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Operação Marquês: Bava e Granadeiro receberam mais de €48 milhões do GES

santos2206

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Jul 12, 2014
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[h=2]Os dois antigos administradores da PT chegavam a receber mais do que uma transferência, com origem no Grupo Espírito Santo, no mesmo dia. O dinheiro era depositado em Singapura e na Suíça, adianta a revista “Visão”, que revela esta quinta-feira o interrogatório a Ricardo Salgado[/h]
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Foi em julho de 2007 que Ricardo Salgado fez chegar milhões às mãos dos administradores da Portugal Telecom (PT). O primeiro contemplado foi Henrique Granadeiro. Numa conta na Suíça foram depositados 6,5 milhões de euros com origem no Grupo Espírito Santo (GES). Cinco meses depois, foi a vez de Zeinal Bava ver entrar numa conta em Singapura 6,7 milhões de euros. Nos anos que se seguiram, as transferências continuaram. No total, revela a revista viso esta quinta feira, Granadeiro e Bava receberam mais de 48 milhões de euros. A publicação teve acesso ao interrogatório de Ricardo Salgado, ouvido pelas autoridades a 18 de janeiro deste ano. O ex-presidente do Banco Espírito Santo justificou as transferências para Granadeiro como pagamento de favores antigos, quando a família investiu num negócio de cerâmicas mal sucedido. Depois, disse que aquele dinheiro era para pagar a aquisição de parte de uma quinta do gestor da PT. O contrato, referiu, nunca chegou a ser redigido.
Já relativamente a Bava, Salgado designou como “garantia judiciária” os mais de 18 milhões de euros em 2011. Queria assegurar que o gestor e a sua equipa não abandonavam a PT sem pôr em ordem a brasileira Oi. E a transferência de 2007? Nem Salgado a soube explicar, nem Bava alguma vez admitiu tê-la recebido.
Segundo a “Visão”, uma das revelações mais surpreendestes do interrogatório foi o facto de o Ministério Público ter descoberto que tinham sido desviados da Espírito Santo Enterprise 7,75 milhões de euros para uma conta offshore que pertencia a Ricardo Salgado. Para o procurador Rosário Teixeira, o banqueiro tirou proveitos dos negócios com a PT e escondeu os valores das declarações de rendimentos. Salgado passou a ser suspeito de ter prejudicado as contas do grupo que liderou por mais de 20 anos.
Também a relação de Ricardo Salgado com José Sócrates foi questionada. Pelas alegadas interferências políticas nos negócios da PT, o então primeiro-ministro terá recebido cerca de 22 milhões de euros. A primeira transferência, segundo o Ministério Público, aconteceu em abril de 2006.
Questionado pelos investigadores, o antigo banqueiro assegurou que “nunca tinha falado com o engenheiro José Sócrates” sobre a PT e negou os subornos. Confrontado com a coincidência entre a data das transferências e a data das decisões importantes, respondeu: “Já ouvi falar várias vezes no diabo. Isto foi o diabo”.
Com Sócrates, as relações foram sempre “institucionais”. Sobre a alegada visita do ex-primeiro ministro, Salgado admitiu lapsos de memória, recordando apenas que Sócrates o visitou para lhe entregar um livro.
No total, a “Visão” teve acesso às mais de quatro horas de interrogatório em que Ricardo Salgado foi questionado sobre os cerca de 90 milhões de euros transferidos pelo GES, entre 2006 e 2014, para políticos portugueses e brasileiros, administradores da PT e para ele próprio.

Expresso
 
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