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"Em Espanha acabou o tempo das maiorias absolutas"

kokas

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Set 27, 2006
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Porta-voz do PSOE no Parlamento espanhol nesta última legislatura, Antonio Hernando Vera participou em muitas campanhas mas nunca numa tão intensa como esta. As sondagens não são muito favoráveis aos socialistas mas o deputado confia que poderão formar governo
Esta foi uma campanha eleitoral mais dura do que as anteriores?

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Não. Está a ser é mais intensa. Há mais forças políticas a lutar pelo poder do que noutros anos e a competição é maior. Está a ser apaixonante e intensa. Tudo está em aberto e sente-se motivação nos militantes.E na sociedade espanhola?Espera-se uma elevada participação e isso é sinal de que volta a existir interesse na política.Segundo as sondagens, o PSOE será a segunda ou até a quarta força mais votada. Como orientaram a vossa estratégia durante a campanha?Penso que houve um ponto de inflexão na campanha eleitoral, no dia do debate entre Mariano Rajoy e Pedro Sánchez. As sondagens dizem que existem 40% de indecisos e que 70% dos eleitores querem uma mudança. Por isso, se as pessoas querem sentir transformações e esquecer-se de Rajoy a única alternativa possível é Pedro Sánchez e o PSOE. Nós somos a alternativa.Como é Pedro Sánchez como líder?É uma pessoa trabalhadora, constante e valente, tal como demonstrou no debate. Sánchez disse o que muitos espanhóis gostavam de dizer ao primeiro-ministro. Há dois anos ele não estava na política e percorreu o país para convencer os socialistas sobre o projeto que tinha para Espanha. É um lutador.É um líder consensual?Há unidade dentro do socialismo. Ele é o primeiro secretário-geral eleito pelos militantes. Fez história no PSOE e a sua liderança é inquestionável. É uma pessoa decente, um político limpo.O desemprego é uma das principais preocupações dos espanhóis. Qual é a proposta socialista para criar trabalho?Derrogar a reforma laboral dos populares, que embarateceu os despedimentos e provocou uma desvalorização salarial entre os 10% e os 12%. Queremos um novo estatuto que contemple três tipos de contratos: fixo, temporário ou de formação. Pensamos que não é o Estado quem tem de criar emprego mas sim disponibilizar os meios para que o setor privado contrate mais gente. Para isso temos de dar empréstimos para que aumente o tamanho das empresas.Quais serão as prioridades do PSOE se vier a formar governo?Fazer uma verdadeira reforma fiscal. A que fez o PP custou dez mil milhões de euros e foi um corte no Estado de bem-estar. Os que mais têm pagaram menos impostos e os que menos têm pagaram mais. Queremos colocar cinco mil efetivos da agência tributária para perseguir a fraude fiscal. São também prioridades fazer uma reforma constitucional e uma educativa. E será preciso reformar algumas instituições para aproximá-las mais dos cidadãos. Do ponto de vista social, temos de recuperar o tempo perdido.É mau ou bom para Espanha a queda do bipartidarismo?Espanha mudou e esta é uma boa oportunidade para revitalizar o Congresso e o Senado. Vamos ter de aprender todos a negociar e alguns veem isso como um risco.Os dois grandes partidos estiveram envolvidos em casos de corrupção. Essa é a principal causa da queda do PP e do PSOE?Em Espanha teve muito impacto que o primeiro-ministro não se tenha demitido. Por isso pensamos que, uma vez Mariano Rajoy fora do governo, poderemos combater a corrupção. O PSOE é o partido mais transparente, com todo o património declarado.Mas o PSOE também esteve envolvido na corrupção no caso dos ERE na Andaluzia. E a atuação do governo andaluz foi exemplar. Os responsáveis foram expulsos do partido e houve uma renovação.Podemos ou Ciudadanos: qual dos dois partidos pode prejudicar mais o PSOE?O Ciudadanos apresenta propostas de direita. É mais moderno e sorridente. O Podemos teve uma grande reconversão ideológica por oportunismo e não por convicção. Há um ano o programa era muito diferente.O PSOE poderia fazer acordos com o Ciudadanos e o Podemos?O nosso objetivo é ganhar e ser a primeira força, depois fazer acordos. Somos totalmente incompatíveis com o PP, mas com o resto dos partidos vamos chegar a acordo.Se o PP ganhar mas o PSOE tiver um maior número de votos, avançariam com um governo de esquerda?Deve ser a força mais votada a formar governo. Mas caso não haja consenso será preciso procurar outras alternativas.O futuro da Catalunha também passa pelos resultados deste domingo?Existe um problema de raiz político e temos de procurar uma solução política. O mapa autonómico deve ser modernizado e só o PSOE pode consegui-lo.


dn

 
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