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Já começou o controlo de fronteiras. Polícias detêm todas as viaturas e caminhantes

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Set 27, 2006
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Alemanha suspende ligações ferroviárias com a Áustria e mobiliza "várias centenas de polícias" para fronteiras. República Checa também reforça controlo das fronteiras.




A polícia alemã instalou-se hoje na fronteira com a Áustria e começou a mandar parar refugiados sírios que tentavam entrar na Alemanha, constatou a agência de notícias francesa, AFP, no ponto de passagem de Freilassing (sudeste).
Os polícias, que detêm todas as viaturas e caminhantes, intercetaram três sírios e pediram-lhes que ficassem na berma da estrada esperando que seja decidido o seu destino, observou a AFP pouco antes das 21:30 locais (20:30 de Lisboa), neste concelho da Baviera situado em frente a Salzburgo, na Áustria.
"Nós queremos entrar na Alemanha", disse um dos três sírios à AFP, depois de os seus documentos de identificação terem sido verificados pelos agentes policiais.
Perante um afluxo de dezenas de milhares de refugiados com o qual afirma já não conseguir lidar, a Alemanha decidiu hoje à tarde reintroduzir o controlo nas suas fronteiras, a começar pela da Áustria, suspendendo ao mesmo tempo o espaço europeu Schengen de livre circulação entre países membros.
O ponto de passagem onde os controlos foram observador situa-se numa estrada nacional movimentada que liga a região de Salzburgo à Baviera, na Alemanha.
Quatro polícias envergando coletes amarelos fluorescentes devido à ausência de luz encarregavam-se de controlar os veículos com lanternas elétricas e pediam os documentos de identificação.
No total, a Alemanha destacou para esta primeira noite de controlo fronteiriço várias centenas de polícias.
A decisão
A Alemanha está a mobilizar "várias centenas de polícias" para controlar as suas fronteiras após ter decidido suspender a livre circulação prevista no acordo europeu de Schengen, devido ao afluxo maciço de refugiados, indicou a polícia.
"Estamos a mobilizar várias centenas [de polícias]", disse hoje à tarde um porta-voz da polícia federal, citado pela agência de notícias francesa AFP, devendo o controlo ocorrer sobretudo na fronteira com a Áustria, por onde têm entrado dezenas de milhares de refugiados.
Os controlos nas fronteiras começaram hoje pelas 17:30 locais (16:30 de Lisboa), ou seja, no momento em que o ministro do Interior, Thomas de Maizière, anunciava a medida em Berlim.
Contudo, às 19:30 locais (18:30 de Lisboa), um correspondente da AFP que se encontrava num dos grandes pontos de passagem entre a Alemanha e a Áustria não tinha ainda observado qualquer movimentação policial particular.
A polícia, por sua vez, precisou que se está a preparar para manter essa medida "por um longo período", ao passo que Maizière a classificou como uma decisão provisória.
As forças de segurança advertiram que as pessoas que pretendem atravessar as fronteiras da Alemanha devem agora munir-se de bilhetes de identidade ou passaportes.
Alemanha suspende ligações ferroviárias
O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, anunciou este domingo que o país reintroduziu provisoriamente os controlos das fronteiras, para "conter o afluxo de refugiados chegados à Alemanha". "A Alemanha introduziu provisoriamente os controlos nas suas fronteiras, em particular com a Áustria", afirmou o ministro em Berlim.
Munique, principal porta de entrada na Alemanha, é uma cidade "saturada", com 63.000 migrantes entrados em duas semanas. Também hoje a companhia ferroviária austríaca OBB anunciou a suspensão da ligação ferroviária com a Alemanha, país ao qual procuram chegar por comboio milhares de migrantes, através da Áustria.
A decisão entrou em vigor a partir das 16:00 de Portugal, segundo a companhia, sem dar mais detalhes. A possibilidade de aplicação desta medida, que suspende os acordos de Schengen sobre a livre circulação europeia, já tinha sido avançada pela imprensa alemã.
Thomas de Maizière salientou também que a Alemanha não está disposta a aceitar que os refugiados que chegam à Europa possam escolher o país de acolhimento, no seguimento de um afluxo sem precedentes de migrantes, que têm chegado à Europa aos milhares e que na generalidade têm a Alemanha como destino final.
Os requerentes de asilo devem compreender "que não podem escolher os países onde procurar proteção", disse o ministro aos jornalistas.
A Alemanha espera um recorde de 800 mil requerentes de asilo só este ano.
As regras europeias, que impõem que os pedidos de asilo sejam colocados no primeiro país de entrada na União Europeia, "devem de continuar a funcionar", disse o ministro.
Juncker pede aprovação rápida das propostas de Bruxelas
Em reação à decisão da Alemanha, Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, emitiu um comunicadosublinhando que é urgente o acordo sobre as medidas propostas por Bruxelas para gerir a crise dos refugiados.
"O presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker falou esta tarde ao telefone com a chanceler Angela Merkel, tendo sido informado sobre a reintrodução temporária de controlo das fronteiras com outros estados-membros da UE, particularmente na fronteira com a Alemanha", revela a declaração, que acrescenta: trata-se de uma medida "excecional" que está prevista e regulada pelo Acordo de Schengen, para ser aplicada em casos de crise.
