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O economista discreto que bateu o pé a Sócrates e tem o futuro da TAP em cima da mesa

kokas

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Set 27, 2006
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Foi secretário de Estado antes dos 30 e é ministro com menos de 40 anos. António Costa confiou-lhe uma das pastas mais importantes do novo Governo.
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Pedro Marques, 39 anos, tomou posse há menos de um mês. Inaugurou um ministério inédito – Planeamento e Infra-estruturas –, e tem em mãos uma das mais complexas negociações do momento. Uma daquelas que ditam a sorte de um Governo. António Costa prometeu, na sexta-feira, que o "Estado retomará 51% do capital da TAP". Na véspera, Pedro Marques recebeu os accionistas que controlam a maioria do capital da transportadora aérea e ouviu-os garantir que não abdicam da sua posição.



A sua lista de tarefas não é pequena. Terá de planear o próximo ciclo de fundos comunitários, além, é claro, de executar o actual. Para se ter uma ideia, esta também é uma área vital para o Governo. Os fundos são o único instrumento de política económica ao dispor de um Governo pressionado e com um orçamento sob vigilância. Por isso, António Costa criou esta pasta e entregou-a a Pedro Marques. "É o melhor nome possível", garante Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, que se tornou amigo do actual ministro na altura em que ambos se destacavam no Ministério do Trabalho, como secretários de Estado de Vieira da Silva.Pedro Marques garante ao PÚBLICO que está consciente da importância da tarefa. E que planeia cumpri-la "dando o menor número de pretextos possível para que haja polémica e crispação". Uma das suas prioridades é "executar" o máximo "com o mínimo de polémica partidária", garante. E dá como exemplo o "plano estratégico de transportes e infra-estruturas", que pretende aproveitar do anterior Governo, em vez de "redesenhar" um à sua medida.Esta é a faceta "conciliatória" e "moderada" que o seu colega de Governo, Ricardo Mourinho Félix lhe reconhece, já desde os tempos de faculdade.José Sócrates, António José Seguro e António Costa podem ter pouco em comum. Mas todos repararam no jovem economista, de olhos azuis, ar sério e gosto por fatos escuros, que domina alguns dos temas mais importantes do debate político nos últimos dez anos: Segurança social, orçamento, fundos comunitários, demografia.Essa capacidade de dar nas vistas, sendo discreto, é responsável pelo seu percurso rápido, e pouco habitual. Ainda estudava Economia no ISEG, quando recebeu o primeiro convite de um Governo. Acabou a licenciatura, em 1998, e concluiu o mestrado em Economia Internacional quando Ricardo Mourinho Félix, seu colega de faculdade (actual secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças) o sugeriu a Vieira da Silva, secretário de Estado da Segurança Social do último Governo de António Guterres.Em rigor, este não foi o primeiro emprego de Pedro Manuel Dias de Jesus Marques, que nasceu em Lisboa em 1976. O seu primeiro trabalho é uma espécie de prenúncio do lugar que agora ocupa, como ministro do Planeamento e Infraestruturas do XXI Governo Constitucional. Começou por dar, "a convite de um professor" do ISEG, adianta ao PÚBLICO, "consultoria de apoio à gestão de fundos comunitários", num projecto de renovação urbana do antigo Plano Especial de Realojamento. Estávamos em 1997. Viviam-se anos de expansão económica. O segundo Quadro Comunitário de Apoio, antecessor do QREN que agora tem a seu cargo, disponibilizava verbas para bairros sociais. Esteve lá dois anos, entre o fim da licenciatura e o início do mestrado.O seu orientador de tese, António Mendonça, viria a ser ministro. E vários dos seus colegas no ISEG destacavam-se na Juventude Socialista (JS): Jamila Madeira, sua contemporânea, e Pedro Nuno Santos, um ano mais novo, foram líderes entre 2000 e 2008.Politicamente, o jovem economista começa a sobressair no Montijo, onde cresceu e ainda vive com a sua mulher, colega do ISEG, e três filhas. É no Montijo que, em 1997, o PS reconquista ao PCP a câmara. E é por essa via que Ricardo Mourinho, já com responsabilidades na JS distrital de Setúbal, se apercebe do seu interesse pela política e se lembra de o indicar como hipótese para assessor de Vieira da Silva.Foi contratado para prestar apoio macro-económico. Mas fez muito mais do que isso. Tornou-se indispensável.

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