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Polícia chamou "Querido, Mudei a Casa!" para melhorar as camaratas

santos2206

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Jul 12, 2014
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PSP tentou solução para alojar polícias colocados longe das suas casas. Dimensão da obra não permitiu parceria com o Querido. Melhorias foram assumidas pela Leroy Merlin

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Cansados de olhar para o velho edifício mesmo ao lado da esquadra, em Oeiras, e de esperar que viesse dinheiro para o Comando fazer obras, os agentes da PSP do Sindicato Independente Livre da Polícia (SILP) decidiram apelar ao programa Querido, Mudei a Casa!.
O prédio tinha sido herdado da GNR, em 2008, quando houve uma reorganização territorial destas duas polícias, mas nunca tinha sido restaurado nem ocupado. Para o SILP estava ali uma possível solução para alojar uma meia centena dos muitos polícias que estão colocados em Lisboa mas estão longe da sua residência. Em vista estavam dois pisos, um superior, com quatro apartamentos, e um inferior, como uma camarata, com capacidade para receber entre 30 e 40 pessoas. E foi esta dimensão - uma obra para dois pisos e vários apartamentos - que levou, num primeiro contacto, a equipa do Querido, Mudei a Casa!, a refutar o desafio. "Disseram que o formato do programa era para mudar um apartamento ou partes de uma casa.
O que pretendíamos não se enquadrava", conta Hugo Jordão, da direção do SILP. Mas o Querido ficou sensibilizado com o apelo dos polícias longe de suas casas. Sugeriu que entrassem em contacto com o seu principal patrocinador, a Leroy Merlin. Entrou em ação o conhecido senhor João, o mestre de obras da Leroy que dá a cara em muitos programas. Formalizados os contactos, que envolveram depois a própria Direção Nacional da PSP, e feitas as devidas visitas pela Leroy ao local, o tiro de partida para a remodelação foi dado em novembro do ano passado.
"Sendo um processo inicialmente mediado pelo SILP, e porque visava melhorar as condições do efetivo policial, preocupação naturalmente partilhada pela hierarquia policial, entendeu-se acolher a iniciativa, em prol dos homens e mulheres que trabalham naquele concelho", assinala o porta-voz oficial da Direção Nacional da PSP.
Da parte da Leroy Merlin este apoio não foi caso único, pois, como explica fonte oficial da empresa, é cada vez mais "assumido o compromisso na promoção da responsabilidade social empresarial junto da comunidade onde se insere, consciente de que a sua responsabilidade vai além da simples atividade comercial".
Foi nesse contexto que a Leroy Merlin de Alfragide "levou a cabo uma ação de intervenção, cujo objetivo visava a melhoria das condições de habitabilidade de algumas residências, fechadas há alguns anos. A Leroy Merlin interveio com um apoio pontual a nível de material diverso. Acreditando que a integração destes agentes na comunidade local passa também pelo conforto da casa onde residem, a Leroy Merlin respondeu afirmativamente a este pedido, "valorizando a base de atuação da PSP, cuja missão diária está ao serviço dos cidadãos e tem inerente um elevado sentido de compromisso e dedicação à sociedade".
Ainda não há imagens do "antes" e do "depois" nem caras a chorar emocionadas, como no programa. Infelizmente nem tudo correu bem, pois as chuvas de inverno vieram a revelar algumas infiltrações no telhado, obra que não fora prevista pela Leroy. "Apelámos então à Direção Nacional para que fosse disponibilizada uma verba só para essa obra, que estamos a aguardar até agora", explica Hugo Jordão.
Desde dezembro que as obras estão paradas. Questionado pelo DN sobre se havia previsões para a realização desta empreitada, o gabinete de imprensa da Direção Nacional da PSP não respondeu.
PSP sem números de deslocados
Encontrar alojamento é um dos maiores problemas que enfrentam os polícias que são colocados fora da sua zona de residência. Lisboa concentra o maior número que vem de fora, mas Porto e Setúbal concentram o maior efetivo também. A Direção Nacional da PSP desconhece o número total de agentes nestas condições. "Não estão processados dados relativamente a quem vive afastado da sua residência", reconhece o gabinete de imprensa.
Em Lisboa, principalmente, os preços dos arrendamentos são exorbitantes, mesmo quando se dividem casas, para ordenados na casa dos mil euros. Enquanto os oficiais em funções de comando têm direito a casas de função, os agentes não têm nada.
"A PSP não tem obrigação de disponibilizar alojamento ao seu efetivo, excetuando-se, apenas, as situações que decorrem das previsões do Estatuto Profissional do Pessoal com Funções Policias da PSP, no que respeita ao fornecimento de alojamento por conta do Estado."
Os Serviços Sociais da PSP têm aliviado alguns casos, mas a sua oferta é muito reduzida. No contexto do apoio à habitação social dispõem em todo o território nacional de cerca de mil fogos para habitação.
Segundo explica a PSP, estão "posicionados nas zonas de maior necessidade de integração por parte dos elementos policiais em início de carreira, ou em situação de necessidade existe o conceito de habitação temporária ou de casas de coabitação social". Estas casas consistem em apartamentos, dotados de equipamento básico, destinados a acolher temporariamente (por períodos até um ano, mas extensíveis em função da menor procura) elementos com funções policiais recém-formados na Escola Prática de Polícia ou outros mediante disponibilidade, numa lógica de habitação partilhada. O objetivo é estarem garantidas "as necessárias condições de habitabilidade e bem-estar, em alternativa ao alojamento impessoal e de menor privacidade das camaratas, e desta forma contribuindo para o adequado enquadramento social a funcionários policiais em início de carreira, colocados maioritariamente na grande zona metropolitana de Lisboa, mas também noutros comandos onde tal necessidade se coloque, a preços significativamente abaixo do mercado".
Estas frações habitacionais poderão servir, também, para alojar outras situações de emergência social devidamente sinalizadas pela rede social de suporte.
Presentemente, os Serviços Sociais dispõem de 101 camas neste regime de arrendamento social temporário, contabilizando 98 camas na Grande Lisboa e três em Coimbra. Até 2018 está definido o objetivo de aumentar esta oferta para que sejam alcançadas as 170 vagas.

DN
 
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