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Mesmo sem ser tóxica, a lama da barragem em Mariana deverá prejudicar o eco-sistema durante anos

Furabilhas

GF Prata
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Nov 8, 2014
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Calcula-se que quase 23 mil piscinas olímpicas de lama foram despejadas com rompimento da barragem

O equivalente a quase 23 mil piscinas olímpicas de lama foram despejadas nas redondezas próximas à barragem, que se rompeu na cidade de Mariana, em Minas Gerais, Brasil.
A empresa de mineração Semarco (responsável pelo local) garantiu que não há nada tóxico nos 62 milhões de metros cúbicos de resíduos de minério de ferro libertados durante o acidente.
Especialistas ouvidos pela BBC afirmaram que, apesar de o material não apresentar riscos para a saúde humana, ele trará danos ambientais, que se podem estender por vários anos.
“Comparado ao mercúrio, por exemplo, este resíduo não é tóxico, já que é formado basicamente por sílica.
Ninguém vai desenvolver câncer, nem está em causa o ser humano, mas sim o meio ambiente", disse o professor de geologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Cleuber Moraes Brito, que é consultor na área do meio ambiente e mineração.
"Esta lama avermelhada deve causar danos em todo o ecossistema da região, tendo um violento impacto durante anos nos rios, fauna, solo e até nos moradores, no sentido de que o seu trabalho, como a agricultura, se pode tornar impraticável."

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Os resíduos vão alterar o pH do solo


Solo alterado
Os danos ao meio ambiente em redor da barragem podem ser, a grosso modo, químicos e/ou de ordem física.
O primeiro diz respeito à desestruturação química do solo, não só pelo ferro, mas também por outros metais secundários descartados durante o processo de mineração.
Segundo Cleuber, este solo recebeu uma incorporação química anormal, com excesso de ferro, que pode alterar o pH da terra.
Já o impacto físico dos rompimentos diz respeito à quantidade de lama - e não à sua composição.
"O problema não é o material em si, mas o facto de a lama ter coberto a região, soterrando a vegetação", diz Mauricio Ehrlich, professor de geotecnia da COPPE, da UFRJ.
"Este resíduo é pobre em material orgânico, ou seja, não favorece o crescimento de vegetação.
Assim, o que acontece é que essa lama vai começar a secar lentamente, criando uma capa ressequida por cima do solo, dificultando a penetração de água".
Maurício afirma ainda que, além do solo infértil, outro impacto ambiental está relacionado com os rios da região. Com o vazamento, os sedimentos vão ser arrastados e depositados nos trechos onde a corrente é mais fraca.

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A lama também poderá ter efeitos consideráveis nos rios da região

Isso irá prejudicar e muito os rios, que podem ser assoreados, ficarem menos profundos, ou até terem os seus cursos desviados.
Outro risco é o de que muitas nascentes sejam soterradas.
Esse impacto nos recursos hídricos também irá afetar a fauna, especialmente peixes e microrganismos que compõem a cadeia alimentar nos rios.
Quanto tempo vai a natureza demorar para assimilar tudo isto? (mudança no perfil do solo, o impacto nos recursos hídricos e na fauna), questiona o geólogo da UEL.
Segundo ele, apesar de ainda ser cedo demais para se ter essa resposta, é possível dizer que um programa para resgatar a área degradada em Mariana dure cerca de 5 a 10 anos.
Os especialistas salientam que é preciso fazer um levantamento do impacto, sendo que uma das primeiras medidas reais será retirar a lama o quanto antes, especialmente por meio de escavação.
BBC
 

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