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GF Ouro
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Marcelo Rebelo de Sousa com um apoiante que até já imprimiu T-shirt
Marcelo Rebelo de Sousa foi, sozinho, à terra da avó no Minho anunciar que é candidato a Belém para retribuir ao país.
Faltavam poucos minutos para as 17.30 quando um automóvel estacionou junto aos Bombeiros Voluntários Celoricenses, na Avenida João Pinto Ribeiro, em Celorico de Basto, a 80 km do Porto. Marcelo Rebelo de Sousa saiu do carro e atravessou a rua. Falou a mulheres que estavam na janela de um prédio e entrou numa agência bancária. Sozinho. "Vim ver as minhas finanças", gracejou ao DN. "Não há assessor nem convidei ninguém", logo esclareceu o homem que minutos depois anunciaria a candidatura a presidente da República. "Estou em casa", garantiu, sobre o município minhoto, um dos mais pobres do país e onde a avó materna nasceu, em Gandarela, onde está recenseado e em que a ligação afetiva se estende à doação de milhares de livros e documentos à biblioteca municipal, que desde 2001 tem o seu nome.Enquanto falava com o DN, há um carro que para. "Bem, já vi que não resistiu a vir cá. Mas deve ser o único", comentou ao ver que era o amigo e médico pessoal, Luís Novais, que se deslocou de Lisboa. "Vamos para a biblioteca que é lá que vou fazer o anúncio." Não estava muita gente, algumas dezenas de pessoas, a maioria da terra e outros que, sabendo da notícia, quiseram estar presentes. Mas ficaram à porta da biblioteca. O professor reservou o auditório para falar aos jornalistas. Sozinho, sem apoiantes mediáticos nem políticos experimentados. Longe de Lisboa e de megaespaços, sem mandatários, fora do horário dos telejornais.O traquejo com a comunicação social é um precioso auxílio. Já na sala, onde apenas se via a bandeira de Portugal, em conversa com jornalistas, explica a ligação a Celorico de Basto, lembra que foi presidente da Assembleia Municipal em dois mandatos (1997-2005), mostra o cartão de identidade vitalício e diz que o espaço de comentário na TVI se extingue automaticamente.E sobe ao "púlpito". "Peço desculpa pelo pouco tempo de antecedência. Foi uma decisão tomada em cima da hora, não havia possibilidade de prevenir com maior antecedência." Até no seu partido, o PSD, a decisão terá caído de surpresa, apenas com uma mensagem a Passos Coelho. Não pela candidatura em si mas pelo timing, ainda sem governo formado. Mas o professor de 66 anos sabe isso."Chegou esse tempo", o tempo de anunciar ser candidato, já conhecendo "a situação nacional à saída das eleições para a Assembleia da República". Avança e escolhe a "solução" que rompe "com posições estáveis, sedutoras". "Sou feliz no que faço", assegurou após enumerar os 42 anos como professor, jornalista e comentador, dirigente de associações e fundações de utilidade pública e trabalhador independente. "Sou funcionário público há 24 anos. Para mim, os serviços públicos, todos, são o mais importante."
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