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A Torre de BELÉM

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Património Mundial - UNESCO

Designação : Torre de São Vicente de Belém / Torre de Belém
Localização : Lisboa, Lisboa, Santa Maria de Belém

Acesso : Av. de Brasília

Protecção : Património Mundial - UNESCO 1983

Enquadramento : Urbano. Ribeirinho. Implanta-se na margem direita do Rio Tejo, entre a Doca do Bom Sucesso e Pedrouços, tendo nas imediações o Mosteiro de Santa Maria de Belém (v. 1106320005). Liga-se a terra por uma ponte de madeira, sobre o lençol de água retido por um dique construído nos anos 60.


Descrição :

Baluarte de planta hexagonal com torre de planta quadrangular adossada a N.. No ângulo NE. um cais protegido por pano de muro com merlões piramidais dá acesso, por ponte levadiça, ao pórtico de arco pleno, esculpido, e ladeado por duas colunas com a esfera armilar.

O baluarte apresenta muralhas com inclinação, rasgadas por 17 canhoneiras e coroadas por merlões em forma de escudo com a Cruz da Ordem de Cristo e guaritas em ressalto nos ângulos, envolvidas por calabres. Os dois pisos são rematados por terraço resguardado ao centro por varandim e na face virada a S. a imagem de Nossa Senhora do Restelo colocada num nicho encimado por baldaquino.

No interior as canhoneiras têm pés direitos assimétricos e pavimento inclinado para o exterior. Ao centro, abre-se uma pequena quadra rectangular de arcos plenos e quebrados, determinando assim o abobadamento em berço e aresta da casamata, apoiados em contrafortes chanfrados com gárgulas na face externa.


No pavimento, abertura para os subterrâneos e paióis abobadados. Torre de 4 pisos, sendo o último recuado e rodeado por caminho de ronda sob cachorrada. Cada um dos andares é rasgado em cada face por vãos: no 1º, vão simples de arco pleno e 2 guaritas no cunhal do lado N.; no 2º, janelas com pequeno balcão sobre cachorros e na face virada a S. loggia sobre cachorros, com 8 mata-cães no pavimento e balaustrada rendilhada.

Nos vértices E. e O. da face N., 2 nichos com imagem de São Vicente e São Miguel; no 3º, vãos de 2 lumes divididos por mainéis; no 4º, porta a N. e virada a E. para caminho de ronda. Torre coroada por eirado defendido por merlões piramidais e 4 guaritas nos ângulos; uma torreta circular dá acesso à escada de caracol interior. Interiormente, o 1º piso tem abertura octogonal da cisterna e escada de acesso aos outros pisos; 2º e 3º com lareira; 4º abóbada de cantaria original.

Utilização Inicial : Militar. Construção militar com funções de defesa e fiscalização de saída do Tejo
Utilização Actual : Turística / cultural. Aberto ao público

Propriedade : Pública: Estatal

Afectação : IPPAR, DL 106F/92, de 01 Junho

Época Construção : Séc. 16

Arquitecto/Construtor/Autor : Francisco de Arruda


Cronologia :

1515 - D. Manuel manda construir a Torre de Belém no local onde D. João II pretendera erguer um forte para defesa do porto e sob projectos de Garcia de Resende;

1516 - Francisco de Arruda é referido como mestre do baluarte de Belém;

1521 - Nomeação oficial do 1º Capitão-mor, Gaspar de Paiva;

1580 - Depois de poucas horas de combate, a Torre entrega-se ao Duque de Alba, cujas forças representavam o domínio espanhol; as masmorras passam a servir de prisão do Estado;

1589 - D. Filipe II encomenda ao Engº italiano Fr. Vicenzo ( Vicêncio ) Casale um projecto de fortaleza para completar a defesa do Tejo; constroem-se os "quartéis filipinos", construção simples paralelepédica sobre o baluarte junto ao alçado S. da torre;

1640 - As masmorras do baluarte continuavam servindo de prisão política aos acusados de elevada categoria social;

1780 - Durante o reinado de D. Maria I, Gen. Guilherme de Valleré construiu o Forte do Bom Sucesso, cuja bateria ligava ao baluarte casamatado da Torre;

1808 / 1814 - Durante as invasões francesas sofreu algumas alterações, para que comportasse diversas instalações militares;

1845 - Foi restaurado em consequência dos protestos de Almeida Garret e esforços do Duque de Terceira, então Ministro de Guerra, sob direcção do Engº Militar António de Azevedo e Cunha;

1865 - Colocação de um farolim no terraço da Torre;

1867 - Instalação da fábrica de Gás nas imediações, causando grandes protestos;

1940 - Entregue ao Ministério das Finanças; procedeu-se então à demolição dos quartéis sobre bateria e construção de claustro interior; dos merlões em forma de escudo e os piramidais, cúpula de gomos das guaritas, pano de muro protegendo entrada e outros;

1983 - Várias obras de adaptação para a XVII Exposição de Ciência, Arte e Cultura, destacando-se o fechamento do claustro em vidro;

1997 - O IPPAR dá início aos trabalhos de conservação exterior da Torre, projecto que conta com a participação da World Monuments Found (WMF) e e Associação World Monuments Found Portugal;

2000 - A intervenção de limpeza e restauro do monumento efectuada em 1997-1998 é distinguida com o prémio internacional Europa Nostra;.


Tipologia : Arquitectura militar, manuelina, renascentista e romântica. Construção militar combinando a tradição medieval e as novas técnicas de fortificação. Integra-se no estilo manuelino, mas evidencia já alguns elementos de carácter renascentista, especialmente na decoração do pórtico.

Caracteristicas Particulares : A conjugação de uma construção militar aliada ao grande decorativismo escultórico manuelino e neo-manuelino tornou-a símbolo dos descobrimentos e da expansão portuguesa.


A sua originalidade reside na estrutura e planimetria, assim como no facto de muita da sua fisionomia ser uma idealização do séc. 19, devido às obras então efectuadas, nomeadamente na colocação de merlões em forma de escudo, inexistentes nas gravuras antigas. Das abóbadas interiores apenas a do 4º pavimento da torre é original. O rinoceronte esculpido no terminal de uma guarita é a primeira representação no mundo europeu deste animal.
Dados Técnicos : Estrutura mista em cantaria e alvenaria rebocada.
 
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