Ainda que a medida esteja aparentemente legitimada e justificada, Juncker aproveita para destacar a importância da reunião extraordinária dos ministros da Administração Interna da UE, que decorre segunda-feira, e a necessidade de uma aprovação rápida das propostas da Comissão no que diz respeito às quotas vinculativas que têm de ser aceites pelos estados-membros.
A Alemanha tornou-se o destino escolhido por muitos migrantes, especialmente sírios, depois de a chanceler Angela Merkel ter afirmado que o país aceitaria refudiados da guerra na Síria.
Em duas semanas chegaram a Munique cerca de 63.000 refugiados, dos quais 13.000 só no sábado.
Desde o início do ano que já chegaram à Alemanha 450.000 migrantes, uma situação que levou as estruturas de acolhimento alemão ao limite.
Segundo a revista Spiegel, Berlim pretende ganhar algum tempo para lidar com o fluxo migratório.
Já o ministro dos Transportes alemão Alexander Dobrindt admitiu hoje o "fracasso completo" da União Europeia (UE) para controlar as fronteiras externas face ao afluxo de migrantes e pediu medidas "eficazes".
"Medidas eficazes são necessárias agora para parar o afluxo" perante o "total fracasso da UE", onde "a proteção das fronteiras externas não funciona mais", escreveu num comunicado, citado pela agência AFP.
Segundo o ministro alemão, os "limites de capacidade" de acolhimento da Alemanha "foram alcançados" e "este sinal deve ser entendido de forma inequívoca" por outros países europeus, acrescentou.
"A Alemanha ajudou os refugiados durante meses e com uma extensão muito maior do que todos os outros países europeus", lamentou Alexander Dobrindt, que é membro da ala mais conservadora da associação cristã da chanceler alemã Angela Merkel.
A sua política de abertura e generosidade para com os milhares de imigrantes que fugiam das guerras e perseguições desperta não só crítica na Europa Oriental, mas também dentro de seu próprio partido. Esta semana, a chanceler pediu em particular à Grécia que fizesse mais controlo da sua fronteira com a Turquia, um importante ponto de trânsito para os imigrantes.
O ministro dos Transportes referiu ainda que a Alemanha espera receber este ano um recorde de 800.000 pedidos de asilo e que a capital da Baviera, Munique, porta de entrada dos refugiados, registou um sobrecarregamento de afluxo pela segunda semana consecutiva.
Cerca de 12.200 refugiados chegaram à cidade apenas no dia de sábado e alguns tiveram de dormir do lado de fora por falta de espaço nos abrigos. Os números mais recentes, avançados pela BBC, revelam que terão sido mais de 13 mil os refugiados que entraram sábado em Munique. As autoridades estarão mesmo a considerar recorrer às instalações desportivas construídas para os Jogos Olímpicos de 1972 para abrigar todos os migrantes.
Já à Hungria, terão chegado mais de quatro mil pessoas que fogem da guerra e da pobreza dos países do Médio Oriente e da Ásia, segundo a polícia húngara.
No total, terão entrado no país cerca de 4.330 pessoas, um número que coloca o dia de sábado como sendo o que registou o maior número de pessoas até agora.
Os refugiados, na sua maioria oriundos da Síria, Iraque e Afeganistão, entraram através da fronteira de Röszke, onde o Governo húngaro tinha uma barreira de arame farpado e que agora está a reforçar com um muro de quatro metros de altura que deverá estar concluído muito brevemente.
Entretanto, na estação ferroviária de Keleti, na capital húngara, milhares de pessoas continuam à espera para embarcar e seguir até perto da fronteira com a Áustria, país onde acabam por entrar a pé para depois seguir viagem até à Alemanha, o destino preferido da maioria.
Em Nickelsdorf, do lado austríaco da fronteira, chegaram no sábado 6.600 pessoas, mas durante a madrugada de hoje a situação foi mais tranquila: Esta manhã havia apenas 40 pessoas à espera para seguir para Viena ou outras cidades austríacas, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
República Checa segue exemplo alemão
A República Checa anunciou hoje que irá aumentar o controlo da fronteira com a Áustria, devido à crise de refugiados, seguindo uma decisão da Alemanha no mesmo sentido.
"A República Checa está a reforçar as medidas na sua fronteira com a Áustria. As etapas seguintes serão determinadas de acordo com o número de refugiados em direção à República Checa", disse o ministro do Interior Milan Chovanec na televisão pública.
A decisão do Governo checo é anunciada na mesma altura em que em Berlim o ministro do Interior revelava que tinha sido introduzido o controlo de fronteiras, especialmente com a África, para conter o afluxo de refugiados que está a chegar ao país.
Pouco antes a companhia ferroviária austríaca OBB já tinha anunciado a suspensão da ligação ferroviária com a Alemanha, país ao qual procuram chegar por comboio milhares de migrantes, através da Áustria.
Já depois de conhecida a decisão da OBB foi a vez da ferroviária alemã, Deutsche Bahn, anunciar a suspensão do tráfego de caminho-de-ferro de e para a Áustria, até segunda-feira.
Milhares de refugiados estão a chegar à Alemanha através da vizinha Áustria. A maior parte cidadãos sírios, fugidos da guerra no seu país.



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