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GF Ouro
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Além da crise dos refugiados, que é constante, o referendo sobre a permanência britânica na UE é uma bomba ao retardador.
Numa altura em que as sondagens indicam que há mais eleitores britânicos a preferir sair do que ficar na União Europeia, David Cameron corre contra o tempo. O primeiro-ministro conservador prometeu um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia para 2017, mas em dezembro deu a entender que a consulta poderia ser antecipada para o verão deste ano. Entretanto tem de conseguir cedências importantes dos seus parceiros europeus em relação a reformas que julga serem fundamentais à UE e para que ele próprio possa defender que é melhor ficar do que sair - perante os britânicos e o seu partido.No último Conselho Europeu, os chefes de Estado e de governo dos 28 adiaram, para fevereiro, um eventual acordo entre a UE e o governo de David Cameron. Uma das exigências feitas pelo líder britânico suscita fortes reticências junto da Comissão Europeia (que é a guardiã dos tratados da UE) e da maioria dos Estados membros: impedir que os imigrantes possam receber apoios sociais nos primeiros quatro anos no Reino Unido. Cameron está consciente da polémica que a ideia gera, mas também tem perfeita noção de que se voltar para Londres com algo menos do que isto, o brexit (acrónimo inglês para a saída britânica da UE) será quase uma certeza.Uma sondagem divulgada na passada quinta-feira pela ORB mostrou que 43% dos britânicos querem que o país saia da UE, 36% preferem que ele fique e 21% confessam estar indecisos. "Nos últimos 12 meses cada vez mais pessoas dizem sentir-se mais alheadas da Europa do que próximas dela. Se o primeiro-ministro quer evitar um desastre, alguém tem de começar a convencer a opinião pública muito em breve sobre porque é que devemos ficar na UE", disse à Reuters o diretor da ORB International Johnny Heald.Ciente de que o tempo urge, Cameron realizou na semana passada um périplo por países europeus como a Alemanha e a Hungria. "O apoio à nossa adesão tem vindo a cair ao longo dos anos. Por isso estou a negociar mudanças que vão ao encontro das preocupações dos britânicos", escreveu Cameron, num artigo que foi publicado no jornal alemão Bild. "Mas estas mudanças vão também beneficiar a União Europeia. E a Alemanha pode ajudar a concretizá-las", acrescentou o governante.No encontro com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, Cameron ouviu promessas de apoio nas negociações com a UE, mas lembrou que os cidadãos da Hungria querem continuar a ter o direito de ir viver e trabalhar para o Reino Unido. "Acho que nós, o grupo dos quatro de Visegrado, apresentaremos a mesma visão e chegaremos a um acordo", declarou o governante húngaro, referindo-se à aliança que junta Hungria, Polónia, República Checa e EslováquiaNo caso polaco, o novo governo conservador, hostil à Rússia, quer mais tropas da NATO na Europa Central e, em troca, indicou que poderia apoiar as exigências britânicas sobre os imigrantes nas suas negociações com a UE para evitar o brexit. Quem o disse à Reuters foi o chefe da diplomacia da Polónia, Witold Waszczykowski.
dn
Numa altura em que as sondagens indicam que há mais eleitores britânicos a preferir sair do que ficar na União Europeia, David Cameron corre contra o tempo. O primeiro-ministro conservador prometeu um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia para 2017, mas em dezembro deu a entender que a consulta poderia ser antecipada para o verão deste ano. Entretanto tem de conseguir cedências importantes dos seus parceiros europeus em relação a reformas que julga serem fundamentais à UE e para que ele próprio possa defender que é melhor ficar do que sair - perante os britânicos e o seu partido.No último Conselho Europeu, os chefes de Estado e de governo dos 28 adiaram, para fevereiro, um eventual acordo entre a UE e o governo de David Cameron. Uma das exigências feitas pelo líder britânico suscita fortes reticências junto da Comissão Europeia (que é a guardiã dos tratados da UE) e da maioria dos Estados membros: impedir que os imigrantes possam receber apoios sociais nos primeiros quatro anos no Reino Unido. Cameron está consciente da polémica que a ideia gera, mas também tem perfeita noção de que se voltar para Londres com algo menos do que isto, o brexit (acrónimo inglês para a saída britânica da UE) será quase uma certeza.Uma sondagem divulgada na passada quinta-feira pela ORB mostrou que 43% dos britânicos querem que o país saia da UE, 36% preferem que ele fique e 21% confessam estar indecisos. "Nos últimos 12 meses cada vez mais pessoas dizem sentir-se mais alheadas da Europa do que próximas dela. Se o primeiro-ministro quer evitar um desastre, alguém tem de começar a convencer a opinião pública muito em breve sobre porque é que devemos ficar na UE", disse à Reuters o diretor da ORB International Johnny Heald.Ciente de que o tempo urge, Cameron realizou na semana passada um périplo por países europeus como a Alemanha e a Hungria. "O apoio à nossa adesão tem vindo a cair ao longo dos anos. Por isso estou a negociar mudanças que vão ao encontro das preocupações dos britânicos", escreveu Cameron, num artigo que foi publicado no jornal alemão Bild. "Mas estas mudanças vão também beneficiar a União Europeia. E a Alemanha pode ajudar a concretizá-las", acrescentou o governante.No encontro com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, Cameron ouviu promessas de apoio nas negociações com a UE, mas lembrou que os cidadãos da Hungria querem continuar a ter o direito de ir viver e trabalhar para o Reino Unido. "Acho que nós, o grupo dos quatro de Visegrado, apresentaremos a mesma visão e chegaremos a um acordo", declarou o governante húngaro, referindo-se à aliança que junta Hungria, Polónia, República Checa e EslováquiaNo caso polaco, o novo governo conservador, hostil à Rússia, quer mais tropas da NATO na Europa Central e, em troca, indicou que poderia apoiar as exigências britânicas sobre os imigrantes nas suas negociações com a UE para evitar o brexit. Quem o disse à Reuters foi o chefe da diplomacia da Polónia, Witold Waszczykowski.
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