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Isolado, confinado e debilitado. Assim foi o cativeiro de Rezaian

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O jornalista que foi recentemente libertado do Irão revelou pormenores da prisão, mas afirmou estar "bem"
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Quinhentos e quarenta e cinco. Foi o total de dias que o jornalista Jason Rezaian esteve em cativeiro após ter sido capturado pelas forças iranianas em julho de 2014. A libertação do repórter do The Washington Post aconteceu no sábado e as suas primeiras declarações vieram a público esta segunda-feira. "Quero que saibam que me sinto fisicamente bem", frisou, acrescentando ainda que apesar de compreender a curiosidade em torno do seu caso, precisa de "algum tempo" para "processar" quase 18 meses de cativeiro.Apesar de, por agora, não se querer alongar muito sobre o assunto, o jornalista norte-americano, de 39 anos, que foi libertado juntamente com outros três cidadãos conterrâneos como moeda de troca por prisioneiros iranianos, deu a conhecer alguns detalhes do seu quotidiano enquanto prisioneiro em solo iraniano. Jason Rezaian - que foi acusado de espionagem e disseminação de "propaganda contra o governo" do Irão - admitiu que o mais penoso em todo este processo foi o "isolamento". Após ter sido libertado, o repórter passou várias horas no hospital e só depois conseguiu encontrar-se com a mulher, a mãe e o irmão.Numa conferência de duas horas realizada no Landstuhl Regional Medical Centre, nas imediações da base aérea de Ramstein, na Alemanha - e também numa conversa telefónica com dois editores do jornal onde trabalha -, Jason Rezaian descreveu a quase inexistente interação humana que viveu nos últimos meses. O repórter chegou a passar 49 dias numa solitária e, depois disso, foi transferido para um quarto com 27,8 metros quadrados, onde havia três catres e nenhum colchão. Rezian afirmou que a única prática de exercício que conseguia fazer era andar em círculos num pátio de cimento que não chegava a ter seis metros quadrados.Livros eram o seu escape Capturado em julho de 2014 e condenado em novembro do ano passado a cumprir uma pena de prisão em solo iraniano, Jason Rezaian revelou ainda que durante o cativeiro esteve permanentemente acompanhado por membros da Guarda Revolucionária do Irão. Inclusivamente nas três vezes em que teve de ser hospitalizado, duas delas devido a uma infeção ocular e uma outra na sequência de uma infeção na virilha.O The Washington Post refere que o estado de saúde do repórter terá ficado debilitado devido às condições precárias a que esteve sujeito, bem como à falta de medição para a tensão alta. No ano passado, a família de Rezaian afirmou que o jornalista tinha perdido peso, sofria de dores nas costas e tinha infeções crónicas.Impossibilitado de contactar com o exterior, o jornalista norte--americano, que também possui nacionalidade iraniana, adiantou que encontrou um escape à situação que viveu durante a sua detenção nos livros que as autoridades iranianas permitiram que lesse durante o seu confinamento.Mas, no meio de tamanha privação, Jason Rezaian ainda foi conseguindo obter algumas informações. Nomeadamente os postais de Natal que fez para a família e que, veio a saber, acabaram por "chegar a todos os destinatários", conforme era sua intenção.Angústia até ao último minutoO processo foi longo desde o momento em que soube que ia sair da prisão até à hora em que efetivamente voltou a sentir o sabor da liberdade. Rezaian explicou durante a conferência de imprensa na base aérea de Ramstein que o voo que iria apanhar do Irão para a Suíça - país que representa os interesses dos EUA no Irão na ausência de relações diplomáticas entre os dois países - teve um atraso de várias horas, o que preocupou as autoridades norte-americanas relativamente ao estado do processo negocial na troca de prisioneiros.O repórter confessa que esses foram momentos "de grande stress", uma vez que sabia que apenas era um homem livre quando entrasse no avião. Apesar de longa espera, Rezaian acabou por conseguir fazê-lo. Assim que o avião decolou, os passageiros, nos quais também estavam incluídos a mãe e a mulher do repórter, bateram palmas. O momento repetiu-se quando o aparelho abandonou, por fim, o espaço aéreo iraniano.Rezaian aproveitou para agradecer à família, amigos, cidadãos e governo norte-americano pelo apoio que recebeu durante o cativeiro e agora em liberdade.


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