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GF Platina
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Mário Soares lutou contra a ditadura, foi preso, casou na prisão, e teve de deixar o país. Regressou depois do 25 de Abril de 1974, desempenhando todo o tipo de cargos na política: Deputado, Ministro, Primeiro-Ministro, Presidente da República e Eurodeputado. Notabilizou-se no ataque à ditadura, na libertação democrática, na resistência ao comunismo, na opção europeia, na solidez democrática. Foi nos momentos decisivos, o líder de que Portugal precisava, e é por isso que hoje o país lhe deve muito.
Mário Soares morreu às 15 horas 28 minutos no dia 7 de Janeiro de 2017, depois de ter estado mais de duas semanas, internado no Hospital da Cruz Vermelha, em São Domingos de Benfica, em coma profundo. Estava internado desde 13 de Dezembro de 2016, no Hospital da Cruz Vermelha, onde entrou em situação crítica, depois de uma indisposição. O Governo decretou três dias de luto nacional e um funeral de Estado.
Foi um dos 27 membros que se juntaram em Abril de 1973 na cidade alemã de Bad Münstereifel, para fundar o Partido Socialista (PS). Teve uma vida intensa dedicada à política e à democracia. Advogado e professor, envolveu-se desde cedo em actividades de oposição à ditadura do Estado Novo. Preso 12 vezes, acabou deportado para São Tomé em 1968, e depois exilou-se em França. A seguir ao 25 de Abril de 1974, regressou a Lisboa três dias depois, no que ficou conhecido como o "Comboio da Liberdade", tendo a aguardá-lo uma multidão na estação de Santa Apolónia.
Desde então o Portugal democrático deve-lhe muito: é reconhecido como sendo o principal líder civil do campo da democracia na convulsão dos dias do PREC (Processo Revolucionário Em Curso), e nestes 42 anos de liberdade no país, foi ministro dos Negócios Estrangeiros (1974-75) e primeiro-ministro por três vezes (1976-1977, 1978 e 1983-1985), e foi o obreiro da adesão de Portugal à CEE (Comunidade Económica Europeia, hoje chamada de União Europeia), assinada em 1985.
Chegou a Presidente da República em 1986, como o primeiro Presidente de todos os Portugueses, como se afirmou nessa noite de 26 de Janeiro em que foi eleito (numas eleições que dividiram o país ao meio). O seu primeiro mandato foi de tal modo consensual que seria reeleito com 70,35% (quase 3,5 milhões de votos, resultado nunca alcançado por outro político em eleições nacionais).
Mário Soares deixou Belém em 1996, nas mãos de outro socialista, Jorge Sampaio, mas não desistiu da política. Ensaiou um percurso internacional, ainda em Dezembro de 1995, com a presidência da Comissão Mundial Independente sobre os Oceanos, mas a política doméstica voltaria a impor-se no seu percurso. Foi cabeça de lista socialista às eleições europeias de 1999 e ensaiou a candidatura a Presidente do Parlamento Europeu, que perderia para Nicole Fontaine, a quem se dirigiria de forma deselegante.
Anos mais tarde, em 2005, voltou a colocar-se na corrida a Belém, apenas para impedir que o então secretário-geral do PS, José Sócrates, apoiasse Manuel Alegre, outro histórico socialista, com quem estava zangado. Nas eleições, Mário Soares acabou humilhado em terceiro lugar e Alegre em segundo não evitou a eleição à primeira volta de Cavaco Silva. Os dois só fariam as pazes oito anos depois, por telefone, mediados pelo líder socialista de então, António José Seguro, depois de Mário Soares ter estado internado com uma forte encefalite, em Janeiro de 2013.
Mário Soares morreu às 15 horas 28 minutos no dia 7 de Janeiro de 2017, depois de ter estado mais de duas semanas, internado no Hospital da Cruz Vermelha, em São Domingos de Benfica, em coma profundo. Estava internado desde 13 de Dezembro de 2016, no Hospital da Cruz Vermelha, onde entrou em situação crítica, depois de uma indisposição. O Governo decretou três dias de luto nacional e um funeral de Estado.
Foi um dos 27 membros que se juntaram em Abril de 1973 na cidade alemã de Bad Münstereifel, para fundar o Partido Socialista (PS). Teve uma vida intensa dedicada à política e à democracia. Advogado e professor, envolveu-se desde cedo em actividades de oposição à ditadura do Estado Novo. Preso 12 vezes, acabou deportado para São Tomé em 1968, e depois exilou-se em França. A seguir ao 25 de Abril de 1974, regressou a Lisboa três dias depois, no que ficou conhecido como o "Comboio da Liberdade", tendo a aguardá-lo uma multidão na estação de Santa Apolónia.
Desde então o Portugal democrático deve-lhe muito: é reconhecido como sendo o principal líder civil do campo da democracia na convulsão dos dias do PREC (Processo Revolucionário Em Curso), e nestes 42 anos de liberdade no país, foi ministro dos Negócios Estrangeiros (1974-75) e primeiro-ministro por três vezes (1976-1977, 1978 e 1983-1985), e foi o obreiro da adesão de Portugal à CEE (Comunidade Económica Europeia, hoje chamada de União Europeia), assinada em 1985.
Chegou a Presidente da República em 1986, como o primeiro Presidente de todos os Portugueses, como se afirmou nessa noite de 26 de Janeiro em que foi eleito (numas eleições que dividiram o país ao meio). O seu primeiro mandato foi de tal modo consensual que seria reeleito com 70,35% (quase 3,5 milhões de votos, resultado nunca alcançado por outro político em eleições nacionais).
Mário Soares deixou Belém em 1996, nas mãos de outro socialista, Jorge Sampaio, mas não desistiu da política. Ensaiou um percurso internacional, ainda em Dezembro de 1995, com a presidência da Comissão Mundial Independente sobre os Oceanos, mas a política doméstica voltaria a impor-se no seu percurso. Foi cabeça de lista socialista às eleições europeias de 1999 e ensaiou a candidatura a Presidente do Parlamento Europeu, que perderia para Nicole Fontaine, a quem se dirigiria de forma deselegante.
Anos mais tarde, em 2005, voltou a colocar-se na corrida a Belém, apenas para impedir que o então secretário-geral do PS, José Sócrates, apoiasse Manuel Alegre, outro histórico socialista, com quem estava zangado. Nas eleições, Mário Soares acabou humilhado em terceiro lugar e Alegre em segundo não evitou a eleição à primeira volta de Cavaco Silva. Os dois só fariam as pazes oito anos depois, por telefone, mediados pelo líder socialista de então, António José Seguro, depois de Mário Soares ter estado internado com uma forte encefalite, em Janeiro de 2013.