• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Dieselgate. Cerco à indústria automóvel pede alternativas. É o fim do gasóleo?

kokas

GF Ouro
Entrou
Set 27, 2006
Mensagens
40,723
Gostos Recebidos
3
ng4810509.png


A fraude das emissões afetou mais do que a credibilidade da VW. A indústria consegue ter motores diesel que cumpram os parâmetros exigidos pela UE ou tem de se virar para outras energias?




Não foi assim há tanto tempo. Era a década de 1990 e as autoridades europeias incentivavam a indústria automóvel a investir tudo o que tinham nos carros a diesel, que emitiam menos dióxido de carbono do que os carros a gasolina. Agora, o escândalo da manipulação das emissões de gases poluentes fez muito mais do que arrasar a credibilidade da maior fabricante automóvel do mundo. Passadas apenas duas semanas desde a confissão de culpa da Volkswagen, ninguém arrisca dizer que esta fraude é a sentença de morte do diesel, mas uma coisa é certa: a indústria dos carros a gasóleo está cercada por reguladores e por alternativas mais verdes e já não tem como fugir à mudança de paradigma.Qualquer que seja o futuro da indústria, o escândalo das emissões nunca será o culpado da mudança; será só o catalisador. Muito antes do 18 de setembro de 2015, quando a VW assumiu a instalação do software que permite a manipulação de emissões de óxido de nitrogénio, já as autoridades europeias tinham os carros a diesel na mira. "O foco está a virar-se para a qualidade do ar, o que levanta questões sobre a viabilidade destes carros, que emitem muito mais gases prejudiciais à saúde", comenta Alessandra Agnello, analista da Petromatrix.Aliás, lembra António Comprido, presidente da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas, "os motores produzidos desde 1 de janeiro de 2015 já cumprem a nova norma", Euro VI, que "tem exigências muito maiores". Não é difícil, por isso, prever uma quebra das vendas de carros a gasóleo, até porque as novas normas "vão aumentar os custos de produção, o que irá refletir-se nos preços de venda", aponta ao Dinheiro Vivo Anna-Marie Baisden, analista da BMI Research.Este aumento nos custos de produção vai ser motivado por um maior escrutínio dos reguladores, testes mais rigorosos aos fabricantes automóveis e, em última instância, um agravamento dos impostos ambientais, se se concluir que o gasóleo é mais poluente do que se pensava.Em Portugal, por exemplo, já é esse o caminho fiscal que tem sido seguido. Os impostos ambientais totalizaram 3,87 mil milhões de euros em 2014, um aumento de 4,2% face ao ano anterior e um valor que coloca Portugal acima da média europeia quanto ao peso destes impostos no total das receitas fiscais (6,4% contra 6,3%). Uma das consequências destes três fatores "é já de médio prazo: "os carros a diesel de pequena cilindrada vão, pura e simplesmente, acabar". A certeza é de António Costa e Silva, presidente da Partex, que explica que "a competição na indústria é muito grande e as margens são diminutas". Além disso, sublinha, as fabricantes vão ter de instalar sistemas de controlo de emissões que custam entre 1300 e 1500 euros por motor. "Com as margens já reduzidas, é muito difícil os carros de pequena cilindrada manterem-se no mercado e, se calhar, vão acabar em menos de uma década."


Dn

 
Topo