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"O terrorismo não entra na Europa através de massas. Entra através de indivíduos que se radicalizam cá"

kokas

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Rui Machete, o chefe da Diplomacia portuguesa, defende uma intervenção militar contra o Estado Islâmico com tropas no terreno, admite que a continuidade de Assad pode ser um mal menor na Síria e aplaude a atitude alemã de acolhimento dos refugiados.



Da janela do gabinete do ministro vê-se o verde da Tapada das Necessidades. Nas paredes, pinturas antigas, a relembrar que o palácio que hoje alberga o ministério dos Negócios Estrangeiros foi residência da família real desde D. Maria II (e, antes, por lá dormiu Wellington, o general inglês que bateu Napoleão em Waterloo). Rui Machete espera uma entrevista sobre refugiados, sobre números a acolher pelo país, mas reage com agrado aos temas do Médio Oriente, do combate ao Estado Islâmico (que vai chamando ISIS, à inglesa) e do choque de religiões. Acabara de ler o Frankfurter Allgemeine Zeitung, onde notou o entusiasmo alemão com os refugiados, e se trocou umas palavras em off sobre o debate entre Passos e Costa, não falou na entrevista de política interna porque não era esse o objetivo, nem dele nem do jornal.
Em 2003, os Estados Unidos atacaram o Iraque sem o aval da ONU e foi o caos que se conhece. Em 2011, a NATO atacou a Líbia com o aval da ONU e é também o caos. Quando se fala agora de uma intervenção militar na Síria, onde já existe caos, quais são as garantias de que haverá resultado positivo?
É difícil falarmos em garantias. O problema é este: há, a meu ver, uma justificação extremamente séria para defender que a luta contra o ISIS tenha uma dimensão militar, entre outras. E a dimensão militar é muito importante porquê? Porque, se bem reparou, o ISIS é um proto-Estado. Os Estados têm três elementos fundamentais, que são o povo, o território e o poder político. E eles, que se chamam um califado, têm um território, que é uma das grandes diferenças em relação à Al-Qaeda. Isso e a rápida expansão que tiveram a partir de 2013 deu-lhes um prestígio que explica a atração que têm.
Têm tido também capacidade de resistir aos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos. O que significa que esta nova intervenção exige tropas no terreno...
Isso é verdade. Portanto, o problema o que até agora foi, digamos, a ação militar da coligação militar... Há uma coligação, a que nós pertencemos, e essa coligação é composta por Estados ocidentais e por Estados muçulmanos. E essa atuação, no que diz respeito aos países ocidentais - europeus e América - nunca pôs tropas no terreno. Sabe que o problema das tropas tem sido uma discussão. Há muitos países que pensam que é importante que aconteça. E realmente é. Para a eficiência da ação militar contra o ISIS, as tropas no terreno são essenciais. Os ataques aéreos têm ajudado a conter a expansão do ISIS mas não têm permitido obter vitórias. Só onde os curdos, com os milicianos peshmerga, intervieram foi possível parar o progresso das tropas do ISIS. De outra maneira, provavelmente Bagdad tinha caído. E, na Síria, os recuos das forças de Assad e das forças que são aliadas com este, inclusive algumas que são consideradas terroristas mas que lutam agora contra o ISIS, não têm progredido porque os ataques aéreos não têm sido suficientemente eficientes. É provável que graças ao aumento dos ataques aéreos com as facilidades dadas pela Turquia em termos de bases à Força Aérea americana - e, agora, que está a desenhar-se numa intervenção das Forças Aéreas francesa e britânica - haja uma intensificação geral. E tem havido intervenções da Força Aérea iraniana.



dn


 
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