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Quase 200 mexicanos foram vítimas de experiência médica cerebral

kokas

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Foram-lhes inseridos tubos no crânio que não tinham sido aprovados para uso em seres humanos
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Pelo menos 194 pessoas foram vítimas de uma experiência cerebral em que, para tratar a hidrocefalia, lhes foi implantado um tubo no cérebro que não estava aprovado para uso em seres humanos. O caso aconteceu no México e há dez anos que as vítimas lutam por indemnizações.Em 2010, a Comissão Nacional de Arbitragem Médica do México decidiu a favor de uma das queixosas: o aparelho que foi implantado nestes mexicanos estava em fase experimental e o seu uso não foi autorizado pelos doentes. Agora, o o jornal espanhol El País relembra a história dos quase 200 mexicanos afetados, muitos dos quais ainda sofrem as consequências da operação experimental.No cerne da questão está um tubo usado para tratar a hidrocefalia, uma acumulação de líquido dentro do crânio que precisa de ser retirado, porque aumenta a pressão intracraniana e pode causar lesões cerebrais. No Instituto Nacional de Neurologia e Neurocirurgia (INNN) do México, entre 2004 e 2009, a hidrocefalia era tratada com a implantação de um tubo experimental no cérebro do doente que escoava o líquido através do nariz do doente.No entanto o tubo experimental, inventado e patenteado pelo diretor do INNN Julio Sotelo Morales, não tinha forma de regular a pressão intracraniana. Isto fazia com que os doentes não pudessem deitar-se, porque o líquido acumulava e sentiam a cabeça cheia de pressão, e com que, ao levantar-se, sentissem o crânio a esvaziar-se rapidamente. Eram obrigados a dormir sentados e sentiam dores intensas. Muitos dos doentes afetados - pelo menos 194 - continuam a sofrer represálias da operação até hoje.Os doentes a quem o tubo foi aplicado não foram informados de que se tratava de um procedimento experimental, que ainda não tinha sido autorizado para uso generalizado em seres humanos.Operação quase grátis custava 16 mil euros ao doenteOutros problemas do dispositivo relacionam-se com o seu material: era feito de um plástico usado para produzir cateteres, mas que não deveria ser usado para objetos a implantar dentro do corpo humano, especialmente dispositivos permanentes.Além disso, a operação era realizada por médicos internos que não eram remunerados pelo procedimento nem supervisionados, e o tubo em si custava "cerca de 40 pesos", ou dois euros. A operação, que saía "quase grátis ao INNN", segundo a Comissão Nacional de Arbitragem Médica, custava milhares de euros aos doentes."A operação custou-nos mais de 300 mil pesos", ou cerca de 16 mil euros, disse a irmã de uma das doentes ao El País. "Nunca nos disseram que era um aparelho experimental. Só assinámos uns documentos para que fosse operada de urgência".


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