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Tsipras apela à solidariedade da Europa.

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Set 27, 2006
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Alexis Tsipras fala ao país

RESULTADOS FINAIS. 61,31% dos gregos votaram "Não". Primeiro-ministro diz que solução para a crise não será fácil, mas possível. E quer apoio de todos os outros partidos e solidariedade da Europa.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, falou na noite de domingo na televisão, numa mensagem gravada que foi emitida numa altura em que era já certo que o "Não" vencia o referendo com 61% dos votos.


Tsipras fez um apelo à unidade grega - "a partir de hoje somos todos um" - e neste sentido anunciou que vai pedir ao Presidente da República "uma reunião de todos os líderes de todos os partidos para falar de uma solução" para a crise.
Solução que, afirmou, tem de passar pela reestruração da dívida do país.
"Não soluções fáceis, mas há soluções viáveis", afirmou. "Precisamos de um plano de financiamento viável, justo, que exige as obrigações às pessoas que podem pagar", disse ainda.
O primeiro-ministro voltou a recusar que o "Não" no referendo seja uma resposta no sentido de tirar o país do projeto europeu, sendo antes "uma instrução de ultrapassar o obstáculo da austeridade".
E para o fazer, afirmou, "precisamos de solidariedade e honestidade para ultrapassar a crise".
Com a totalidade dos votos apurados, à 01:00 (hora de Lisboa), o "Não" venceu com 61,31%, segundos dados oficiais do Ministério do Interior grego. A previsão do governo grego, de uma vitória por 61%, avançada mal se tinham escrutinado 10% dos votos acertou assim em pleno.
A participação na votação registada: 62,50%.
Cimeira para terça-feira. Samaris demite-se
Angela Merkel e François Hollande pediram uma cimeira dos países da zona euro para a próxima terça-feira. A notícia foi avançada pelo jornal Le Monde. Esta reunião acontecerá após o encontro, em Paris, da chanceler alemã com o presidente francês, marcado para amanhã.
A oficialização da cimeira surgiu pouco depois, através de uma mensagem no Twitter do presidente do Conselho Europeu: "Convoquei uma cimeira do euro para terça-feira às 18:00 (17:00 de Lisboa), para discutir a situação após o referendo na Grécia".
Isto no mesmo momento em que o líder da Nova Democracia, Antonis Samaris, anunciou a demissão da liderança do partido.
Varoufakis quer renegociar a dívida
O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, falou na televisão antes de Tsipras e afirmou que "este 'Não' é uma vitória da Europa". Isto porque, disse, "os gregos não podem pagar com sangue a dívida da Grécia". Uma dívida que até o FMI já assumiu "num estudo" que "tem de ser renegociada", fez questão de lembrar.
"Os gregos disseram 'Não' a conco anos de hipocrisia", afirmou o governante. "Durante cinco meses os credores recusaram negociações substanciais impuseram o encerramento de bancos, planearam a nossa humilhação".
"Precisamos de uma solução amigável. Precisamos do apoio da Comissão Europeia", disse Yanis Varoufakis. "Vamos convidar os nossos parceiros para analisar a situação", afirmou ainda.
A televisão grega avançou entretanto que o primeiro-ministro telefonou ao princípio da noite, após estes resultados serem conhecidos, a vários líderes europeus, tendo começado por François Hollande, o Presidente Francês.
Segundo a mesma fonte, citada pelo britânico The Guardian, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, também foi contactado. O que vai ao encontro de informação antes avançada pela Reuters dando conta que o Banco da Grécia vai pedir ao Banco Central Europeu um aumento na linha de crédito de emergência para assistência à banca do país.
Antes, os líderes da oposição na Grecia apelaram à unidade e pediram ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, a obtenção de um acordo com os credores nas próximas 48 horas, noticiou o jornal Le Monde.
Ministro da Econimoa alemão fala em "pontes queimadas"
Na Alemanha, o ministro da Economia Sigmar Gabriel considerou que esta votação deixa a Grécia mais longe do euro.
Em entrevista ao Tagesspiegel, Gabriel acusou o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de "queimar as últimas pontes" que ligavam a Grécia ao projeto do euro.
"Com a rejeição das regras da zona euro (...) as negociações de um programa no valor de milhares de milhões é quase inconcebível", disse, cirado pela Reuters. "Tsipras e o seu governo estão a levar o povo grego para um caminho de amargo abandono e desespero", afirmou.
Uma vitória bastante mais clara do que as primeiras projeções apontavam:
Assim que as urnas fecharam (às 17:00 em Lisboa) fontes da Comissão Europeia, em Bruxelas, segundo o The Guardian asseguravam que o 'não' vencia com 8 a 10 pontos de vantagem. E o jornal francês Le Monde falava em 53% dos votos, para 52% da Reuters e 51,5% da televisão grega MEgaTV.
O jornal britânico The Guardian publicou uma primeira projeção, do instituto Metron, que atribui 49% dos votos ao "não" e 46% ao "Sim". E o instituto GPO, deu 46% a 51% ao "não" e 46,5%.
Veja AQUI os resultados oficiais escrutinados pelas autoridades gregas
Entretanto, fonte oficial europeia disse à agência Reuters que não haverá uma reunião extraordinária dos ministros das Finanças da zona euro esta segunda-feira. "De forma alguma. [Os ministros] não saberiam o que discutir".
Uma frase que de certa forma sintetiza a incerteza que neste momento existe na Europa.
O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, em entrevista à CNBC chegou a dizer que é possível um acordo com os credores em "24" horas. A expressão exata foi depois publicada pelo próprio. "É possível um acordo em 24 horas. Mas os media venenosos correram para dizer que eu previ um acordo em 24 horas".

