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Fernão Mendes Pinto

Rita Saymor

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Escritor, mercador e viajante por terras longínquas, foi 13 vezes cativo e 17 vendido. Verdade ou mentira ? Ao sabor da pena do autor de " Peregrinação", chegamos ao Oriente.


Ainda hoje perdura a dúvida :quanto é verdade e quanto é ficção na obra " Peregrinação " ? Afinal, não foi em vão que desde cedo surgiu o trocadilho -​
"
Fernão, mentes ? Minto ! "
As aventuras pelo Oriente e o relato de usos e costumes dos povos que conheceu entrecruzam-se com a fantasia, cujo resultado é uma das obras mais singulares da literatura portuguesa. Por entre a fábula, há a verdade e embora não seja fácil seguir, com rigor, o traçado que percorreu, aventurou-se por terras peregrinas, paragens distantes e façanhas audaciosas.

-Natural de Montemor-o-Velho, onde nasceu em 1510, Mendes Pinto era descendente de uma família modesta, mas a que talvez não faltasse certo grau de nobreza. Por volta dos 10 anos de idade, um tio levou-o a viver com ele para Lisboa.
-Cinco anos depois, começou a trabalhar ao serviço de uma dama nobre. Porque teve a vida em risco foi forçado a fugir de casa.
-Em fuga, foi ter a um cais e apanhou uma caravela, com cavalos e bagagem de um fidalgo que partia para Setúbal, onde se encontrava o rei D.João III e a corte. E aqui começaram as aventuras de Fernão Mendes Pinto.
-A embarcação foi assaltada por um corsário francês e depois de rendida foi afundada.
-Os 17 portugueses que escaparam com vida foram feitos prisioneiros para serem vendidos em Larache. Passados 13 dias de cativeiro, os piratas assaltaram outra embarcação lusa e regressaram de imediato a França. Os prisioneiros foram abandonados em Melides e seguiram para sul, até Santiago do Cacém. Mendes Pinto foi então recolhido pela filha do conde de Vila Nova e entrou ao serviço de um fidalgo que residia em Setúbal, Francisco de Faria.
-Mas Fernão Mendes Pinto tinha outras ambições e o destino reservava-lhe um futuro mais aventureiro.
-Assim, deu início a um período de "vagabundagem" de 21 anos durante o qual, como o próprio conta, foi 13 vezes cativo e 17 vendido.

Nessas andanças por mares do Oriente, por costa da Birmânia, Sião, arquipélago de Sunda, Molucas, China e Japão, passa ele 21 anos excepcionalmente incidentados, que podemos duvidar de muito episódio.

Vejamos uma das suas incursões :


Da Índia ao Sião


-Da casa de D.Jorge parte para a Índia, talvez em 1537 ;
-Participa em 1538, num cruzeiro ao Mar Vermelho e logo num combate naval, a seguir ao qual afirma ele, mas sem a critica o acreditar, que entrou na Abissínia ;
- Pouco tempo depois, era cativo de Muçulmanos, que o venderam a um grego, que o vendeu a um judeu, que por Babilónia o levou a Ormuz, onde foi resgatado ;
- Como partia para governador de Malaca Pedro Faria, Fernão acompanhou-o. Aí, o aventureiro diz ter sido mercador, embaixador, feitor e aproveitou para percorrer as regiões circundantes - as ilhas Phuket foram uma das paragens ;
-De volta a Malaca, ficou encarregue por Pedro Faria de uma missão junto do soberano de Aru, na ilha de Sumatra.
-Quando regressava, a embarcação naufragou e os tripulantes que não morreram foram vendidos em Siaca, também em Sumatra.
-Resgatado por Faria e depois de restabelecido foi incumbido de ir numa lancha a remos ao reino do Pão ( no rio Pahang ) vender fazenda.
-Passou por Singapura, chegou ao rio Pahang e daí a Patane, à entrada do Sião, onde conheceu António de Faria que lhe recomendou vender fazenda em Lugor ( região de Nakhon Si Thammarat, Tailândia )


E ainda mais não parou........................

Até que em Fevereiro de 1557 volta à Índia, desta vez para rumar para Portugal. O aventureiro chegou a Lisboa em Setembro.
Foi viver para uma quinta no Pragal e começou a escrever memórias da sua viagem em 1569. Relato de aventuras, "Peregrinação" só publicada em 1614, depois da sua morte.
 
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