção dos fundos em que o peixe se alimentou.

A técnica de pescar à bóia, às safias é quase igual à dos sargos para se obter bons resultados deve pescar-se quase rente ao fundo. Se o pesqueiro tem muita altura de água e a cana que se utiliza é curta pesca-se utilizando uma bóia da correr permitindo assim alcançar a profundidade desejada limitada pela borrachinha furada de silicone que serve de batente na bóia, marcando assim a fundura desejada, embora haja inconvenientes. Por exemplo, o vento se fizer seio na linha levanta o batente tirando sensibilidade à bóia, como também o engodo em pesqueiros fundos, salvo excepção em caneiros e buracos não trabalha tão bem afastando-se e dissipando-se com a corrente ao afundar caindo longe do local onde se pesca devido à muita altura da água. Prefiro uma bóia fixa por obter bons resultados no litoral de Sintra, não contrariando opiniões de pescadores de outros pontos do país como, por exemplo, uma zona do Algarve a Carrapateira em que os pesqueiros em altas falésias obrigam a outro tipo de bóia.



Em pesqueiros normais utilizo uma bóia clássica que tenha bojo e a terminar seja fina e esguia a fim de mergulhar sem oferecer resistência. Uma bóia redonda de pião, por exemplo, nega o fim para o qual foi criada. 0 peixe engole a isca segue o seu caminho e ao sentir uma resistência anormal cospe o anzol, o que não acontece com as Hiro de Competição, pois têm envergadura e são sensíveis não mergulhando constantemente na ressaca aconselhando as seguintes gramagens: 5, 7 e 10 g, dependendo do estado do mar e do lançamento para o local em que se pesca. Quanto maior for a agitação marítima e o lançamento maior será a gramagem a utilizar.

Se quiser ainda obter maior sensibilidade ao comer do peixe e ao mergulhar da bóia em vez de chumbo fendido, calibra-se esta com uma olivete de gramagem um pouco inferior à bóia, travando-a com um pequeno chumbo fendido a 50 cm do anzol. Quando se pesca à bóia e se está atento ao seu mergulho, com o sol a espelhar na água tirando parte da visibilidade, é necessário o uso de óculos polarizados reduzindo o espelhado do Sol e não ferindo a vista. Empato o anzol directo? Porquê? Deverá fazê-lo para que a montagem trabalhe melhor sem nós de ligação. Os nós, especialmente nas linhas finas tiram resistência e elasticidade à montagem. Em dias de mares mansos, principalmente no Verão o peixe nada devagar, as águas são azuis e com o Sol na vertical, vê-se perfeitamente debaixo de água. Deste modo o peixe pode ver perfeitamente a iscada e também se esta for demasiado grande e se mantiver fixa ou caso este desconfie estar suspensa por um fio não lhe pega. Também pescando perto de água evite mostrar-se ao peixe fazendo movimentos bruscos e utilizando vestuário de cores claras.

safiaboia6.jpg




Aconselho a pescar com o "drag" do carreto um pouco aberto, fechando-o no içar do peixe. Aconselho ainda o 0,16 mm com águas lusas e calmas e 0,20 mm com águas mais tapadas e mais agitadas. A S.C Line da TEAM DAIWA, já demonstrou em muitas situações que é de qualidade superior e resistente à água salgada, durando muito tempo sem perder o brilho ou apodrecer, compensando-me no peixe que não perco. 0 anzol que utilizo para as safias é do mesmo formato que o utilizado para os sargos sendo apropriado para fazer iscadas redondas e não ficar com a patilha à vista. Utilizo camarão e camarinha ou amêijoa. As iscas devem ser de preferência frescas, fazendo iscadas pequenas só a tapar o anzol utilizando o formato CHINU HIGH-TECH n° 4 ou 5, anzol japonês de ferragem rápida e resistente à ferrugem. Um bom carreto não é só para transportar linha é também para içar peixe e quando digo peixe não é só safias, por que a pescar às safias também se apanham sargos por vezes de quilo e meio devendo ser um investimento a longo prazo, pois não vale a pena gastar dinheiro duas vezes a comprar um carreto barato com peças de plástico e metal que não tem durabilidade sujeito a arrasar a roda de coroa num peixe grande que apanhe. Assim invista de uma só vez, aconselho os melhores do mercado: SHIMANO TWIN POWER 4000F, já com duas bobines ou o DAIWA 3500C SS 11 com ABS também com duas bobines. As canas por vezes são aconselhadas pelos donos das lojas de pesca, alguns destes nem pescadores são na realidade. A cana e o trabalhar desta vê-se sim em acção de pesca, no mar no lançamento na ferragem e no trabalhar e içar do peixe é que se vê o seu comportamento. Na loja de pesca apenas se pode constatar o seu tamanho, acção, peso e a maneira como é construída. Aconselho uma cana de bóia leve e robusta de acção de ponteira de ferragem rápida apropriada também para ferragens difíceis, uma cana de 4 metros e meio WEST COAST X DRC 450. Quanto mais fundo é o pesqueiro maior comprimento deve ter a cana. A utilização do material adequado faz com que o pescador tenha êxito e aperfeiçoe a técnica, repito que também o êxito da pesca se deve ao conhecimento da costa e da escolha certa do pesqueiro. 0 pescador ao fazer um ou dois baldes de engodo deve experimentar lançar a bóia em diversas direcções com a iscada quase rente ao fundo experimentando a subir e a descer a bóia de vez em quando para saber em que altura de água se obtém melhores resultados e principalmente para onde o engodo cai e corre. Se não se detectar a presença do peixe não perca tempo escolha outro pesqueiro. 0 pescador deve ser persistente e não esperar que o peixe venha ter com ele, deve ser o pescador a procurar o peixe. 0 engodo é para chamar o peixe ao pesqueiro e pô-lo onde nós queremos, excitando-o a comer, mas nunca empanturrando-o em demasia. Este é feito à base de sardinha de preferência quase fresca, pois agora no Verão está gorda e tem sangue. 0 engodo com mar manso deve ser muito bem pisado e ir-lhe adicionando aos poucos água do mar até obter uma calda fina bem desfeita. Engoda-se constantemente pouco de cada vez, com um compasso de tempo certo para o local onde se pesca, no momento em que o mar faz os rasos, isto é quando momentaneamente acalma, tendo em conta que se deve engodar sempre para o lado contrário para onde a onda faz a escoa, ou seja o retorno da onda centralizando assim o engodo no pesqueiro. 0 pescador não deve deixar lixo nos pesqueiros pois só quando o mar embravece é que ficam limpos, ficando por vezes o lixo no fundo escaldando o pesqueiro e afugentando o peixe ao ver objectos estranhos no seu habitat, além do cheiro a podre e desagradável que deitam. Muita coisa fica por explicar pois há situações que só podem ser exemplificadas na prática.

Original de :Luis Batalha

cumpts
hell
 
Topo