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Mais uma polémica. Mundial de 2006 na Alemanha sob suspeita

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Set 27, 2006
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Blatter no discurso de abertura Fotografia © REUTERS/Arnd Wiegmann
Falsa ameaça de bomba atrasa congresso. Congo lança suspeitas sobre Alemanha. Blatter pede espírito de equipa. Manifestantes da Palestina interromperam discurso - querem Israel fora da FIFA.
O Congresso da FIFA em Zurique retomou a sessão com relativa normalidade após o almoço. Os trabalhos, que deveriam ter recomeçado às 13.30, hora local, reiniciaram minutos depois da hora estipulada devido a uma falsa ameaça de bomba, entretanto confirmada pela polícia suíça. As autoridades inspecionaram o perímetro, depois de ser evacuado o salão principal onde decorria o congresso. Os jornalistas que estavam no media center queixaram-se no Twitter de não terem sequer sido informados do alerta, enquanto outros, que estavam na sala maior, foram obrigados a sair.



Jérôme Valcke, o secretário-geral da FIFA, deu conta do falso alarme ao início da tarde, revelando que o Congresso podia seguir (veja aqui em direto a transmissão). Foi o segundo incidente do dia, depois de duas manifestantes palestinianas terem interrompido o discurso de Blatter pedindo a expulsão da FIFA da federação israelita.

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Mundial de 2006 na Alemanha sob suspeita
Esta sexta-feira, no dia em que Blatter corre ao quinto mandato na FIFA, surgem novas informações que podem adensar o escândalo de corrupção que está a abalar o futebol mundial. Numa entrevista à rádio francesa RTL, Constant Omari, presidente da Federação Congolesa de Futebol, acusou a Alemanha de ter comprado o voto da Oceânia para conseguir receber o Mundial de 2006.
Porém, e apesar de as autoridades suíças terem aberto uma investigação à atribuição dos Mundiais de Futebol de 2018, na Rússia, e 2022, no Qatar, o Mundial de 2006 não tinha sido referido em nenhum inquérito. O próprio relatório do FBI, que desencadeou a detenção de sete dirigentes da FIFA, mencionava apenas os Mundiais de 1998, em França, e o de 2010, na África do Sul.
Também o Reino Unido abriu uma investigação, encontrando-se neste momento, avança o Guardian, a analisar material na sua posse relacionado com as acusações de corrupção na FIFA, reveladas esta semana pelo FBI. Esta investigação surge porque as autoridades britânicas suspeitam que várias contas no Barclays, HSBC e Standard Chartered Bank foram utilizadas para transferir dinheiro dos subornos.
Os nomes dos três bancos, com sede no Reino Unido, foram revelados pela acusação norte-americana. A porta-voz do gabinete britânico incumbido da investigação esclareceu que as autoridades estão prontas a apoiar os inquéritos internacionais em curso, sem revelar que tipo de material têm na sua posse.
"Vocês têm o poder"
O 65.º Congresso da FIFA começou esta sexta-feira em Zurique pelas 9.30 locais - menos uma hora em Lisboa. O "pressionado" presidente Blatter chegou cedo ao Zurich"s Theater 11 e teve honras de discurso de abertura: "Os acontecimentos de quarta-feira provocaram uma tempestade e chegou a questionar-se se este congresso deveria ter lugar, ou se a agenda deveria ser alterada. Hoje, apelo à unidade e ao espírito de equipa, para que possamos, juntos, seguir em frente. Pode não ser sempre fácil, mas é também por essa razão que estamos hoje aqui. Estamos aqui para resolver [estes problemas]. Pode não acontecer num só dia, mas estamos a começar e vamos fazê-lo com os membros das federações nacionais, porque vocês são os embaixadores do nosso futebol. Vocês têm o poder para mudar a face da FIFA. Vocês têm o poder nos vossos corações, um poder que não se compra nos mercados", disse Blatter, mais uma vez agarrado às promessas de mudança com que tem tentado convencer os patrocinadores e os líderes mundiais que questionam a sua liderança perante o escândalo de corrupção.
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O discurso de Blatter foi brevemente interrompido por duas manifestantes palestinianas - a FIFA vota hoje a expulsão de Israel do organismo - que gritaram "Israel fora". Uma pequena amostra, dentro de portas, do que se passou no exterior, onde cerca de 150 manifestantes pró-Palestina pediram que Israel fique de fora das competições da FIFA, devido às restrições impostas à liberdade dos jogadores palestinianos.
Durante a manhã, os trabalhos - que contam com menos três delegados, na sequência das detenções de quarta-feira- seguiram os pontos enumerados na agenda do encontro e focaram-se na apresentação dos resultados de 2014, na aprovação do orçamento para 2016 e na discussão da "estratégia político-desportiva" da FIFA. Antes do ato eleitoral, que decidirá a liderança do organismo, os membros do comité executivo terão então de debater a proposta da Associação de Futebol da Palestina, que pede a expulsão da federação de Israel. É necessária uma maioria de três terços para que isso aconteça.
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Ao ponto 17 da agenda colocada no site oficial da FIFA - a eleição do presidente - deve chegar-se ao início da tarde em Portugal.
Antes de as 209 federações nacionais votarem, Sepp Blatter, de 79 anos, e o seu único rival, o príncipe Ali bin al-Hussein, de 39, irão dirigir-se aos presentes. O voto é secreto, ainda que muitos países ou regiões tenham já declarado publicamente o apoio a um dos candidatos. É conhecida a oposição da UEFA - nas palavras duras de Platini - à continuidade de Blatter, mas sabe-se que o presidente da FIFA nos últimos 17 anos tem o apoio das federações de futebol asiáticas e africanas.
Vence o candidato que conseguir obter dois terços dos votos - 139 dos 209. Caso não se verifique esta proporção, passa-se a uma segunda volta: nesta fase, uma maioria simples é suficiente para declarar vitória.
Uma novidade: a FIFA adiou a conferência de imprensa do vencedor, que deveria ter lugar após a votação, para sábado. O que significa que o próximo presidente não vai falar ainda esta sexta-feira à comunicação social. As últimas informações, ainda por confirmar, indicam que a conferência de sábado também foi cancelada.
Caução de 360 mil euros para Jack Warner
O ex-vice-presidente da FIFA, Jack Warner - um dos nove dirigentes do organismo que foram acusados de corrupção e associação criminosa - foi o único dos detidos que não foi preso em Zurique. Warner encontrava-se em Trinidad e Tobago, de onde é natural, e saiu hoje da prisão após ter pago uma caução de 360 mil euros. Declarou-se inocente mas, caso a justiça americana prossiga com o pedido de extradição, deverá ser levado para os EUA.
Warner saiu da prisão de ambulância, em direção a um hospital privado, alegando sinais de esgotamento.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nas últimas duas décadas. Em causa, estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol). Este último não foi detido.
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.


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