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"A delinquência na Venezuela é uma política de Estado"

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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Miguel Henrique Otero esteve em Lisboa para explicar o que se passa na Venezuela

O dono do último jornal livre da Venezuela, o 'El Nacional', esteve em Lisboa a pedir solidariedade. Há 70 dias que está impedido de regressar sem poder ser preso por tempo indefinido.
Por ter divulgado uma notícia dada pelo diário espanhol ABC que ligava o presidente do parlamento venezuelano, Diosdado Cabello, ao narcotráfico, o dono do jornal El Nacional está impedido de regressar ao seu país há 70 dias. Miguel Henrique Otero encontrava-se em Israel no dia em que foram emitidos 22 mandatos judiciais contra os responsáveis dos órgãos de comunicação social e não voltou mais à Venezuela. Não está só neste exílio involuntário, já que só dois dos visados se mantêm no país.






Quando se lhe pergunta se já tem uma data marcada para regressar à Venezuela, a resposta é "Não". Se voltar é preso? "Nunca se sabe o que farão. Desde o primeiro dia deste processo que os visados pelo presidente do Parlamento têm sobre eles medidas cautelares que os podem colocar em detenção indefinidamente. Na Venezuela, todos os presos políticos estão detidos sem sentença e podem ficar assim por 20 anos. Há 70 presos políticos e duas mil pessoas em regime de apresentação regular às autoridades."


Segundo o dono do jornal El Nacional "praticamente não há liberdade de expressão no país porque o projeto de Chávez era obter a hegemonia da comunicação social, a exemplo do modelo cubano. Para tal usou uma estratégia de violência física contra os meios e os profissionais, elaboraram-se leis discricionárias e até se esfaquearam jornalistas. O resultado foi o fecho de rádios e televisões e as que restam são vítimas de uma autocensura generalizada. No caso do El Nacional intensificaram as inspeções fiscais e retiraram a publicidade oficial. Fazem campanhas de descrédito, insultam, ameaçam e desprestigiam. Além de que há dois anos que não podemos comprar papel para imprimir o jornal. Assim sendo, temos usado o papel cedido por treze jornais de países vizinhos que nos têm vindo a emprestar papel. Cuba é a exceção."
Quanto a situação dos portugueses que vivem na Venezuela, diz: "Terrível! Porque são pequenos empresários e ressentem-se de um modelo político que destruiu o modelo produtivo. Pode-se dizer que a delinquência na Venezuela é uma política de Estado. A comunidade portuguesa é uma vítima e dificilmente haverá uma família em que um dos seus membros não tenha sido raptado."
No que respeita à relação com Cuba, Otero garante que é de "absoluta e total dependência. Somos um protetorado porque são os cubanos que controlam o aeroporto, os portos, a diplomacia, os serviços militares, parte da educação... Entregámos-lhes tudo isso e pagamos-lhes com cem mil barris de petróleos diários para financiar o socialismo. Que agora servem para o novo capitalismo cubano."



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