A Grã-Bretanha já iniciou os bombardeamentos na Síria - Conheçam as armas usadas pela coligação contra o EI

Os aviões de guerra britânicos já estão em acção na Síria, horas depois de o primeiro-ministro David Cameron obter apoio no Parlamento para efectuar ataques aéreos naquele país contra o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI).
A Grã-Bretanha vinha bombardeando alvos do EI no Iraque desde setembro de 2014, como elemento integrante da coligação liderada pelos Estados Unidos.
Agora, jactos Tornado da RAF (Força Aérea Real Britânica) fizeram os primeiros ataques contra o EI na Síria, confirmou esta quinta-feira o Ministério da Defesa britânico.
Quatro jactos Tornado descolaram de uma base da RAF em Chipre (Mar Mediterrâneo), para atacar os campos de petróleo de Omar, no leste da Síria, que estão sob o controlo do EI.
Os ataques foram "bem-sucedidos", afirmou o ministro da Defesa da Grã-Bretanha, Michael Fallon.
Na quarta-feira, o Parlamento britânico aprovou os ataques contra o EI na Síria por 397 votos contra 223, após dez horas de debate.



A Grã-Bretanha possui oito jactos Tornado GR4 na base de Akrotiri, em Chipre.
O Tornado tem sido um dos pilares da Força Aérea Britânica desde que entrou em serviço, em 1980, e se mantém na vanguarda bélica por uma combinação de actualizações de software e aprimoramentos constantes.
Trata-se de uma aeronave para todas as condições de tempo, diurna e noturna, e pode operar em baixas altitudes.
É um jacto principalmente de ataque, com habilidade para lançar munições teleguiadas e mecanismos sofisticados de mira e visualização, que já se revelaram úteis em missões de reconhecimento.
Estes jactos realizaram os seus primeiros ataques contra o EI no Iraque em setembro de 2014, usando bombas teleguiadas de precisão Paveway IV.


O Tornado GR4 carrega normalmente até cinco bombas Paveway IV ou dois mísseis Storm Shadow, mas pode ser configurado com outros tipos de armamento, consoante a missão que lhe for atribuída.
A Paveway IV é a munição mais moderna e precisa no inventário da RAF.
Leva uma ogiva menor do que anteriores versões, o que permite usar mais unidades.
Segundo a RAF com este novo modelo permite ataques mais precisos e com menor risco de danos colaterais.
As missões seguintes também utilizaram mísseis Brimstone de modo duplo, pois permite a detecção por radar e laser, para atacar veículos e alvos múltiplos.
93 Unidades foram usadas no Iraque até setembro deste ano, segundo o Ministério da Defesa britânico.
Cada míssil, que custa mais do que 112 mil € (127 mil US$), tem duas ogivas, sendo uma menor projectada para destruir eventual blindagem e outra que penetra no alvo antes de explodir.


Há informações que apontam para o envio, pela Grã-Bretanha, de jactos Tornado e Typhoon para elevar o poder aéreo disponível da RAF na base de Chipre.
O Typhoon foi originalmente projectado para o combate ar-ar, mas consegue também efectuar ataques a alvos no solo.
Após modificações, os jactos foram aprimorados em 2008 para levar bombas Paveway, mas ainda não comportam mísseis Brimstone.


A operação de reconhecimento no Iraque foi reforçada por um Boeing RC-135 Rivet Joint da RAF, baseado na base de Al-Udeid, no Catar.
A Força Aérea Britânica adquiriu o seu primeiro Rivet Joint em 2013, a partir da reconversão de uma aeronave americana, que entrou ao serviço nos anos 60.
O Ministério da Defesa diz que a aeronave estava a ajudar a "construir uma base de dados sobre a situação humanitária no norte do Iraque e a ameaça associada (representada pelo EI)".


Os primeiros drones Reaper foram usados pela RAF no Afeganistão em 2007.
São operados desde o solo por uma equipa formada por um piloto, um operador de sensores e coordenador de missão.
Duas câmaras no bico da aeronave fornecem à equipa uma visão do que está à sua frente. Um sistema de comunicação por satélite permite o controlo da aeronave quando não há informação visual.
Cada drone é normalmente armado com duas bombas guiadas a laser de 220 kg e quatro mísseis Hellfire.
Em setembro, o primeiro-ministro Cameron anunciou que um drone tinha morto na Síria dois britânicos ligados ao EI, e descreveu a acção como um acto de legítima defesa.


O Sentinel R1 é o único avião de vigilância de longo alcance da RAF.
O seu poderoso radar pode identificar múltiplos alvos a longas distâncias.
Uma equipa de analistas em terra ajuda a analisar e interpretar os dados obtidos pela aeronave, que são posteriormente transmitidos a comandantes no solo.
Segundo o secretário da Defesa britânico, a RAF conduziu mais de 30% de todas as missões de reconhecimento e vigilância no Iraque e na Síria, e deverá manter este tipo de missões em 2016.

