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Grécia pede 50 mil milhões de euros em troca do corte imediato nas pensões e subida do IVA

kokas

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Set 27, 2006
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Europa tem três cenários preparados: Grexit, ajuda humanitária ou Grécia no euro. Tsipras diz que o dinheiro emprestado à Grécia só serviu "para salvar bancos". Leia a carta completa do pedido de resgate.
O governo grego procura um terceiro resgate de 50 mil milhões de euros ao longo de três anos, em troca de três grandes concessões, avança o jornal El País.
Em primeiro lugar, em vez de pedirem apenas um empréstimo, como tinham vindo a fazer, os gregos pedem agora um programa de resgate completo, o que é mais do agrado dos credores. Comprometem-se também a fazer um corte imediato nas pensões e a subir o IVA. Por último, a Grécia deixou de pedir diretamente uma restruturação da dívida: nesta carta, as referências a uma redução da dívida são mais suaves.
O pedido de um terceiro resgate ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, que já foi entregue, vai ser analisado hoje numa teleconferência do Eurogrupo, presidido por Jeroen Dijsselbloem. A Grécia deverá ainda pormenorizar amanhã as restantes medidas prioritárias que propõe para conseguir a infusão de capital de que precisa.


O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse hoje no Parlamento Europeu que já fizeram chegar ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira um pedido formal a requerer ajuda. Na primeira vez que se dirigiu ao plenário, Tsipras garantiu que querem ficar na Europa e que espera conseguir um acordo. Mas queixou-se de terem sido "o laboratório da Europa para a austeridade".

