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Molenbeek, base da jihad belga onde vivia cérebro dos ataques

kokas

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Do bairro nos arredores de Bruxelas saíram muitos terroristas que atacaram a Europa. O mais famoso é agora Abdelhamid Abbaoud
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Os ataques podem ter sido pensados na Síria e perpetrados em França, mas foi na Bélgica que foram organizados. E todos os holofotes estão virados para um município nos arredores de Bruxelas, Molenbeek-Saint-Jean, para muitos a principal base do jihadismo na Europa. Tudo por causa do número de terroristas que por ali passaram: desde dois dos protagonistas dos atentados de 11 de março de 2004, em Madrid, que fizeram 192 mortos, até ao autor do ataque travado por vários passageiros num comboio que fazia a ligação entre Amesterdão e Paris, em agosto. Mas o mais famoso ex-habitante do bairro é Abdelhamid Abaaoud, de 27 anos, que autoridades francesas e belgas dizem ser o cérebro dos ataques de sexta-feira.Antigo aluno de uma das escolas secundárias de maior prestígio de Bruxelas (Colégio Saint-Pierre, em Uccle), Abbaoud tornou-se num dos jihadistas mais conhecidos no país. Na mira da polícia depois de ter aparecido num vídeo de propaganda do Estado Islâmico a conduzir um veículo cheio de corpos mutilados para uma vala comum, saltou para as páginas dos jornais em janeiro depois de um tiroteio com a polícia na cidade de Verviers, durante um raide para desmantelar uma célula terrorista. Dois dos seus alegados cúmplices foram mortos.Filho de imigrantes marroquinos (que com os turcos são a maioria em Molenbeek), terá viajado para a Síria em 2013 para se juntar ao Estado Islâmico. Segundo os media belgas, terá mesmo recrutado o irmão mais novo, Younes Abbaoud, que aos 14 anos é um dos mais jovens combatentes do grupo extremista. Mas não é só na recruta que Abdelhamid Abaaoud está ativo, com o seu nome a surgir ligado a uma série de ataques nos últimos meses.Os investigadores acreditam que desempenhou um papel no atentado abortado contra uma igreja em Villejuif, em abril, esteve envolvido num projeto de ataque que foi travado contra uma sala de concertos, cujo autor foi detido a 11 de agosto, e o ataque contra o comboio que fazia a ligação Amesterdão-Paris, que ocorreu dez dias mais tarde. Abdelhamid Abaaoud terá também estado em contacto com Mehdi Nemmouche, quatro meses antes dele matar quatro pessoas no museu judaico da Bélgica, em Bruxelas.Apesar de estar na mira das autoridades belgas, Abaaoud conseguiu escapar à vigilância policial, depois de ter regressado à Bélgica em finais de 2013. "Conseguimos obter armas e estabelecer um esconderijo enquanto planeávamos operações contra os cruzados", disse numa entrevista publicada em fevereiro na revista online do Estado Islâmico em inglês, a Dabiq. O belga congratulava-se até de ter sido parado por um "oficial" depois de uma foto sua a combater ter sido publicada pelos media. Contudo, teria sido libertado por não ter sido reconhecido. Não revela contudo quando tal ocorreu. Em janeiro de 2014 teria voltado para a Síria e em determinada altura viajou para a Grécia.Base do jihadismo na EuropaAbdelhamid Abbaoud é apenas um dos terroristas com ligação a Molenbeek, por onde já tinham passado pelo menos dois dos autores dos ataques de sexta-feira em Paris. "Há quase sempre uma ligação a Molenbeek", reconheceu no domingo o primeiro-ministro belga, Charles Michel. "Tentámos a prevenção. Agora, temos que nos tornar repressivo." O bairro foi palco de quatro operações policiais desde os ataques de sexta-feira e duas pessoas já foram acusadas de terrorismo.As ligações de Molenbeek ao extremismo islâmico, inicialmente à Al-Qaeda, remontam ao início da década de 1990, quando o xeque Bassam Ayachi, um francês salafita, fundou o Centro Islâmico Belga (desmantelado pela polícia em 2012). Foram extremistas belgas ligados ao bairro que mataram o líder anti-talibã Ahmad Shah Massoud, no Afeganistão, antes dos atentados do 11 de setembro de 2001.Museu judaico, célula de Verviers, ataque falhado contra o comboio. Todos com ligação ao bairro, onde Amedy Coulibaly terá comprado as armas que usou na tomada de reféns do supermercado kosher de Paris, em janeiro, no qual morreram cinco pessoas. As autoridades estimam que 440 belgas tenham ido combater para o Estado Islâmico na Síria - mais do que qualquer outro país europeu em per capita.


nm

 
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