Os aviões de carga Lockheed Hercules C-130 foram originalmente enviados para o Iraque para largar suprimentos de emergência, onde se incluem água, comida e lanternas solares a civis desalojados pelo conflito.
As aeronaves também têm fornecido apoio às equipas britânicas de treino militar, que trabalham com as tropas iraquianas e curdas na região.


O Voyager é usado para abastecimento aéreo e também para transporte.
Pode levar até 291 pessoas, além de carga.
Uma única aeronave pode reabastecer quatro Tornados e ainda carregar 5 mil quilos de carga numa travessia sobre o Atlântico.
A aeronave é baseada no projecto de um Airbus A330 moderno e pode também ser adaptada para comportar ate 40 macas e três pacientes em estado crítico.


Este jacto de ataque Stealth (invisível a radares) entrou em acção pela primeira vez contra o EI, na Síria.
Comporta mísseis ar-ar e ar-terra, além de bombas guiadas e equipamentos de redução de visibilidade.
Esta aeronave está no activo desde 2007, mas por problemas técnicos ainda não havia sido empregue em missões de combate.
O F-22 pode atingir elevadas altitudes e também sustentar voos supersónicos sem uso de mecanismos de pós-combustão.
É possível que tenham sido usados para entrar no espaço aéreo sírio sem serem detectados e enviar informações sobre alvos a navios da coligação estacionados no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho.


O F-18 Hornet é um jacto de combate multifuncional, usado para vigilância e ataque.
A base destas aeronaves tem sido um porta-aviões no Golfo Pérsico.
Esta aeronave possui um sofisticado sistema de radar que pode seguir alvos em todas as condições climatéricas e a longas distâncias.
Um casulo Sniper avançado, com câmaras de infravermelhos e convencional, permite aos pilotos visualizar alvos à noite e sob baixa visibilidade.


O F-16 Fighting Falcon é um caça de combate compacto e multifuncional.
Possui grande autonomia de voo e capacidade de manobra, podendo localizar alvos em todas as condições climatéricas.
Os F-16 foram usados na primeira guerra do Iraque em 1991, depois noutra operação neste país em 2011 e na intervenção recente na Líbia.
Os Estados Unidos e outros países da coligação enviaram F-16s para a região.
Washington acertou ainda a venda de 36 destes caças ao Iraque para ajudar no combate ao EI.
As primeiras quatro unidades chegaram em julho.
O Growler é uma versão high tech do F-18 Super Hornet.
Pode ludibriar defesas aéreas inimigas por meio de técnicas de interceção, sendo muito útil na retaguarda de outros jactos de combate.


O caça F-15E Strike Eagle pode conduzir missões ar-ar e ar-terra.
Voa a baixas altitudes, em qualquer condição climatérica, de dia ou de noite.
Os jactos estão sediados na base de Al-Udeid, no Catar.


O B-1 Lancer é o bombardeiro estratégico de longo alcance da Força Aérea Americana, e vem sendo usado em ataques contra o EI no norte da Síria.
O bombardeiro pode lançar grandes quantidades de munições e também detectar veículos em movimento.


A França foi o segundo país a juntar-se aos ataques contra alvos do EI no Iraque.
Iniciou os ataques na Síria em setembro de 2015, usando caças Rafale baseados em Dhafra, nos Emirados Árabes Unidos.
O Rafale é um caça multifuncional de dupla propulsão, com asas em delta e capaz de fazer acções de defesa aérea, ataque ao solo e missões de reconhecimento.
A aeronave possui alta tecnologia para detecção e seguimento de oito alvos em simultâneo, para além de poder gerar mapas em 3D para navegação e mira.


A França tem um aeronave de patrulha marítima na região.
O primeiro modelo do Atlantic foi entregue à Marinha Francesa em 1989.
A aeronave passa por várias actualizações, para aumentar a sua operacionalidade até 2030.


Os Emirados Árabes Unidos contam com unidades do caça francês Mirage 2000, de capacidade similar à do F-16.
O caça é descendente do famoso Mirage III dos anos 60, sendo esta a primeira aeronave europeia a quebrar a barreira de velocidade Mach 2 (2.450 km/h) em voo.


O Tomahawk é um míssil de seis metros de comprimento, que voa a mais de 1.100 Km/h, com um raio operacional de 1.000 Km, e suficientemente próximo do solo para surpreender artilharias anti aéreas em terra.
Foi projectado inicialmente para lançar cargas nucleares, mas mostrou-se extraordinariamente útil no transporte de cargas explosivas convencionais nas duas guerras do Iraque e contra alvos sérvios na guerra dos Balcãs nos anos 90.
Cada míssil leva uma carga explosiva de 450 kg, projectada para penetrar em edifícios reforçados de betão armado.
Os EUA lançaram dezenas destes mísseis durante a primeira onda de ataques contra o EI na Síria em setembro de 2014.
Os mísseis foram lançados de navios americanos para atingir Raqqa, cidade-bastião do EI.

infelizmente enquanto nao houver tropas terrestres, nao se ganha a guerra contra esses bàrbaros