santos2206
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O negócio das penhoras
Assim por alto…" A Vã Glória de Penhorar..."
Somos cerca de 10 ME de habitantes,
A população ativa, entre 15 e 64 anos, atinge 65% do total dos habitantes Em Portugal, a esperança de vida à nascença, entre 2015 e 2020, é de 84 anos para as mulheres e de 79 anos para os homens.
Por ano, o Fisco e segurança social, fazem mais de 4 milhões de penhoras…
Nos processos executivos, são aos milhões as ordens de penhoras - automáticas..
Em resumo, numa qualquer mesa de casamento...existem duas pessoas desconhecidas e com um interesse comum - ambos estão penhorados...
Em breve, existirá uma app para telemovel para procurar penhorados perto de si...
Ou seja, isto não vai correr bem...
Há famílias a quem até a secretária dos filhos é penhorada e outras que perdem a casa por uma dívida de 1800 euros de IMI. Em apenas cinco anos, o número de pessoas e empresas falidas cresceu mais de 200 por cento em Portugal. Mas enquanto a uns é retirado até o aquário dos peixes, outros fazem bons negócios. Administradores de insolvência e leiloeiras nunca ganharam tanto dinheiro como agora
Quando se dorme no carro porque não se consegue pagar a gasolina para ir trabalhar, 30 euros é muito dinheiro. Quando se vai dar aulas de educação física sem comer, 30 euros é muito dinheiro. Quando se ganha 350 euros nas Atividades Extra-Curriculares (AEC) e se paga 150 de Segurança Social, 30 euros é muito dinheiro.
Agora que pusemos os pontos nos is na história do ex-bailarino da Gulbenkian que acaba de perder a casa por causa de uma dívida de 1800 euros de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), saltemos rapidamente para o fim mais provável dos bens que lhe estão a penhorar: um leilão.
"À terceira bato com o martelinho e está fechado. Bons negócios!" Neste leilão, Carlos Gomes vende máquinas, carros e camionetas. Motivo: falência da construtora. Depois do setor têxtil, a maioria dos falidos são agora as farmácias e as empresas de construção.
O lote de uma máquina escavadora começa em 10 mil euros. O pregoeiro aquece a audiência: "Ninguém dá mais por esta bela máquina?" E as raquetas de pingue-pongue com o número dos inscritos para licitação começam a levantar-se nas antigas instalações da Visovias: "Já tenho 11... 12... 16. Além, 22. É o melhor que tenho? Fecho em 22 mil euros." Aquilo que levou uma vida a construir passou agora para novas mãos em escassos 30 segundos.
Três horas nisto, num armazém às portas de Viseu, apinhado com mais de 300 pessoas, vão render 700 mil euros em vendas. Quem trata da transação fica com 10% dos bens móveis e 5% dos imóveis, margem acrescentada ao preço final da licitação. À saída, perante a passagem do Porsche Carrera do leiloeiro ouvirei pela primeira vez a expressão: "Enquanto uns choram, outros vendem lenços."
Mas o pregoeiro é apenas uma das peças desta complexa engrenagem. Advogados, administradores judiciais, avaliadores, imobiliárias, juízes, bancos - todos têm uma palavra a dizer na venda dos lenços.
Num país onde os processos de insolvência aumentaram mais de 200%, em apenas cinco anos - eram 909 em 2008 e passaram para 2167 em 2013 -, a falência tornou-se, ela própria, um negócio.
Fonte: Visao
Assim por alto…" A Vã Glória de Penhorar..."
Somos cerca de 10 ME de habitantes,
A população ativa, entre 15 e 64 anos, atinge 65% do total dos habitantes Em Portugal, a esperança de vida à nascença, entre 2015 e 2020, é de 84 anos para as mulheres e de 79 anos para os homens.
Por ano, o Fisco e segurança social, fazem mais de 4 milhões de penhoras…
Nos processos executivos, são aos milhões as ordens de penhoras - automáticas..
Em resumo, numa qualquer mesa de casamento...existem duas pessoas desconhecidas e com um interesse comum - ambos estão penhorados...
Em breve, existirá uma app para telemovel para procurar penhorados perto de si...
Ou seja, isto não vai correr bem...
Há famílias a quem até a secretária dos filhos é penhorada e outras que perdem a casa por uma dívida de 1800 euros de IMI. Em apenas cinco anos, o número de pessoas e empresas falidas cresceu mais de 200 por cento em Portugal. Mas enquanto a uns é retirado até o aquário dos peixes, outros fazem bons negócios. Administradores de insolvência e leiloeiras nunca ganharam tanto dinheiro como agora
Quando se dorme no carro porque não se consegue pagar a gasolina para ir trabalhar, 30 euros é muito dinheiro. Quando se vai dar aulas de educação física sem comer, 30 euros é muito dinheiro. Quando se ganha 350 euros nas Atividades Extra-Curriculares (AEC) e se paga 150 de Segurança Social, 30 euros é muito dinheiro.
Agora que pusemos os pontos nos is na história do ex-bailarino da Gulbenkian que acaba de perder a casa por causa de uma dívida de 1800 euros de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), saltemos rapidamente para o fim mais provável dos bens que lhe estão a penhorar: um leilão.
"À terceira bato com o martelinho e está fechado. Bons negócios!" Neste leilão, Carlos Gomes vende máquinas, carros e camionetas. Motivo: falência da construtora. Depois do setor têxtil, a maioria dos falidos são agora as farmácias e as empresas de construção.
O lote de uma máquina escavadora começa em 10 mil euros. O pregoeiro aquece a audiência: "Ninguém dá mais por esta bela máquina?" E as raquetas de pingue-pongue com o número dos inscritos para licitação começam a levantar-se nas antigas instalações da Visovias: "Já tenho 11... 12... 16. Além, 22. É o melhor que tenho? Fecho em 22 mil euros." Aquilo que levou uma vida a construir passou agora para novas mãos em escassos 30 segundos.
Três horas nisto, num armazém às portas de Viseu, apinhado com mais de 300 pessoas, vão render 700 mil euros em vendas. Quem trata da transação fica com 10% dos bens móveis e 5% dos imóveis, margem acrescentada ao preço final da licitação. À saída, perante a passagem do Porsche Carrera do leiloeiro ouvirei pela primeira vez a expressão: "Enquanto uns choram, outros vendem lenços."
Mas o pregoeiro é apenas uma das peças desta complexa engrenagem. Advogados, administradores judiciais, avaliadores, imobiliárias, juízes, bancos - todos têm uma palavra a dizer na venda dos lenços.
Num país onde os processos de insolvência aumentaram mais de 200%, em apenas cinco anos - eram 909 em 2008 e passaram para 2167 em 2013 -, a falência tornou-se, ela própria, um negócio.
Fonte: Visao
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