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Interesses e corrupção dominaram o último debate rumo a Belém

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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[h=2]Nove dos dez candidatos a Belém estiveram frente a frente na RTP1. O debate arrancou com o debate sobre os interesses económicos na política e acabou com a corrupção nos partidos.
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Os candidatos presidenciais estão esta noite frente a frente naquele que é o primeiro debate entre todos os candidatos à presidência da República na televisão, à excepção de Maria de Belém devido ao falecimento de Almeida Santos.


Coube a Henrique Neto abrir o debate. O candidato começou por criticar a "promiscuidade" entre partidos políticos e negócios. Enquanto Jorge Sequeira definiu que todos os candidatos como "pessoas corajosas" que decidiram "sair da sua zona de conforto" para fazer algo pela felicidades dos portugueses. Felicidade essa que, na sua opinião, não contempla apenas interesses económicos.
Também Paulo Morais agarrou na sua bandeira de campanha para fazer referência aos interesses, garantindo que "nem todas as pessoas têm um preço pelo qual se vendem". Esta ideia, referiu, foi "a desculpa arranjada pelos sistemas para justificar a sua própria atividade. Os políticos além de se venderem, vendem-se muito barato", atirou o candidato, que defende também que é preciso pôr fim aos candidatos que tudo prometem em campanha e que depois nada fazem estando no poder. Paulo Morais salientou que nem todos os poíticos são corruptos, "mas aqueles que o são, são os que mais dominam", como é o caso dos dirigentes nacionais.
Marisa Matias trouxe para o debate a cooperação, defendendo que as tropas portuguesas "em qualquer circunstância" não devem ir para a guerra e que a violência deve ser evitada.
Henrique Neto, por sua vez, considerou que são os “sistemas e partidos políticos disfuncionais” que estão na génese da situação a que o país chegou e que tem obrigado os portugueses a “grandes sacrifícios”. E diz-se disposto a tudo fazer pela felicidades dos mesmos.
O regresso das 35 horas semanais
Sampaio da Nóvoa foi o primeiro a pronunciar-se e referiu que considera natural que se reponham alguns aspectos que haviam sido retirados nos últimos anos. Já Vitorino Silva considerou que as regras devem ser iguais para o público e privado.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a medida reposta por António Costa é o cumprir da palavra e uma tentativa de "reparar" aqueles que foram mais afetados nos últimos anos. "Desde que não haja uma derrapagem, e o primeiro-ministro garante que não, eu não vejo razão para um futuro Presidente da República não acreditar no primeiro-ministro", afirmou. Também Henrique Neto disse concordar com a medida “porque é um direito já adquirido” mas alega que é ainda necessário que “a economia portuguesa tenha coragem para pagar melhor”.
Já Vitorino Silva disse ter "vergonha" de que os funcionários públicos trabalhem 35 horas e os trabalhadores do privado 40 horas. Para Tino de Rans, ambos deveriam trabalhar o mesmo número de horas por semana. Já Jorge Sequeira afirmou que o preponderante "é trabalhar muito é trabalhar bem" e porque na sua opinião o "país não tem sido bem orientado" quer ser um "auditor da governação".
A isto Paulo Morais acrescentou, recuperando a sua bandeira de campanha, que "demitiria um Governo" que não cumprisse "as promessas eleitorais".
Apoios partidários
Marisa Matias "recusou” durante o debate ser a única candidata com apoio partidário, pois segundo a própria "não há um único candidato que não tenha tido um envolvimento com um partido”. “Todos têm apoios partidários. Todos os Presidentes da República que tivemos até hoje foram eleitos com apoio partidário. Isso não significa ser bom ou mau Presidente. Quando chegarmos a Presidente é claro que o compromisso é cumprir a Constituição, mas temos que mostrar a nossa cara e quais são as nossas posições”, defendeu a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda.
Já Edgar Silva, que tem também o apoio assumido do PCP, disse que esse apoio funciona como um “certificado de garantia”. “Garante que em qualquer circunstância, sempre que esteja em causa a defesa dos interesses dos trabalhadores, [o partido] nunca hesitará”, afirmou, considerando que o partido faz também parte da sua identidade.
Já Cândido Ferreira decidiu reforçar que é um candidato independente e não é "o pau mandado de ninguém".
Subvenções vitalícias
A decisão do Tribunal Constitucional sobre subvenções vitalícias foi criticada no debate entre candidatos presidenciais, com Marcelo a considerar difícil de entender em termos de justiça social e Henrique Neto e Vitorino Silva a falarem em "vergonha".
A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda Marisa Matias foi a primeira a levantar o tema para criticar o silêncio dos outros candidatos. Marisa Matias atribuiu esse silêncio aos apoios de Sampaio da Nóvoa, de Marcelo Rebelo de Sousa e da candidata Maria de Belém Roseira, que constam da lista dos deputados que pediram ao Tribunal Constitucional (TC) que fiscalizasse uma norma que impunha uma condição de recursos aos casos em que a subvenção ainda é atribuída, porque são anteriores à sua eliminação, pelo Governo de José Sócrates.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que sempre foi crítico das subvenções vitalícias e considerou que a decisão do TC "é difícil de aceitar do ponto de vista da justiça social", já que há também outras expectativas jurídicas que devem ser protegidas e deu o exemplo dos trabalhadores de transportes públicos de Lisboa, a quem foram cortados complementos de reforma.
Sampaio da Nóvoa não se pronunciou sobre as subvenções no debate, mas no final, declarou na RTP 3 que bater-se-á “para que acabe a subvenção vitalícia do Presidente da República e se os deputados não concordarem renunciarei a ela".
Edgar Silva recordou que na segunda-feira criticou a decisão do TC mas não se alongou em considerações.
Henrique Neto quis fazer suas as palavras de Marisa Matias "contra a vergonha da subvenção vitalícia" e atirou de seguida às despesas da Presidência da República que, citando o Tribunal de Contas, "não seguem o que a lei manda e há muitos anos".
Vitorino Silva preferiu dirigir a sua indignação em forma de pergunta: "Subvenções vitalícias? Eu tinha vergonha. Doze anos no parlamento? Eu tinha vergonha", declarou.
Já Cândido Ferreira considerou que "é impossível os portugueses entenderem" a questão das subvenções" e declarando que "os portugueses não aceitam isso" passou a debater outras matérias.
O candidato Jorge Sequeira não se pronunciou sobre o tema.
Promessas para futuro
Relativamente ao futuro e perante a possibilidade de assumirem a presidência da República, os candidatos falaram nas suas ambições enquanto chefes de Estado.
Sampaio da Nóvoa negou as semelhanças que lhe têm sido apontadas em relação a Cavaco Silva. "Julgo que tudo o que tenho dito é o oposto dos dez anos de Cavaco Silva na Presidência", salientou, considerando que é Marcelo o candidato que mais representa a continuidade.
Já Vitorino Silva salientou a importância de um presidente que esteja mais perto do povo e que saiba ouvir o que este precisa. Entre críticas ao facto de não ter tanto tempo de antena e de estar farto das “intrigas” que alimentaram o debate, o famoso Tino de Rans defendeu que mais candidatos deviam, por exemplo, dormir na rua com os sem-abrigo como ele fez.
Marisa Matias defendeu a necessidade “de uma nova geração de políticas que envolva toda a gente”.
Henrique Neto defendeu que o Presidente da República pode ter um maior papel no combate à corrupção. Tendo Edgar Silva reforçado que não é preciso só falar do assunto, mas apresentar meios e uma estratégia para a combater.




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