kokas
GF Ouro
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Catarina Martins aponta as linhas vermelhas que o BE define no diálogo com o PS. Com discurso muito crítico das políticas da direita. Insiste que o país deve preparar-se para decisões muito duras, defendendo moratória da dívida.
Se António Costa lhe telefonar na manhã de 5 de outubro a pedir para governar com ele, que resposta lhe dará?
Não há cheques em branco. O que é preciso discutir é, no cenário da Assembleia da República que tivermos, quais são as ideias que têm força para fazer um governo e aquelas que se podem articular para fazer um governo. O programa do PS é muito diferente do programa do BE e, como digo, nunca há cheques em branco e o BE não abdicará do que é o essencial do seu programa.
Que pontes seria possível estabelecer com o PS, nesse governo?
É preciso perceber o que é a austeridade e o que é preciso para a parar. A austeridade transfere rendimentos do país para o estrangeiro e desvaloriza o trabalho, ou seja, transfere rendimento do trabalho para o capital. Nós precisamos de uma alternativa à austeridade. Para travar a saída da riqueza para o estrangeiro, é preciso reestruturar a dívida pública e parar com as privatizações. E é preciso fazer uma reforma fiscal, que permita recuperar rendimentos a quem vive do trabalho e a quem trabalhou toda a vida. Com medidas claras de proteção do trabalho, contra a precariedade e com proteção da dignidade do salário, porque o salário e o emprego são as duas únicas formas de, simultaneamente, redistribuir rendimento e proteger a economia nacional. Sem essa redistribuição, quem nos venha falar de qualquer tipo de crescimento está a falar de uns poucos enriquecerem cada vez mais à conta da generalidade da população.
E não há aí pontos de contacto com o PS?
dn