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GF Ouro
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Proença de Carvalho confirma ao DN que a iniciativa de abandonar a defesa do ex-primeiro ministro foi sua. Os únicos dois processos que ainda patrocinava foram passados a João Araújo e Pedro Delille.
O advogado Daniel Proença de Carvalho foi durante vários anos o representante legal de José Sócrates. Porém, no caso da Operação Marquês, em que o ex-governante é suspeito de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, José Sócrates não estava a ser patrocinado pelo reputado advogado mas sim por João Araújo e Pedro Delille.
A informação foi confirmada pelo próprio ao DN. "Aconteceu uma coisa muito simples: achei que não fazia sentido continuar a defender o meu cliente nos dois processos contra o Correio da Manhã porque, apesar de serem assuntos distintos, têm alguma conexão com a Operação Marquês".
Proença de Carvalho ainda era advogado de José Sócrates em dois processos cíveis intentados contra o jornal Correio da Manhã, mas que desde janeiro foram subestabelecidos no colega João Araújo, segundo avança a edição de hoje do jornal Público. "Liguei ao meu colega João Araújo que aceitou ficar a patrocinar estes dois processos".
Proença de Carvalho desmente categoricamente que este afastamento esteja de alguma forma relacionado com a Operação Marquês.
Ao Público, Proença de Carvalho admitiu ter subestabelecido os casos de Sócrates que ainda defendia. "Não fazia sentido estar a representar o engenheiro José Sócrates só nestes processos cíveis", justificou. "Além disso estes processos têm alguma relação com a vida que o engenheiro José Sócrates tinha em Paris", acrescenta Proença de Carvalho.
Proença de Carvalho nega ainda que tenha sido o ex-primeiro-ministro a telefonar-lhe para arranjar um advogado para defender o seu então motorista, João Perna, em novembro. "As minhas conversas estarão entre milhares de escutas com muitas pessoas. Mas não haverá uma única escuta que tenha a ver com o conteúdo deste processo", sublinha o advogado.
João Araújo confirma que assumiu, com o colega Pedro Delille, os casos de Sócrates que estavam nas mãos de Proença de Carvalho. "A vontade originária desta alteração foi do Dr. Proença de Carvalho que entendeu que isso seria mais conveniente", afirma João Araújo. E remata: "Isto está tudo ligado".
dn