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A retinopatia diabética (RD) é uma manifestação oftalmológica da diabetes mellitus, sendo considerada uma das principais causas de cegueira nos países desenvolvidos.
Pelo menos 25 mil indivíduos têm perda de visão devido à diabetes (10%) e 13 mil estão cegos por RD em Portugal.
Todos os anos mais de três mil pessoas cegam de forma irreversível no nosso país devido a esta doença.
Por outro lado, o número de doentes para tratamento tem aumentado, passando de 3.425 em 2010 para 8.110 em 2013, correspondendo a um aumento de 137%, informa a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) por ocasião do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de Novembro.
A Retinopatia Diabética ocorre por alterações dos vasos de pequeno calibre (microangiopatia), aumento do fluído no espaço extra-vascular (edema), redução do fluxo sanguíneo (isquémia) e formação de novos vasos (neovasos).
A investigação no desenvolvimento desta patologia foca-se principalmente nos mecanismos moleculares que contribuem para estas alterações que ocorrem de forma assintomática.
Rita Flores, secretária-geral da SPO, explica que «como a RD é silenciosa, as alterações na visão surgem em fases avançadas da doença.
O rastreio oftalmológico é fundamental na deteção precoce, antes do aparecimento dos sintomas e de lesões irreversíveis».
«O rastreio é realizado pelo oftalmologista através de um exame oftalmológico periódico, no qual é observado o fundo ocular após dilatação (oftalmoscopia).
Para rastreios em grandes massas populacionais, a observação oftalmoscópica pode ser substituída por fotografias do fundo ocular.
O exame oftalmológico deve ser realizado nos diabéticos tipo I, 5 anos após o seu diagnóstico e nos diabéticos tipo II, aquando do diagnóstico.
Posteriormente deverá ser realizado anualmente. Na gravidez o rastreio deve ser efectuado trimestralmente», refere a especialista.
Rastrear e prevenir é fundamental porque o tratamento da RD é difícil e envolve várias etapas e objectivos.
«O doente assume um papel fundamental, uma vez que é de extrema importância o controlo da glicemia, da tensão arterial, do perfil lipídico, evitar fatores de risco como obesidade (controlo do perímetro abdominal e índice de massa corporal), praticar exercício físico regularmente e realizar uma alimentação saudável com fibras, verduras e frutos).
O doente deve ter consciência da importância da sua colaboração e o seu médico de família deve ser informado», defende Rita Flores.
A oftalmologista ainda afirma que «neste momento, dispomos de diversos tratamentos para a retinopatia diabética, nomeadamente fotocoagulação LASER, injecções intra-vítreas de fármacos anti-VEGF e corticóides.
Diversos estudos tem mostrado a importância da combinação de tratamentos potencializando os seus efeitos. No entanto cada doente deve ser considerado individualmente e a orientação terapêutica deve ser adequada a cada situação clínica».
A diabetes mellitus atinge 371 milhões de pessoas em todo o mundo e estima-se que em 2030 atinja os 552 milhões, correspondendo a um aumento de cerca de 50% da população afectada.
Em Portugal 13,0% da população entre os 20 e os 79 anos apresenta diabetes (estudo PREVADIAB 2013).
O estilo de vida sedentário, obesidade, hábitos alimentares e envelhecimento progressivo da população são os grandes factores de risco para a evolução desta doença.
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