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"A polícia não me disse que o meu filho tinha morrido"

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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[h=2]As declarações são do pai de um dos rapazes que morreu no acidente de comboio em Águas Santas. Francisco esteve no Porto para levar o corpo do filho de volta a Madrid.
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Três jovens morreram junto ao apeadeiro de Águas Santas-Palmilheira na passada segunda-feira. Mas dois jovens escaparam ao acidente com o comboio. Em pânico, os jovens espanhóis percorreram 600 quilómetros e só em Madrid, Espanha, foram à polícia contar o sucedido, avança o Jornal de Notícias (JN).


Os dois alegaram que o imenso pó saído de um extintor, usado por um revisor da CP para os afugentar, levou a que não conseguissem ver o outro comboio que passava a cerca de 120 km/h.
O pai de um dos rapazes pretende saber tudo o que se passou naquela noite, quando os cinco jovens estavam a grafitar a carruagem, parada e com passageiros.
O testemunho veio de Fernando, de 18 anos, que contou a Francisco Perez Martin, de 55 anos, pai de Enrique, que faleceu no acidente, juntamente com Jaime, de Granada, e com João Pedro, da Senhora da Hora, Matosinhos.
“O Fernando contou-me que estavam a pintar um comboio e que o revisor os tentou impedir com um extintor. Eles continuaram a grafitar, mas deixaram de ver, porque o pó do extintor fez uma cortina de fumo. Foi quando se deu o acidente”, explicou Francisco ao JN.
Quando o pai questionou o rapaz “se eles tinham enfrentado o homem com pedras”, Francisco negou repetidamente.
O pai adiantou ainda que só teve conhecimento da morte do filho depois de Francisco o contactar e que só soube "na manhã de terça-feira passada". "'Já sabes o que se passou? O Quique [alcunha do filho Enrique] está morto'. O meu mundo desabou completamente ali", contou Francisco.
Nessa manhã, a polícia espanhola bateu à porta de Francisco perguntando se tinha conhecimento de que o seu filho tinha ido para o Porto. "Respondi-lhe que sim, que havia sido dada autorização para ele ir festejar os seus 18 anos ao Porto e que sabia que tinha ido no carro de um familiar de Jaime, com ele, com Fernando e com outro amigo", acrescentou.
Desconsolado, o pai revelou ainda que o polícia limitou-se a identificá-lo "sem dizer que o filho tinha morrido".
O corpo de Enrique seguiu ontem de avião do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, para Madrid, onde hoje de manhã será velado. O funeral decorre amanhã.
"Só quero voltar a casa, estar com a minha mulher e com o meu filho, Adriana, porque se eu estou mal - e tive de encarar a realidade e vir tratar de toda a burocracia - eles, lá em Madrid, estão completamente devastados", afirmou.
Neste momento, a CP disse apenas estar a “colaborar com as autoridades responsáveis pela investigação”, explicando que vai também proceder a um inquérito interno.


dn

 
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