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Varoufakis conta o que aconteceu quando tentou cortar salários à Troika

p.rodrigues

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Yannis Varoufakis faz novas revelações sobre os dias que viveu como ministro das Finanças da Grécia e conta como tentou, sem êxito, cortar os elevados salários dos técnicos e assessores da Troika que trabalhavam no plano de ajuda ao país.

Em declarações à revista australiana The Monthly, Yannis Varoufakis frisa que percebeu que um dos seus poucos poderes sobre a Troika e os seus técnicos e assessores era o de poder determinar o respectivo salário.

“Percebi que os salários destes funcionários eram monstruosos para os níveis gregos. Num país com tanta fome e onde o salário mínimo foi cortado para 520 euros, estas pessoas ganhavam qualquer coisa como 18 mil euros por mês“, começa por contar Varoufakis, prosseguindo a sua história.

“As pensões e os salários caíram numa média de 40%, desde o início da crise. Lancei um decreto ministerial em que reduzia em 40% os salários destes funcionários. Ainda assim, ficavam com um grande salário, um grande salário. Sabe o que aconteceu? Recebi uma carta da Troika a dizer que a minha decisão tinha sido anulada, já que estava insuficientemente justificada. isto é, num país onde a Troika insistiu que as pessoas com uma pensão de 300 euros por mês devem viver com 100 euros, recusaram o meu exercício de corte e costura, a minha capacidade como ministro para cortar os salários desta gente”.

Na revista australiana, o ex-ministro das Finanças grego fala também da reacção de Alexis Tsipras, o primeiro-ministro da Grécia, à vitória do Não no referendo do início de Julho.

Varoufakis nota que, após o anúncio do resultado, “parecia que o governo tinha perdido o apoio do povo” e que havia uma sensação de “terror” e de desorientação.

Ele diz que Alexis Tsipras “estava desanimado” e “deprimido” com a certeza de que “o seu gabinete não conseguiria gerir a vitória”.

Foi no rescaldo deste ambiente que Varoufakis se demitiu do cargo de ministro das Finanças.

O ex-governante grego conclui também que “os programas de austeridade são o trabalho de uma vida, o seu pequeno bebé” para alguns elementos.

“É como o Frankenstein: é um monstro, mas ainda assim é o teu monstro. Têm as carreiras dependentes disto“, considera Varoufakis, citando inclusive o caso de “Poul Thomsen, que liderou o programa grego do lado do FMI entre 2010 e 2014″ e “foi promovido a líder do departamento europeu do FMI por causa deste trabalho”.

Poul Thomsen também liderou a missão da Troika em Portugal e o FMI também acolheu o ex-ministro das Finanças de Portugal, Vítor Gaspar, com um contrato de 23 mil euros mensais, após a aplicação das medidas de austeridade.

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