• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Muitos livros e pouca literatura

kokas

GF Ouro
Entrou
Set 27, 2006
Mensagens
40,723
Gostos Recebidos
3
ng4663956.jpg

Três novos romances em língua portuguesa: Gonçalo M. Tavares, António Lobo Antunes e Mia Couto


A rentrée literária tem muito livros mas faltam as grandes obras e novos autores. É caso para dizer que as editoras não olham para a crise como uma oportunidade.




Estranhamente, após um péssimo início de ano a nível de vendas seria de esperar que o final de 2015 fosse de grandes apostas! Ao percorrer as listas de novidades das dezenas de editoras, no entanto, não se encontram respostas à crise que afetou o bolso dos leitores. Principalmente, nota-se a ausência de novos autores que suscitem a curiosidade que provocaram nomes como ainda há poucos anos, caso de Gonçalo M. Tavares ou Valter Hugo Mãe, Mia Couto ou José Eduardo Agualusa. Isto para não falar da estranha ausência de escritoras que surpreendam.Parte assim o leitor para um segundo semestre de edição envolto numa neblina que só se dissipa com alguns best-sellers estrangeiros e uma mão pouco cheia de títulos nacionais. Daí que quando se faz um inquérito aos editores sobre as perspetivas para estes meses até ao fim do ano, João Paulo Cotrim, da Abysmo, seja o mais consciente na resposta: "Só se acreditarmos no Pai Natal!" O editor critica o "afunilamento das programações das grandes editoras" e considera que a "sujeição cega ao mercado esmaga tudo". Remata a resposta dizendo: " Tendemos a ignorar o frenesi e ouvir a cotovia pensando na fenda." João Paulo Cotrim não refere frenesi, cotovia e fenda por acaso, é que são três nomes de editoras que lutam para se manter à tona no atual momento da edição, tal como outras de média ou pequena dimensão.Questionado sobre se a Abysmo preparou títulos especiais para garantir espaço nas livrarias e a preferência dos leitores nesta época, Cotrim é direto: "Nem por isso, embora procuremos fazer coincidir os ritmos doidos de produção artística com as rotinas tristes do mercado." O mesmo não se passa na maioria das editoras, pois ocupam metade do ano a preparar esta metade. Como é o caso da Leya que, nesta rentrée, aposta tanto nos "clássicos" como nos best-sellers que decerto irão ocupar os primeiros lugares das tabelas de vendas de livros. No primeiro caso temos o novo romance de António Lobo Antunes e a espécie de autobiografia de Mário Cláudio. No segundo caso, a continuação da série Millennium de Stieg Larsson agora escrita por um outro sueco, David Lagercrantz. Ou o 4.º volume das 50 Sombras de Grey, que E.L. James intitula só Grey e carrega no erotismo em 600 páginas. Entre as novidades que tem para as próximas semanas estão também a nova ficção de Gonçalo M. Tavares e o primeiro volume de uma trilogia de Mia Couto.Também o maior grupo editorial do país, a Porto Editora, não recusa que esta época até ao Natal é "aquela em que as pessoas compram mais livros" e apresenta entre as várias dezenas de títulos algumas grandes apostas nas várias chancelas: O Amante Japonês, de Isabel Allende, na Porto Editora; Poesia, de Ruy Cinatti, na Assírio & Alvim; Mudwoman, de Joyce Carol, na Sextante Editora, e Retrato de um Artista Quando Jovem Cão e outras histórias, de Dylan Thomas, na Livros do Brasil. No grupo 20/20, ainda a beneficiar-se do sucesso de A Rapariga do Comboio de Paula Hawkins, já na 11 edição e 55 mil exemplares vendidos, as apostas são várias: Portugueses nos Campos de Concentração Nazis, de Patrícia Carvalho; Alerta Vermelho: Corrupção, Crime e Violência na Rússia do Séc. XXI, de Bill Browder; e A História Não Contada dos EUA, de Oliver Stone e Peter Kuznick. Há que não esquecer o habitual best-seller do autor português que mais vende: José Rodrigues dos Santos. Sobre o qual se desconhece tudo sobre o próximo livro.



dn
 
Topo