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Jornal The Times revelou que a empresa financiou conselheiros de saúde do governo e estudos científicos sobre obesidade
A Coca-Cola é suspeita de gastar milhões de euros para financiar investigações que colocam em causa a ligação entre os refrigerantes e a obesidade. Além de ter financiado mais de 12 cientistas britânicos, incluindo conselheiros de saúde do governo, a empresa foi acusada de ter investido mais de 6,6 milhões de euros (4,86 milhões libras) na criação do Instituto Europeu de Hidratação (IEH), que recomenda a prática de exercício físico e o consumo de refrigerantes. Um escândalo conhecido nas vésperas do Dia Mundial da Obesidade, que se assinalou ontem.
Segundo o The Times, o gigante de bebidas, um dos principais patrocinadores dos Jogos Olímpicos e do Campeonato do Mundo da FIFA, terá pago cerca de 1,35 milhões de euros a Ron Maughan, presidente do conselho científico do Instituto Europeu de Hidratação, que deu aconselhamento de nutrição para importantes organismos desportivos. Desde os anos 1990, revela a mesma fonte, que o professor de desporto e nutrição do exercício na Universidade de Loughborough - que trabalhou com a UK Sports e com a Associação de Futebol - tem uma relação com a Coca-Cola e outras empresas de refrigerantes.Em 2012, antes dos Jogos Olímpicos de Londres, Ron Maughan escreveu um folheto para o Comité Olímpico Internacional, patrocinado pela Coca-Cola, em que recomendava aos participantes o consumo de 500 ml de refrigerantes com a refeição da manhã e a acompanhar o jantar. Reconhecendo que é preciso cuidado no financiamento da indústria, o professor assumiu que, de outra forma, muitas pesquisas não seriam efetuadas. E a Universidade de Loughborough defendeu que as suas investigações são realizadas segundo um rigoroso código de conduta.De acordo com a investigação do jornal, a Coca-Cola também tem dado patrocínios, apoios e financiamento de investigações a várias associações da sociedade civil e hospitais britânicos ligados à luta contra a obesidade."A Coca-Cola tem tentado manipular não apenas a opinião pública, mas também as decisões políticas", disse Simon Capewell, membro do conselho de administração da Faculdade de Saúde Pública. A técnica utilizada pela empresa de bebidas, afirmou, é a mesma que foi utilizada pelas indústrias do tabaco e do álcool, que "tentaram influenciar o processo científico financiando grupos aparentemente independentes". Marion Nestle, professora de nutrição e saúde pública da Universidade de Nova Iorque, disse ao The Times que "nenhum cientista deve aceitar financiamento da Coca-Cola", para não comprometer as investigações.
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