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Na noite em que a ópera saiu à rua e encheu um largo de Alfama

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Catarina Molder, Carlos Guilherme e a Ópera do Castelo tomaram conta do bairro na noite de sábado. O fado, canção da casa, apareceu à janela para dar um ar da sua graça



Largo do Chafariz de Dentro, Alfama, 21.30 de sábado, 17 graus: silêncio que se vai cantar a ópera! Num dos bairros típicos de Lisboa, berço da canção nacional e mesmo de frente para o seu museu, interpretou-se "Palhaços", obra de Ruggero Leoncavallo escrita em 1892 em Itália, pelas vozes dos cantores líricos Catarina Molder, Carlos Guilherme, Jorge Martins, Rui Baeta e João Queirós.Palco, piano de cauda, holofotes, mais de uma centena de cadeiras ocupadas e muita gente de pé ou sentada nos restaurantes do largo, Alfama parou para ouvir. "Não pode estar aí, tira a visibilidade", queixava-se uma espectadora. Todos os cantos serviram para acomodar mais uma pessoa. O espetáculo de ontem foi o segundo. Há uma semana, os cantores tinham ocupado a Rua da Guia, na Mouraria, outra zona de Santa Maria Maior, a freguesia que empreendeu a missão de levar a ópera a Alfama. "Havia pessoas a estender roupa à janela", lembra o presidente da junta de freguesia, Miguel Coelho, assinalando a pitoresca contradição.Palhaços foi cantada em português. "Não é uma tradução, é uma versão portuguesa", frisa Catarina Molder, ao DN, no final do espetáculo, entre cumprimentos. O autor é Luís Rodrigues. "Mantém tudo em verso como no original", acrescenta a protagonista.A história, "curtinha", tinha todos os requisitos para sair dos teatros e ir para o ar livre, nota a cantora, Nedda em palco. As pessoas a passarem, ruídos da cidade e toda a vida de bairro passaram-lhe (passam-lhe) ao lado. "Pode estar a cair o mundo que não vemos. A história está ali", diz, apontando para o palco. "O público vem atrás de nós, da nossa energia", afirma, ainda com a roupa de cena. Está mais que habituada a levar a ópera para as ruas de Lisboa. A primeira vez foi em 2013, no Intendente, antes das obras de requalificação.



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