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14 suspeitos e sete dirigentes da FIFA detidos na Suíça por corrupção

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Os sete detidos: (em cima) Rafael Esquivel, José Maria Marin, Eduardo Li, Eugénio Figueiredo, (em baixo) Costas Takkas (sem foto), Jeffrey Webb e Júlio Rocha

Justiça suíça investiga atribuição dos mundiais de futebol de 2018 e 2022. Segundo o New York Times, a investigação prossegue e Blatter não está ilibado.
Sete dirigentes da FIFA foram detidos esta quarta-feira na Suíça, a pedido da Justiça norte-americana [veja aqui a justificação do Departamento de Justiça] que solicitou a sua extradição para que sejam julgados por corrupção. O caso envolve o alegado pagamento de subornos, na ordem dos 92 milhões de euros, desde a década de 1990.
Apesar de terem sido realizadas sete detenções - entre os detidos encontram-se dois atuais vice-presidentes da FIFA - a acusação das autoridades norte-americanas contempla nove dirigentes do organismo, entre estes o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação de Futebol da América do Sul (Conmebol) e Jack Warner, de Trinidad e Tobago, que não estão sob custódia das autoridades.
Segundo nota da procuradoria norte-americana, as autoridades suíças detiveram Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão, atual vice-presidente da FIFA, membro do comité executivo do organismo e presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas); o costarriquenho Eduardo Li, presidente da Federação de Futebol da Costa Rica e membro do comité executivo da FIFA; o nicaraguense Júlio Rocha, presidente da Federação de Futebol da Nicarágua; Costas Takkas, das Ilhas Caimão, ligado ao presidente da Concacaf, Jeffrey Webb; o uruguaio Eugenio Figueredo, atual vice-presidente da FIFA e membro do comité executivo; o venezuelano Rafael Esquivel, presidente da federação venezuelana de futebol e membro do comité executivo da Conmebol; e ainda o brasileiro José Maria Marin, membro do comité organizador da FIFA para os torneios olímpicos de futebol e antigo presidente da federação brasileira de futebol.
A justiça suíça abriu, paralelamente, um outro inquérito relativo à atribuição dos Mundiais de Futebol de 2018 e 2022, à Rússia e Qatar, respetivamente, segundo avança a agência Associated Press. O inquérito contra desconhecidos tem data de março deste ano e refere-se a "branqueamento de capitais e gestão danosa". Os enriquecimentos ilícitos na atribuição das competições ocorreram em parte na Suíça, esclareceu em comunicado o gabinete do procurador-geral helvético, que ordenou buscas aos escritórios da FIFA no âmbito deste processo.
Na sequência das buscas foram apreendidos documentos e dados informáticos. Contas em vários bancos suíços foram ainda congeladas, por alegadamente terem servido aos arguidos para movimentar dinheiro dos subornos recebidos. Os documentos bancários relacionados foram também apreendidos. Segundo o Guardian, as autoridades suíças vão chamar para interrogatório, a propósito desta investigação, dez membros do comité executivo da FIFA. Entre eles, encontram-se o espanhol Angel Maria Villar Llona, presidente da federação de futebol de Espanha, Issa Hayatou, da Confederação Africana de Futebol e Vitaly Mutko, ministro russo do Desporto responsável pelo Mundial de Futebol de 2018, que irá realizar-se no país. Blatter e Platini deverão também ser chamados a prestar esclarecimentos, avança o jornal.
Nesta altura, decorrem também buscas na sede da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), em Miami. O organismo é liderado por um dos detidos na operação, Jeffrey Webb.
Em comunicado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que indiciou nove dirigentes da FIFA e também cinco executivos de empresas de marketing desportivo, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos. "É um período de, pelo menos duas gerações de dirigentes de futebol que, alegadamente, abusaram das suas posições de confiança para adquirirem milhões de dólares em subornos e comissões", disse a procuradora Loretta Lynch. As autoridades norte-americanas consideram que a corrupção fazia parte da cultura dos dirigentes da FIFA, estando fortemente enraizada nos comportamentos dentro da instituição.
Os executivos visados pelos EUA, e cujos nomes foram divulgados pelo The Guardian, são Alejandro Burzaco, líder da Torneos y Competencias SA, uma empresa de marketing desportivo com sede na argentina, Aaron Davidson, presidente da Traffic Sports USA Inc, e Hugo e Mariano Jinkis, da argentina Full Play Group SA.
Estes parceiros da FIFA são suspeitos de terem pago mais de 150 milhões de dólares (cerca de 137 milhões de euros) em subornos, em troca de acordos com os media associados aos grandes campeonatos de futebol. Quatro indivíduos e duas empresas ter-se-ão já declarado culpados, avança a agência Reuters.
Blatter continua na FIFA e eleições vão realizar-se sexta-feira
Em conferência de imprensa, o diretor de comunicação da FIFA, Walter de Gregorio, assegurou que a eleição para a presidência do organismo, que está marcada para sexta-feira, vai prosseguir, assim como o encontro anual da FIFA, que se realiza no mesmo dia - razão pela qual, aliás, muitos dos altos dirigentes que foram detidos se encontravam já em Zurique.
Walter de Gregorio sublinhou que Joseph Blatter, que procura o quinto mandato à frente da FIFA, não está envolvido nem foi acusado pelas autoridades, tal como o secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke. Aos jornalistas, repetiu que a FIFA é a "parte prejudicada" em todo este processo, garantindo que o organismo está a fornecer às autoridades todas as informações ou elementos solicitados. "É um momento difícil, mas estamos satisfeitos com o que está a acontecer", resumiu.
Em relação aos Mundiais de Futebol sob investigação, Gregorio não quis entrar em especulações e garantiu que, da parte da FIFA, a intenção é que ambas as competições se mantenham nos locais já definidos.
Operação ao início da manhã em Zurique
A operação foi levada a cabo pela polícia suíça, nas primeiras horas do dia, no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reuniam para o seu encontro anual. O Ministério da Justiça e a polícia da Suíça confirmaram as detenções e indicaram que se prevê a extradição dos detidos para os Estados Unidos, onde as autoridades de Nova Iorque os investigam por terem, alegadamente, aceitado subornos desde o início dos anos 1990.
As detenções realizaram-se de forma pacífica. Após pedirem as chaves na receção, os agentes dirigiram-se aos quartos dos arguidos. Pelo menos dois homens saíram do hotel sem algemas.
Em causa estarão suspeitas de corrupção nas duas últimas décadas envolvendo os concursos para acolher os Mundiais de Futebol, bem como negócios de marketing e transmissão de jogos, de acordo com três agentes com conhecimento direto do caso.
O New York Times afirma que a investigação representa uma ameaça ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, apesar de este não ter sido acusado. No entanto, escreve o jornal, a investigação prossegue e Blatter não está ilibado.
O FBI, responsável pela investigação nos Estados Unidos da América, terá contado com a colaboração de Chuck Blazer, antigo membro do comité executivo da FIFA que decidiu tornar-se informador da polícia, quando confrontado com acusações de branqueamento de capitais, extorsão e evasão fiscal. Segundo uma investigação publicada em novembro de 2014 pelo The New York Daily News, Blazer, que saiu da FIFA em 2113, chegou a acordo com as autoridades e terá mesmo gravado reuniões que manteve ainda no organismo com outros dirigentes. As provas foram então entregues às autoridades, que obtiveram meios para construir o caso que deu origem às detenções hoje ocorridas



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