Também o porta-voz do Governo Gabriel Sakellaridis afirmou na televisão grega que as negociações com os credores devem ser concluídas o mais rapidamente possível, possivelmente em 48 horas.


Tsipras confiante
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmara durante a tarde que o povo enviará, através do referendo que se realiza na Grécia, a importante mensagem de que têm "nas mãos as rédeas do seu destino".
"Muitos podem ignorar a vontade do Governo. A vontade do povo não", disse Tsipras, depois de ter votado no bairro popular de Atenas de Kipseli.
O primeiro-ministro reforçou que "hoje [ontem] o povo grego envia a mensagem que toma nas suas mãos o seu destino", assim como "hoje a democracia vence o medo" e "a determinação vence a propaganda do medo".
Numa mesa de voto repleta de câmaras e entre aplausos de cidadãos, Tsipras lançou também uma mensagem europeísta para reforçar que a escolha de hoje é "uma mensagem de determinação, não só para ficar, mas para viver com dignidade na Europa".
A resposta a um ultimato?
"Durante cinco anos os fracassos incríveis do Eurogrupo conduziram a ultimatos sem qualquer sentido acerca dos quais o povo não podia pronunciar-se. Hoje, o povo pronuncia-se sobre o último ultimato do Eurogrupo e seus associados", disse Yanis Varoufakis, depois de votar, em Atenas.
O ministro, que foi votar na companhia do seu pai, classificou a tarefa de hoje dos gregos como "um momento sagrado, um momento de esperança para a Europa", no qual se demonstra que "a moeda única e a democracia podem coexistir".
Nos últimos dias, Yanis Varoufakis deixou claro repetidamente que, se não vencer o 'Não' no referendo, se demite imediatamente.
Grécia quer negociar amnistia fiscal
Atenas pede uma amnistia para quem ilegalmente depositou dinheiro na Suíça em troca de um imposto. Objetivo taxar a 21% depósitos que podem chegar 200 mil milhões.
A Grécia quer chegar a um acordo de amnistia fiscal com a Suíça para os gregos que tenham dinheiro naquele país, o que poderia permitir a Atenas recuperar montantes especialmente necessários neste momento, de acordo com um semanário suíço.
O texto proposto por Atenas pede a concessão de uma amnistia para aqueles que ilegalmente tenham depositado o seu dinheiro na Suíça em troca de um imposto fixo de 21% sobre todos os montantes não relatados, de acordo com o NZZ am Sonntag, citado pela AFP.
O Governo grego liderado pelo partido de esquerda Syriza, cuja sobrevivência depende do resultado do referendo a realizar hoje na Grécia, comprometeu-se a combater a evasão fiscal.
As estimativas dos valores depositados na Suíça pelos gregos são bastante díspares, variando entre os 2,0 mil milhões e 200 mil milhões de euros, de acordo com o NZZ am Sonntag.
Um porta-voz do ministério suíço das Finanças confirmou que Atenas tinha feito uma nova proposta, mas sem dar detalhes.
O que vai acontecer a partir de agora?
É difícil de prever. Certo é que Varoufakis e Tsipras cantarão vitória sobre os credores e sobre responsáveis europeus como a chanceler alemã Angela Merkel ou o presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem. Os líderes gregos têm insistido que eles estão a fazer bluff e que até o ministro alemão Wolfgang Schäuble admitira em privado que uma vitória do "Não" não significaria uma saída da Grécia do euro (até porque não existe nada nos tratados europeus que o preveja).
Tsipras já lembrou publicamente o relatório divulgado pelo FMI esta semana, sob pressão dos EUA, em que o fundo admite ser necessário um perdão de dívida e um terceiro resgate ao país.
Mas mesmo que as negociações recomecem, como já defenderam os franceses Pierre Moscovici e Michel Sapin, respetivamente, comissário europeu dos Assuntos Económicos e ministro das Finanças da França, não é garantido que haja acordo até dia 20. E, aí, na ausência de reembolso ao BCE, o espectro do grexit regressaria em força. Sobre este cenário, o presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, admitiu ontem ao Welt am Sonntag: "Vamos ver-nos obrigados a conceder créditos de emergência à Grécia como medida de transição."



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