Tsipras quer acordo justo sem os erros do passado
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse hoje, perante o Parlamento Europeu, que acredita que será possível alcançar, até ao final da semana, um acordo justo com os parceiros europeus, que não reedite "os erros do passado".
Tsipras adiantou através da rede social Twitter que a proposta que a Grécia vai apresentar brevemente aos credores inclui "uma solução para o problema da sustentabilidade da dívida".
A proposta que Atenas "inclui um compromisso para que se inicie uma discussão aberta sobre a solução para o problema da sustentabilidade da dívida pública grega", escreveu Tsipras na sua conta na rede social Twitter.
Num debate no hemiciclo de Estrasburgo sobre a cimeira extraordinária da zona euro celebrada na véspera em Bruxelas, na qual foi estabelecido um prazo limite até domingo para ser fechado um compromisso entre Grécia e credores, Tsipras garantiu que o objetivo do seu governo não é "procurar o confronto com a Europa", e indicou que irá apresentar, nos próximos dias, propostas concretas e detalhadas de reformas a implementar no país, com vista a um terceiro programa de ajuda.
No entanto, salientou, as soluções a serem encontradas devem ser "socialmente justas e economicamente sustentáveis, sem repetir os erros do passado, que levaram a economia grega a um ciclo vicioso de recessão", pois esse é também o mandato que resultou do referendo do passado domingo, no qual o povo grego, sustentou, deu "uma resposta corajosa" (de "não" à última proposta das instituições), "apesar dos bancos fechados e das campanhas a aterrorizar".
Assumindo a responsabilidade pelos últimos cinco meses e meio - o período que leva no cargo de primeiro-ministro -, Tsipras sustentou todavia que todos devem "reconhecer que a responsabilidade básica do impasse em que a Grécia e a zona euro estão neste momento não se deve apenas aos últimos cinco meses e meio, mas aos últimos cinco anos e meios, com programas que falharam" e que não distribuíram de forma equitativa "o fardo" dos sacrifícios.
"As propostas do governo grego não serão concebidas para ser mais um fardo para os contribuintes europeus", asseverou, lamentando que, "até agora", o dinheiro emprestado à Grécia pelos seus parceiros (no quadro dos dois anteriores programas de resgate) nunca tenha chegado aos cidadãos comuns, às mulheres e homens gregos, tendo antes sido utilizado "para salvar bancos".
Por seu lado, o presidente do Conselho Europeu e das cimeiras do euro, Donald Tusk, sublinhou que se está perante uma "corrida contra o tempo", pois "a realidade é que só restam quatro dias para se alcançar um acordo definitivo".
"Tenho evitado falar em datas-limite, mas a verdade é que a data-limite é esta semana", referiu.
Alertando que um novo fracasso nas negociações conduzirá "ao pior cenário possível", Tusk advertiu que o mesmo inevitavelmente "afetará a Europa, incluindo do ponto de vista geo-político", e quem acredita que tal não é o caso "é ingénuo".
O prazo
Os chefes de Estado ou de governo do zona euro esperam que, no domingo, possa haver uma nova cimeira do euro, para que seja adoptada uma decisão que resolva a crise grega. Para tal é necessário que o governo grego cumpra um calendário apertado, com a possibilidade da Grécia vir a ser afastada da zona euro se não cumprir as datas previstas.
Se tudo correr bem, no domingo os lideres da zona euro reúnem-se para carimbar a decisão ao mais alto nível político. Se correr mal, será convocada uma cimeira com os 28 chefes de Estado ou de governo para discutir os próximos passos, podendo ir até ao afastamento da Grécia da zona euro.
"Se até ao final da semana não for possível chegar a um entendimento, então, quer o governo grego, quer a zona euro terão de se preparar para o pior", adiantou ontem o primeiro ministro, Passos Coelho.
"Planos detalhados para a saída da Grécia"
A saída da Grécia da zona euro tem estado latente nas declarações dos líderes europeus e ontem o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker admitiu que há "planos detalhados" para acomodar a saída da Grécia.
"A Comissão está preparada para tudo, temos um cenário "grexit", temos um cenário de ajuda humanitária e temos o cenário que eu prefiro, sobre um modo de lidar agora com o problema, mantendo a Grécia como membro do Eurogrupo". Enquanto que o presidente do Conselho Europeu considerou que "o cenário negro" não pode ser excluído, uma vez que a situação "é realmente crítica", esperando que haja um resultado "até domingo".
Ontem, no final do eurogrupo, o presidente deste organismo, Jeroen Dijsselbloem, lamentou a falta de "propostas novas, do ministro grego". Mas, questionado sobre a razão pela qual não apresentou propostas ao eurogrupo, o novo ministro grego das Finanças, Euclides Tsakalotos não negou, refugiando-se num "é algo mais complicado do que isso".
O presidente do eurogrupo vai ainda "pedir às instituições para olharem para a situação financeira da Grécia e para as necessidades de financiamento para a sustentabilidade da dívida e depois as instituições vão reportar-nos isso e veremos se podemos começar as negociações".
Sem dar qualquer garantia que o possa ser encontra uma solução, a chanceler alemã, Angela Merkel afirmou que "sem solidariedade, não se pode ajudar, mas em reformas, também não será possível".
Alexis Tsipras aceitou ontem o convite de Martin Schulz para ir ao Parlamento Europeu, depois da polémica ter estalado em Estrasburgo, perante uma primeira recusa do primeiro-ministro grego.
"Tsipras quer que os contribuintes europeus entrem no resgate à Grécia. Mas não está disposto a explicar o que vai fazer com o dinheiro", afirmou o eurodeputado do grupo do Aliança do Liberais e Democratas Europeus e antigo primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt.
Terceiro Resgate
O próximo resgate "deverá ter pelo menos dois anos", adiantou ontem Passos Coelho, admitindo que possa ser "um pouco mais". O primeiro ministro português disse que na cimeira não se falou de números, embora algumas fontes ouvidas em Bruxelas, tenha apontando para "limites" à volta dos 50 mil milhões de euros e um programa mais curto, eventualmente com "uma condicionalidade informal", para dar tempo para a negociação do programa mais longo.
Mas outras fontes ouvidas pelo DN afastaram estes cenários, dizendo que não haverá lugar para um programas curtos seguidos de programas longos, considerando que tal é "absurdo e irrealista".
"Pensar que um governante vai chegar ao seu parlamento com o programa dos gregos e pedir para lhe aprovarem um resgate e volta três ou seis meses depois para lhe aprovarem outro, é absurdo e irrealista", adiantou a fonte já citada, considerando que a solução passará pela libertação dos lucros do BCE com a dívida grega, que pode acontecer de forma automática e "sem a aprovação dos Parlamentos Nacionais".



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